É inquestionável a seguinte verdade bíblica:
“Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda espécie de males, e nessa cobiça alguns se desviaram da fé e se traspassaram a si mesmos com muitas dores” (1 Tm 6.9-10).
Há um descompasso entre nossas reservas cambiais, tão alardeadas pelo Governo, e nossas reservas morais. Por causa desse desencontro, vinte bilhõe$/ano somem no ralo da corrupção. É possível reunir homens de ilibada conduta e vida pregressa irrepreensível para apresentar um projeto de restauração nacional? Há condições de restaurar a credibilidade das instituições? É possível encontrar nos Três Poderes homens e mulheres capazes de mudar o quadro caótico em que vivemos?
As esperanças diminuem a cada dia. Por mais que desejemos pensar racionalmente e defender que não podemos generalizar; que se trata de um pequeno grupo de ladrões de colarinho branco; por mais otimistas e esperançosos que sejamos, uma realidade assoma aos nossos olhos, a de que praticamente nenhum dos envolvidos em infinitos escândalos devolveu aos cofres públicos o dinheiro subtraído e/ou esteja cumprindo pena em alguma penitenciária.
O povo perdeu a esperança em que surjam providências para combater com eficácia esses desmandos. Os Três Poderes estão contaminados. Autoridades são flagradas em negociatas, prevaricação, superfaturamento, obras inacabadas, tráfico de influência, sonegação de impostos, corrupção passiva e ativa. Essa frenética corrida ao dinheiro fácil, por meios ilícitos, promove, às vezes, situações hilariantes. Dinheiro na cueca, em malas, em caixotes de bebida, em envelopes, tudo registrado, filmado, apurado em pilhas e mais pilhas de processos que, passados os anos, desembocam no sumidouro da burocracia e da impunidade.
Mas no Juízo Final não haverá impunidade:
“Não sabeis que os injustos não de herdar o Reino de Deus? Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o Reino de Deus” (1 Co 6.9-10).
11.06.2007
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