Testemunhas de Jeová: Proibição das Vacinas

OS COMENTÁRIOS são de minha autoria, mas as informações sobre a palavra a oficial das testemunhas, em livros, revistas e folhetos foram extraídas do livro “A Verdade Sobre as Testemunhas de Jeová”, de autoria de Cid de Farias Miranda e William do Vale Gadelha, ex-anciãos.
A partir de 1921, a Sociedade Torre de Vigia proibiu o uso de vacinas entre seus seguidores. Ninguém sabe quantos associados morreram por falta desse recurso científico de prevenção de doenças. Algum dia, talvez, alguém levantará esses dados. Idem, idem com relação aos óbitos por falta de doação de sangue, também proibida.
Antes de analisarmos a história das vacinas, vejamos o que a Sociedade declara de si mesma.
“Só a organização de Jeová, em toda a terra, é dirigida pelo espírito santo ou a força ativa de Deus” (Zac 4.6). Apenas esta organização funciona para o propósito de Jeová e para o seu louvor. Ela é a única para a qual a Palavra Sagrada de Deus, a Bíblia, não é um livro lacrado. A Torre de Vigia é “a única organização na terra que compreende as coisas profundas de Deus” (A Sentinela, de 01.01.1974, página 18, parágrafo 4).
Informações iguais a essa estão nas diversas publicações da Organização. Os seguidores, sem questionar, confiam plenamente em tudo quanto ensina o Corpo Governante, uma dúzia de homens que controlam a vida de milhões de fiéis admiradores.
A liderança da Torre não conta a história de suas doutrinas, os avanços e recuos, o que já foi dito e desdito. De forma que os novos membros só conhecem o presente, os ensinos recentes. Desiludidos, muitos saem; enganados, muitos entram; conformados, muitos ficam. Uma das estratégias da liderança é manter o quadro sempre renovado e evitar que os atuais seguidores não tenham qualquer comunicação com os que se retiraram do grupo por livre vontade ou por força de uma ação judicativa. Isso é lamentável. Nenhuma religião deve ter vergonha do seu passado. Por isso, artigos com este são de grande benefício para os integrantes dessa Organização.

Vacinas – Avanços e recuos dos ensinos

“A vacina nunca evitou coisa alguma e nunca o fará, e é prática das mais bárbaras… Estamos nos últimos dias e o Diabo está fazendo, no ínterim, um esforço estrênuo para causar todo o dano que puder, e é a ele que devemos atribuir tais males… Use seus direitos de cidadão americano para abolir para sempre a prática demoníaca da vacina. As pessoas ponderadas fariam melhor em ter varíola do que vacinar-se, pois a vacina espalha as sementes de sífilis, câncer, eczema, erisipela, escrófula, até a lepra e várias outras doenças repugnantes. Deste modo, a prática da vacina é um crime, um abuso e um engodo” (The Golden Age (A Idade de Ouro), 12.10.1921, página 17).
“A vacina é uma violação direta do pacto eterno que Deus fez com Noé após o dilúvio” (The Golden Age, 04.02.1931, página 293).
O pacto com Noé se encontra em Gênesis 9.1-17. Em momento algum Jeová condena o tratamento preventivo de doenças. Considerando-se que muitos morreram por terem seguido essa orientação, pergunto: Foi Jeová ou foi o Diabo que orientou a liderança da Torre de Vigia? Quem gostaria de causar “todo o dano que puder”? O Diabo ou Jeová?
“A questão da vacina cabe ao indivíduo que tem de enfrentá-la decidir por si mesmo. Cada pessoa tem de assumir as consequências… A Sociedade não dispõe de recursos para envolver-se legalmente no assunto e nem assumir a responsabilidade pelos rumos que o caso venha a tomar. Após uma consideração da questão, não nos parece que seja uma violação do pacto de Deus…” (The Watchtower (A Sentinela), de 15.12.1952, página 764).
A Sociedade assumiu sim a responsabilidade sobre os danos. Vejo aqui o receio da Organização de ser levada à Justiça para pagar vultosas indenizações às famílias enlutadas. A Sociedade continua afirmando ser o “canal” entre a terra e o céu, porta voz e profeta de Jeová. Seus seguidores foram proibidos de receber vacina. Portanto, a Organização é diretamente responsável pelas mortes decorrentes da falta de vacinação.
“Quanto ao uso de vacinas e outras substâncias que possam de algum modo envolver o uso de sangue em sua preparação, não se deve concluir que a sociedade Torre de Vigia as apóie e diga que o uso delas seja certo e apropriado. Entretanto, ser vacinado é virtualmente uma prática inevitável em muitas partes da sociedade moderna. Seu uso não é na realidade um processo de alimentação ou nutrição, que foi especificamente proibido quando Deus disse que o homem não devia comer sangue, mas é uma contaminação do sistema humano” (A Sentinela, de 01.04.1962, página 223).
A Sociedade volta atrás, se exime de qualquer culpa e não pede perdão nem a Jeová nem às famílias que perderam seus entes queridos nos trinta anos de proibição. A fraseologia aplicada no último comunicado, em 1962, é colocada de tal modo que os novos associados não conheçam o passado do ensino.
Comentário de Cid e William, ex-anciãos da Torre de Vigia: “Deixou de esclarecer ao leitor que ela condenava as vacinas em 1931. O motivo? Provavelmente para esconder das Testemunhas mais recentes a culpa pelas mortes e deformações resultantes da proibição que vigorou por mais de trinta anos” (A Verdade sobre as Testemunhas de Jeová, páginas 125 e 126).

Continua em vigor a seguinte declaração da Torre:
“A menos que estejamos em contato com este canal de comunicação [A Torre de Vigia] usado por Deus, não avançaremos na estrada da vida, não importa quanto leiamos a Bíblia” (A Sentinela, de 01.08.1982, parágrafo 4).
Falta à Torre de Vigia a publicação de um artigo especial em que faça um pedido de perdão coletivo a Deus e às famílias das vítimas, e declare de forma objetiva que a Sociedade não é e nunca foi canal de Jeová.
Portanto, antes de cumprirem cegamente os ensinos da Sociedade, seus associados devem examinar cuidadosamente a Bíblia Sagrada, e só tomarem uma posição quando não restar qualquer dúvida.
14.01.2009

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