“Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo; porque não temos que lutar contra carne e sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais” (Ef 6.11-12).
Esta série de artigos servirá de algum modo para reflexão e aprendizado dos novos convertidos e estudiosos de um modo geral. Tenho aprendido através dessas experiências. Vejo na prática o que está escrito na Bíblia. Estou ciente de que a eficácia de um ministério não é medida pela maior ou menor vivência com forças demoníacas. Não precisamos do diabo para dar ibope e validar nossos atos ministeriais. Minha maior alegria não é porque expulso demônios, mas porque meu nome está escrito no livro da vida, como bem advertiu Jesus a seus discípulos. Considero que muitos crentes já tiveram algum tipo de experiência na área de libertação. Portanto, entendo não tratar-se de algo espetacular ou inusitado. Todavia, vale aqui lembrar que devemos estar preparados, porque a qualquer momento poderá surgir esse tipo de confronto. E o melhor preparo é estarmos revestidos “de toda a armadura de Deus”; não apenas da fé, mas da fé, da Palavra, da verdade, da justiça, da oração. Acrescento também a coragem, porque os medrosos não sairão à batalha para derrotar os midianitas.
Cara a cara com o demônio
Numa certa noite, após o culto, no ano de 2004, fui chamado às pressas para resolver um problema de possessão. Um jovem de dezoito anos – o da foto, hoje um servo do Senhor -, que já freqüentara a igreja, esteve por algum momento à porta do templo ouvindo a pregação, mas não conseguia entrar; sentiu-se mal e foi para casa. Quando eu e mais dois obreiros chegamos ao local, familiares o seguravam fortemente para evitar agressões.
Atendendo a nosso pedido, e sob nossa conta e risco, soltaram o rapaz, embora com alguma relutância. De um pulo, ele levantou-se da rede, como um leão ferido, e ficou olhando para um lado e para outro procurando em quem bater. A primeira pancada foi num homem, de nome Antonio. O jovem ficou numa espécie de roda, livre para bater em quem quisesse. A essas alturas pensei com meus botões: – Eu serei o próximo.
No percurso, antes de chegar ao local da possessão, falei com Deus e pedi perdão para meus pecados. Nesses momentos, sinto mais ainda a grande necessidade de permanecer todo tempo com minha vida de forma irrepreensível. Considero que uma vida fora dos padrões de Deus não pode enfrentar tais situações.
O rapaz estava em pé dentro do pequeno círculo, na sala principal de uma casa humilde e com pouca iluminação. Ele começou a girar lentamente; olhava cada um dos presentes bem nos olhos. Confesso que sentia sobre meus ombros o peso da responsabilidade. Nem de longe poderia pensar no fracasso da missão. Não pode haver fracasso quando você segura numa mão o escudo da fé, na outra a espada do Espírito, e na boca tem o poderoso nome de Jesus: “Em meu nome, expulsarão demônios” (Mc 16.17). Não pode haver fracasso quando usamos esse poderoso nome. Possessão demoníaca é “a condição daquele que é tomado por espíritos malignos. É uma invasão do corpo humano, onde a pessoa perde completamente o controle sobre os sentidos, os órgãos e os movimentos”.
Ele parou defronte a mim, e me encarou. Não baixei a guarda; olhei firmemente para ele; olhos nos olhos, a uma distância de um metro: “O que de Deus é gerado conserva-se a si mesmo, e o maligno não lhe toca” (1 Jo 5.18). O silêncio era tão grande no recinto que parecia palpável.
Dei-lhe a primeira ordem: – Mãos para trás. Com isso, ele ficaria sem ação para reagir; não obedeceu de imediato; ficou apenas me olhando. Quarenta segundos de espera. Seu olhar parecia com o de uma pessoa sob efeito de entorpecentes. Não soube decifrar seu sorriso enigmático; apenas os lábios entreabertos.
Esse é o que podemos chamar de encontro da luz com as trevas; o poder de Deus e o poder de Satanás. “Mãos para trás, em nome de Jesus” – gritei mais uma vez. Ele obedeceu. Em seguida, mandei que ficasse de joelhos. Obedeceu. Então, liberei a mais poderosa dinamite: “Satanás, em nome de Jesus Cristo saia desse jovem”. O rapaz caiu ao chão.
Aproveitei para falar da salvação em Cristo Jesus e do poder de Deus aos presentes. O rapaz continuava deitado no chão, como que em sono profundo. Orientei para que o deixassem assim, até que acordasse de modo espontâneo. No domingo seguinte, ele e sua mãe estavam na igreja, louvando e engrandecendo o Senhor. Até hoje (19.07.05), ele continua firme na fé e na igreja.
“Se o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” (Jo 8.36).
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19.07.05
Revisado em 26.12.06