Último Lançamento

Não importa qual seja o produto, desde que seja top de linha, o mais recente, o último lançamento. Esta é a senha mágica que aguça os corações e faz tremer nas bases os consumidores. E, dependendo da condição financeira, os faz entrar em pânico, se não forem atendidos seus desejos.
O último lançamento da Apple, da Samsung, da Chevrolet, da sei lá das quantas. O “último lançamento” cria de imediato nos consumidores o desejo de compra-lo, o quanto antes melhor. Na área da informática, por exemplo, surgem novidades com muita frequência, Dependendo da marca e do marketing, tais lançamentos criam em muitos consumidores um estado de extrema excitação. Isso mesmo, uma multidão fica excitada, em frenesi. Se necessário, os aficionados ficam à porta das lojas dias e dias, ao sol e à chuva, sem descanso, para tomarem posse da “bênção”.
Muitas vezes, é mínima a diferença entre o novo produto e o velho. A grande diferença é que se trata do “último lançamento”, e quem não comprar o “último lançamento” está fora da onda; ficará diminuído e quase que envergonhado no seu círculo de amizade; perde em qualidade social; desce um degrau na escada do sucesso, e assim por diante.
Para não passar por tão grande vergonha, a saída é fazer qualquer sacrifício para ficar na crista. Eis uma das causas do endividamento de famílias. Afinal, seria insuportável ouvir de um amigo: – ‘Você ainda não tem o último lançamento?´ Ninguém merece isso, diriam os exaltados consumidores.
Uma vez adquirido o novo produto, a pressão baixa, a paz retorna. Agora, é curtir, curtir e mostrar. Mostrar o produto, e não apenas usa-lo, faz parte da jogada: mostrar para ser reconhecido; mostrar para ser elogiado; mostrar para continuar surfando na onda do supérfluo.
As indústrias conhecem muito bem a alma dos compradores. A indústria de automóveis sabe que os novos lançamentos são imprescindíveis, ainda que as mudanças implementadas nos novos veículos sejam insignificantes, tais como o formato e tamanho das lanternas e dos retrovisores. O desempenho do motor é o mesmo, o conforto é o mesmo, mas o preço… O importante é que o novo produto seja cobiçado, seja um liquidificador ou uma geladeira.
A compulsão pelas compras pode estar associada à ansiedade, frustração, depressão, desejo reprimido de possuir as coisas. A cobiça é um sentimento de quem quer intensamente ter a posse de algo. É desejo ardente de possuir. Uma vez instalada no coração, a cobiça dificilmente será removida. O cobiçoso nunca está satisfeito com o que possui. Busca a felicidade no “ter”, e nunca a encontra. A Bíblia diz: “De ninguém cobicei a prata, nem o ouro, nem o vestido” (At 20.33); “Não cobiçarás” (Rm 13.9).
O desejo de comprar o “ultimo lançamento”, de querer coisas novas, leva grupos religiosos a oferecerem aos ávidos consumidores um novo evangelho, um evangelho mais brando, menos exigente, mais liberal. Os ouvintes estariam enfastiados das mesmas histórias, dos mesmos milagres de Jesus, das mesmas exortações. Porém, o Senhor adverte: “Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema [amaldiçoado]” (Gl 1.8).
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16.09.2014

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