COM SENTIMENTO de nojo e tristeza assisti, ontem, na televisão, por alguns segundos, ao lançamento de mais heresias. Em um canal, um pastor, convicto e entusiasmado com a mais nova descoberta, mostra um garrafão de água, e convida todos a se dirigirem ao templo – a bênção só acontece no templo – a fim de lavarem as mãos. Até aí, tudo bem. Afinal de contas, devemos cuidar de nossas mãos. A diferença é que a água oferecida no templo é ungida por não sei quantos pastores. Um só não tem poderes para tanto, mas se for uma centena, a coisa funciona. O que acontecerá após a lavagem das mãos? O pastor garante que a pessoa se livrará de todos os males.
Noutro canal, outro pastor, auto-intitulado “profeta das nações”, chamava os telespectadores, inclusive a mim que o ouvia, para receberem a unção do pente. Ao passarem o pente nos cabelos, as maldições seriam eliminadas. Não só as maldições, mas toda sorte de males.
Com tristeza, vejo que muitos, deslumbrados com os novos amuletos, atendem ao chamado, cientes de que as adversidades da vida e os dardos inflamados do inimigo serão destruídos. O que não é verdade. No próximo mês, o mesmo rebanho, com seus indispensáveis dízimos e ofertas, estarão correndo em busca de nova unção, a do relógio, do espelho, da escova de dentes, do creme, da bota e assim por diante.
É evidente a tentativa de substituir o Evangelho de Cristo por um arremedo de evangelho. Talvez não seja demais usar a expressão “desejo de avacalhar do evangelho”. Os partidários desse esquema se multiplicam. Não raro, novos templos são inaugurados e novas heresias anunciadas. E o povão, ignorante da Palavra, não ensinados a respeito da real libertação que há em Cristo, atendem prontamente ao chamado dos enganadores.
23.11.2011
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