O Crente e o Pecado

Bíblia de Estudo Pentecostal

“ONDE O PECADO ABUNDOU, superabundou a graça. Permaneceremos no pecado, para que a graça seja mais abundante?” (Rm 5.20; 6.1).

“No capítulo 6, Paulo contesta a ideia errônea de que os crentes podem continuar no pecado e ainda assim estarem livres da condenação eterna, em virtude da graça e misericórdia de Deus em Cristo. Paulo refuta essa distorção antinomiana da doutrina da graça, pondo em relevo uma verdade fundamental: o verdadeiro crente demonstra estar “em Cristo” por estar morto para o pecado. Ele foi transportado da esfera do pecado para a esfera da vida em Cristo (vv. 2-12). Uma vez que o crente genuíno separou-se definitivamente do pecado, não continuará a viver nele. Inversamente, quem vive no pecado não é crente genuíno (cf. 1 Jo 3.4-10). Em todo este capítulo, Paulo enfatiza que não se pode ser servo do pecado e servo de Cristo a um só tempo (vv. 11-13, 16-18). Se o crente torna-se servo do pecado, o resultado será a condenação e morte eterna (vv. 16,23”).

“O NT emprega várias palavras em grego para descrever o pecado nos seus vários aspectos. As mais importantes são: (a) Harmatia, que significa “transgredir”, “praticar o mal”, “pecar contra Deus” (Jo 9.4). (b) Adikia, que significa “iniquidade”, “maldade” ou “injustiça” (1.18; 1 Jo 5.17). O termo pode ser descrito como falta de amor, porque todos os delitos surgem por falta de amor a Deus e ao próximo (Mt 22.37-40; Lc 10.27-37). Adikia é, também, o pecado como poder, agindo na pessoa, para escravizar e enganar (5.12; Hb 3.13). (c) Anomia, que denota a “ilegalidade”, a “iniquidade” e a “rebeldia contra a Lei de Deus” (v.19; 1 Jo 3.4) (d) Apistia, que indica “incredulidade” ou “infidelidade” (3.3; Hb 3.12)”.

“Destas definições podemos tirar a conclusão de que a essência do pecado jaz no egoísmo, i.e., apego do ser humano às coisas ou aos prazeres, para si mesmo, sem fazer caso do bem-estar dos outros e dos mandamentos de Deus. Isso leva à crueldade aos outros e à rebelião contra Deus e sua Lei. Em última análise, o pecado é a recusa da sujeição a Deus e à sua Palavra (1.18-25; 8.7). É a inimizade contra Deus (5.10; 8.7; Cl 1.21), e desobediência (11.32; Gl 3.22; Ef 2.2; 5.6)”.

“O pecado é também a corrupção moral nos seres humanos, opondo-se a todas as vontades humanas sadias. Ele nos leva tanto a deleitar-nos em cometer iniquidade, como também a sentir prazer nas más ações dos outros (1.21-32; cf. Gn 6.5). É, por outro lado, um poder que escraviza e corrompe, à medida que nos entregamos a ele (3.9; 6.12ss; 7.14; Gl 3.22). O pecado está arraigado nos desejos humanos (Tg 1.14; 4.1,2)”.

“O pecado foi introduzido por Adão na raça humana e afeta a todos (5.12), resulta em julgamento divino (1.18), leva à morte física e espiritual (Gn 2.17; Rm 6.23), e o seu poder somente pode ser dominado pela fé em Cristo e por sua obra redentora pela humanidade (5.8-11; Gl 3.13; Ef 4.20-24; 1 Jo 1.9; Ap 1.5)”.

 

  

 

 

 

 

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