Um Câncer Chamado Ciúme

O ciúme corrompe a alma e arruína a vida de quem se deixa dominar por ele

Ele destrói relacionamentos e lentamente destrói o casal. Ambos sofrem amargamente. O ciúme é agressivo e ameaçador, e assim se torna quem o alimenta em sua alma. Assim como um câncer extingue a vida, o ciúme corrompe a alma e arruína a vida de quem se deixa dominar por ele.

Quem sofre com o ciúme doentio de alguém sabe muito bem o que é isso. O ciumento sempre desconfia de algo. Ele abre correspondências, ouve telefonemas, lê e-mails e mensagens no celular; liga várias vezes para saber onde e com quem a pessoa está. Confere carteiras, agenda, cadernos, bolsos e bolsas. Cheira peças de roupas para ver se encontra algo suspeito. Rasga, sem consentimento, fotos e cartas de relacionamentos passados. Segue o parceiro para ver se o mesmo está tendo um caso. Alguns chegam a contratar um detetive particular.

O ciumento é egoísta. Ele exclui a pessoa do convívio com os outros, inclusive dos familiares. Quer que a pessoa viva por conta dele. Se o parceiro deseja trabalhar fora ou estudar, o ciumento tenta impedir persuadindo ou ameaçando a pessoa.

O ciumento prefere ver o seu parceiro com o aspecto não muito agradável a vê-lo despertando olhares alheios.

Em se tratando de ciúmes, isso ainda é pouco em vista do que relatou o site “PsiqueWeb”. Abordando sobre o ciúme patológico o site colocou alguns exemplos absurdos sobre o assunto. Pasme. Segundo o site, um paciente – ciumento obsessivo – chegava a examinar as fezes da namorada, procurando possíveis restos de bilhetes engolidos (Torres, 1999 – Ballone GJ – Ciúme Patológico – in. PsiqWeb Psiquiatria Geral)

Segundo informações do site, “o ciúme é um grande desejo de controle total sobre os sentimentos e comportamentos do companheiro(a). Há ainda preocupações excessivas sobre relacionamentos anteriores, as quais podem ocorrer como pensamentos repetitivos, imagens intrusivas e ruminações sem fim sobre fatos passados e seus detalhes”. De acordo ainda com o site “o ciúme pode se apresentar de formas distintas, tais como idéias obsessivas, idéias prevalentes ou idéias delirantes sobre a infidelidade”, informa.

O ciumento é capaz de colocar a vida do parceiro em risco. Muitos chegam a agredir fisicamente. Como aconteceu com a modelo libanesa, Karine Al Ití, 22 anos. O caso dela chocou o mundo. Atualmente, a modelo vive no Brasil e tenta reconstruir o rosto desfigurado pelo marido – ciumento obsessivo.

A tragédia na vida de Karine foi exibida pelo programa dominical Fantástico (13/03/05), da Rede Globo. Segundo o programa, Karine foi queimada numa banheira de água fervendo, pelo marido, Mustafa Berri, que agora está preso numa cadeia em Beirute. Ele é acusado de tentativa de homicídio e pode ser condenado à prisão perpétua. “Fisicamente, ela está deformada. Não tem nada a ver com aquela moça bonita que era modelo”, descreve a psiquiatra Maria Cristina Lombardo ao programa Fantástico. Clique aqui e saiba mais sobre a trágica história da modelo libanesa: http://fantastico.globo.com/Jornalismo/Fantastico/0,,
AA929969-4005-275689-0-13032005,00.html

“O amor não arde em ciúmes”

Pertinente observar o que está escrito na primeira carta de Paulo aos Coríntios, capítulo 13, versículo 4: “O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes…” Esta última frase é uma resposta aos corações inflados pelo ciúme. No fundo no fundo todo mundo sente ciúme. Só que algumas pessoas conseguem controlá-lo, não permitem que ele se transforme em fogo devastador. É o chamado ‘ciúme normal’, aquele que zela pela pessoa quista. Outras, no entanto, são violentas, provocam escândalos, têm comportamentos compulsivos – considerados pela psiquiatria como doença. Este tipo de ciúme acaba com qualquer relacionamento, pois o ciúme acende o fogo da destruição, mas o verdadeiro amor pode apagá-lo.

O ciúme é um dos sentimentos que mais atrapalha as relações humanas. Não é sem motivo que o francês Michel Montaigne disse que “o ciúme é, dentre todas as doenças do espírito, aquela à qual mais coisas servem de alimentos, e, nenhuma de remédios”.

O ciúme alimenta a desconfiança, traz discórdias e sofrimento. Existem pessoas que não usufruem o melhor do relacionamento, pois passam o tempo todo sofrendo, sempre pensando no pior; imaginando se está sendo traído ou não.

Muitas pessoas acreditam que o ciúme é prova de amor. Só que existem outras formas de se mostrar amor! O zelo, por exemplo, é uma delas. Zelar é, em primeiro lugar, gostar e confiar em si mesmo. É cuidar da própria vida, não deixando que o ciúme ultrapasse os limites do bom senso, se tornando uma doença que destrói o corpo, a alma e o espírito. É zelar para que Deus seja o pilar de sustentação do relacionamento de modo a confiar em si e na pessoa amada.

A insegurança e a desconfiança, provocados pelo ciúme, tenderão a aumentar a cada dia. Procurar ajuda, já é um grande passo na luta contra esse mal que ameaça constantemente os relacionamentos.

Ana Paula Costa
Da Redação Lagoinha.com
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