Testemunho de um ex-espírita

TESTEMUNHO DE UM EX-ESPÍRITA
André Luiz Z. Penedo

Iniciar um texto que deverá ter o intento de atingir mais espíritas que evangélicos não é tarefa das mais fáceis, uma vez que venho deixar claro que fui profundo estudioso da codificação espírita por 15 anos, isso mesmo, dos meus 18 aos 33 anos me dediquei de corpo e alma ao estudo dessa filosofia que fora, na época, a única que me conseguia explicar de maneira satisfatória as causas do sofrimento humano. Uma vez dentro da faculdade de medicina, somos cercados de pessoas que se encontram enfermas do corpo e da alma. Mas além de mergulhar nas atividades acadêmicas, sempre fui levado a querer entender o porquê de um Deus justo e bom, deixar o ser humano passar por tantas vicissitudes em meio a um mundo já complicado pelo próprio homem.
Ao iniciar essas indagações sobre a justiça divina dentro de meu coração, e nascido em uma família católica, que não me dava respostas para muitas dessas questões, vagamente me mostravam a impalpável fé para que eu acreditasse num Deus que me parecia mais tirano do que qualquer coisa até aquele momento. Foi quando apareceu em minha casa o Livro dos Espíritos de Alan Kardec sobre a mesa de jantar de minha casa: lembro-me como se isso fosse hoje tamanho era o mundo que iria se descortinar a minha frente. Relutei em abri-lo, pois os receosos pensamentos católicos de que espiritismo era coisa do diabo rondavam minha mente, mas fui em frente, pois não via nada de pecado em simplesmente ler um livro que poderia ou não afetar o meu credo.
Vivia numa família de classe média e tinha uma relação um pouco conturbada com meu pai, filosoficamente falando, pois ela nunca deixou que faltasse nada dentro de casa, pelo contrário, só que ele era muito materialista e eu gostava de ver o lado espiritual das coisas. Fácil entender que nossos “gênios” não se batiam, mas nunca deixamos de nos respeitar por causa disso. E por não conseguir agradar meu pai, ou pelo menos fazê-lo entender o lado espiritual das coisas, e com a firmeza de coração de que Deus é bom e justo, adicionado ao início da leitura da codificação kardequiana, decidi aos meus 18 anos assumir Deus como meu Pai e Jesus como meu Mestre, pois sabia que nenhum desses iria me decepcionar e iriam me prover com tudo o que eu precisasse. Quanto a minha mãe, sempre presente em minha vida, ficava meio que em cima do muro nas discussões minhas com meu pai para que não arrumasse confusão no casamento; ou eu ficava doido ou iniciaria minha busca rumo ao sentido da vida.
Ao contrário do que muitos possam imaginar como motivo de estar escrevendo tudo isso, minha jornada dentro de espiritismo foi cheia de experiências muito boas, ao conhecer muitas pessoas abnegadas pela ajuda ao próximo e de extrema humildade, uma vez que ali todos entendem que só a caridade é capaz de tirá-lo de um ciclo reencarnatório de sofrimento da alma. Reencarnação, palavra que até então eu só havia lido nas filosofias orientais, pois é, acreditem também eu estudava muito sobre budismo, confucionismo e taoísmo. Muitas vezes me pegava tentando traçar um paralelo entre o orientalismo e o espiritismo e consegui achar muitas coisas, fazendo-me acreditar que o espiritismo era a forma mais adaptada e entendível para o ocidental compreender a complexa e intrincada filosofia milenar oriental. A felicidade no entendimento desses paralelos traçados era tamanha que eu começava a me questionar porque eram tão poucos os espíritas que falavam sobre as filosofias orientais em suas palestras. Sim eu sentia uma sede danada de conhecimento espiritual.
Lia com voracidade a codificação kardequiana, os livros de Chico Xavier de André Luiz (e por isso muitos me perguntavam se eu era de família espírita) e vários outros autores que escreviam sobre o caminho do espírita. Espíritas se sentem entendedores de tudo, uma vez que a racionalidade impera em seu meio, fruto das próprias palavras de Kardec para se questionar o tempo todo e que as respostas iriam se atualizar junto com o avanço da ciência e da mente das pessoas. Mas o espírita se questiona sobre os acontecimentos do espiritismo. Será que se questiona sobre como tudo isso começou? Será que se questiona sobre a intenção de Deus em apresentar a “terceira revelação” através de mesas flutuantes daquelas irmãs americanas? Será que Deus precisaria mesmo se mostrar de forma tão oculta e complicada para trazer uma nova mensagem? Será que Deus necessitaria trazer uma nova mensagem? Ou será que estudamos pouco a Bíblia? Ou será que nossas fontes para entendimento profundo da palavra de Deus nos foram falhas?
Sei muito bem que o meio espírita é recheado de pessoas que são ex-católicos, ou os ditos católicos não praticantes e claro os que já nasceram em família espírita. Raros são os ex-evangélicos, que são até motivo de aparecimentos de espíritos revoltosos em muitas reuniões mediúnicas. Com isso dito quero apenas fortalecer as interrogações feitas no parágrafo anterior. Pois continuarei expondo minha caminhada no ocultismo do mundo invisível rumo a mais respostas sobre a “realidade” do mundo espiritual que nos rodeia.
