MONARQUIANISMO – Significado

A palavra “Monarquianismo” vem do termo grego monarchia, isto é, o governo exercido por um único indivíduo. Dentro da Teologia, o termo é utilizado para descrever a doutrina de Deus como único regente de tudo, o poder único que é originador de todas as coisas. Assim, o Monarquianismo negava basicamente o conceito trinitário da Divindade, pois sustentava que a doutrina da Trindade se opunha à fé no Deus único. Seus defensores se opunham à idéia da economia da salvação. Era-lhes difícil perceber a distinção entre a idéia trinitária e as afirmações triteístas. Em linhas gerais, podemos distinguir dois tipos de Monarquianismo: a) Monarquianismo Dinâmico: o primeiro defensor desta forma de Monarquianismo foi Teódoto, chamado “o curtidor” de Bizâncio. Homem de cultura, havia sido, afirma-se, discípulo dos “alógoi”. Por volta de 190 d.C. transferiu-se para Roma, passando a ensinar que Jesus era um homem, nascido da Virgem, de vida santa, sobre Quem descera o Cristo divino (ou Espírito Santo) por Ocasião de Seu batismo. Alguns dos seguidores de Teódoto negavam a Jesus qualquer direito de ser chamado divino, mas outros afirmavam que Ele havia Se tornado divino, em certo sentido, na Sua ressurreição. Em suma, tanto Teódoto, quanto os demais expoentes do Monarquianismo Dinâmico, como Paulo de Samósata, bispo de Antioquia entre 260 e 272 d.C., negavam qualquer princípio-do-Filho na Trindade, e, em conseqüência, rejeitavam a própria idéia da Triunidade em Deus. b) Monarquianismo Modalista: A história responsabiliza Noeto de Esmirna e seus discípulos Práxeas e Epígono como os primeiros e principais divulgadores dessa heresia. Noeto rejeitava a idéia da Trindade. Ensinava: “Cristo era o próprio Pai, e o próprio Pai nasceu, viveu e morreu.” Para Noeto, apenas o Pai é Deus, e embora oculto à vista dos homens, manifestou-Se e Se fez conhecer segundo o Seu beneplácito. Para ressaltar a unidade de Deus, Noeto afirmava que Deus não está sujeito à morte, mas pode nascer e morrer, se assim o desejar. Segundo o Monarquianismo Modalista, o Pai e o Filho não são apenas da mesma essência; são também o mesmo Deus como nomes diferentes. Com referência a este Práxeas, Tertuliano, já então montanista e defensor da Cristologia do Logos, disse: “Práxeas fez duas obras do demônio em Roma: expulsou a profecia e introduziu a heresia”. Assim, podemos concluir que o Monarquianismo Modalista favorecia um monoteísmo cristão não-complicado, onde o Pai é enfatizado como a fonte da Deidade, de onde o Filho e o Espírito Santo derivariam a Sua própria deidade, mesmo quando essa derivação é concebida como eterna, e também lógica, e não cronológica.

FONTE: Dicionário Teológico Brasileiro Lázaro Soares de Assis

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