Sonhos Sepultados

NÃO É FÁCIL diminuirmos a distância entre o querer e o efetuar. Muitos dos nossos sonhos nunca se concretizam, nem ao menos damos o primeiro passo nesse sentido. Ou porque estão muito acima de nossa realidade, ou porque o rio da vida chega ao seu fim.
Mais das vezes miramos determinado alvo, mas ficamos apenas nas boas intenções. Ficamos inertes. Queremos chegar ao cume da escada, mas não conseguimos subir o primeiro degrau.
Ouvi de um amigo: – “Tenho o maior desejo de pregar o evangelho nas praças”. – “Por que não o faz?”, perguntei. Ele, esboçando um ar de tristeza, disse: “Tenho saúde, caixa de som, automóvel, dinheiro, mas…”.
Não é fácil rompermos a barreira da inércia. Não realizamos desejos mais simples: visitar um amigo, fazer exercício físico regular, fazer uma limpeza geral na casa, e assim por diante.
Já no fim da caminhada, com passos lentos e alma cansada, o homem reconhece, não raro com uma ponta de arrependimento, que perdeu muito tempo em coisas vãs, com quinquilharia. A vida para a ser um velório de sonhos natimortos.
13.09.2013

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