Como médico tenho acesso a uma diversidade enorme de pessoas e os espíritas em sua maioria tem uma mente sedenta de novos conhecimentos e experiências espirituais. Foi assim que conheci o líder de um grande terreiro de Umbanda da minha cidade no meu consultório de Acupuntura. Sim, sou acupunturista e levo muito a sério minha especialidade, para verem que vou fundo mesmo em meus estudos. Mais uma vez eu entrara numa forma diversa de espiritismo, a tal da Umbanda. Não vou dizer que era praticante, mas com certeza simpatizante dos pretos velhos, caboclos e índios. Mais uma vez estava eu a tentar traçar paralelos com a codificação kardequiana, que sempre julgara ser a mais “acadêmica” existente. Algumas lacunas ficaram sem ser preenchidas pelo espiritismo e fui achar as respostas no esoterismo. Não um esoterismo qualquer, mas embasado nos ensinamentos de um espírito chamado Ramatís, “dono” de muitas obras literárias enaltecedoras do conhecimento kardequiano que serviam como uma espécie de “embasamento” para o conhecimento de realidades espirituais “maiores”.
Através dessa nova experiência com Ramatís pude mergulhar de maneira ainda mais profunda em mistérios espirituais de difícil acesso nas casas espíritas convencionais (kardecistas), se é que existam esses tipos de estudos, uma vez que dentro do kardecismo há toda uma regra didática para desenvolvimento da mediunidade que deve ser respeitada. Na casa espiritual Ramatís eu logo tive acesso a informações que me fizeram preencher a lacuna kardecismo/umbandismo e entender melhor as hierarquias espirituais manifestantes da umbanda. Foi quando me deparei com as eras de outro do planeta terra, com os mestres das antigas civilizações de Mu, Atlântida, que de tão avançados diziam ser, humildemente se transfiguravam como caboclos e preto velhos para que a limitada inteligência humana os entendesse. Foi através dessa casa de desenvolvimento espiritual que trabalhei como médium por 2 anos! Sim, cheguei a trabalhar como médium e desenvolver bem essa “propriedade” que em mim se dizia ser intuitiva.
É gente, muita coisa aconteceu em minha vida: católico, kardecista (simpatizante da umbanda), ramatiziano e médium. Tudo isso ao longo de 15 anos de minha vida. Poderia escrever dezenas de centenas de páginas sobre minhas experiências espirituais nesse texto, mas fugiria da mensagem que desejo enviar aos espíritas, pessoas de excelente coração, mas que assim como eu fui, estão sendo enganados por uma filosofia forjada, não por Alan Kardec, mas por seres muito, mas muito mais sagazes e inteligentes do que podemos imaginar. Seres que tiveram sua criação numa época que se confunde com a criação do universo, portanto que caminham conhecendo o cosmos e pré existem à criação humana, mas onde alguns deles em algum momento se rebelaram contra seu próprio Criador e no momento do aparecimento do Homem na terra e do entendimento de que seu tempo de julgamento está em andamento, armaram um plano de engano para se alastrar por toda humanidade na iníqua vontade de mais uma vez tentar confrontar Deus e Sua Criação. Uma história bem diferente do que a que os espíritas conhecem, mas que está dentro da Bíblia e espero que tenham o mesmo desejo de conhecimento ao ler essas linhas, como sei que o fazem sempre ao ler uma obra espírita. Só que aqui eu não estarei me baseando em um conhecimento que se alastra de forma oculta como foi e é o espiritismo, mas usando a Palavra clara do Pai, em sua primeva aparição na terra, no hebraico original, para que possam não apenas entender o quanto estão sendo enganados, mas para que de uma vez por todas tirem esse fardo de culpa reencarnatória que o espiritismo coloca em suas costas. Essa é uma mensagem de salvação, de libertação, de entendimento, da experiência de um homem que um dia foi como vocês e hoje é renascido em Jesus Cristo. Um renascimento que não se explica com reencarnação, mas com um ato de fé. Não de uma fé cega como imaginam, mas o de uma fé que se explica dentro do coração sem no entanto ter palavras para descrevê-la. Só quem tem a experiência de aceitar a Jesus Cristo pode discernir o que escrevo.
Não quero seu dízimo, não sou fanático por religião, nem tão pouco limitado em meus horizontes de conhecimento. Só quero que essa mensagem chegue até você amigo espírita. Pois os conheço muito bem e sei o quanto são desejosos de serem pessoas melhores, mas acreditem, sua vida pode ser cheia de abundância e podem ser livres da culpa para sempre pela simples escolha de aceitar o chefe Jesus Cristo como seu único e suficiente salvador. Ainda há tempo, porém esse tempo está se esgotando e por isso tentarei ser o mais direto possível nessas linhas e que elas se espalhem gratuitamente pelo mundo para alcançar essas pessoas tão maravilhosas que sei que são, só estão num caminho que oferece muitas explicações e um conforto relativo, e os mantém com as mesmas angústias de sempre. O Senhor Jesus oferece um caminho abundante e de conforto absoluto, claro e livre, aberto ao conhecimento dos mais ignorantes aos mais inteligentes, desde que sua Palavra seja entendida, o que é o meu intuito a partir de agora.
André Luiz Z. Penedo

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