Jesus pregou aos mortos?

Vamos amado, considerar suas perguntas uma a uma:

01) Acerca da analogia em relação aqueles que morrem sem Deus… e que não tem oportunidade de ouvir a palavra de salvação.

Vamos considerar o seguinte: a base da condenação divina em relação ao pecado do homem não repousa no fato de ele ouvir ou não a palavra de salvação, mas sim em suas iniquidades junto a Deus. Ezequiel 18.4 vai dizer que “todas as almas são minhas; como o é a alma do pai, assim também a alma do filho é minha: a alma que pecar, essa morrerá”. Por isso mesmo as pessoas que nascem nesse mundo já mantém em si mesmas chances completas de desfrutar de uma eternidade danosa, porque conforme Romanos 3.23, “todos pecaram e destituidos (afastados) estão da glória de Deus”.

No entanto, aprouve ao Senhor Deus salvar alguns por intermédio da fé em Cristo Jesus (não por meio das obras para que ninguém se gloriasse de seus méritos pessoais, Efésios 2.8), e para tanto ele optou em se utilizar da “loucura da pregação” (I Corintios 1.21) justamente para confundir os mais esclarecidos da terra.

Por isso que, recentemente eu disse em nossa igreja que Jesus veio para trazer dissensão entre os esclarecidos do meio do povo. Enquanto alguns o tinham como profeta, outros o tinham como Mestre, e poucos o tinham como Cristo. Sua mensagem até os nossos dias tem dividido as pessoas em dois grupos: os crentes e os incrédulos.

Aqueles que não tiveram oportunidade de ouvir a palavra de salvação não são desculpáveis diante do Senhor porque tiveram acesso à revelação natural que, embora não tenha poder de salvar, justifica a condenação. Em Romanos 1.18-20 diz: “Pois do céu é revelada a ira de Deus contra toda a impiedade e injustiça dos homens que detêm a verdade em injustiça. Porquanto, o que de Deus se pode conhecer, neles se manifesta, porque Deus lhos manifestou. Pois os seus atributos invisíveis, o seu eterno poder e divindade, são claramente percebidos mediante as coisas criadas, de modo que eles são inescusáveis”…

Trocando em miúdos temos: a ira de Deus em relação ao pecado do homem é tão grande, e isso é amplificado pelo conceito que temos da santidade de Deus, isto é, cometemos pecado contra um Deus santo, puro e perfeito! Ninguém por esse prisma é inocentado de pagar com a morte eterna a realidade dura de um ultraje tão forte ao caráter do próprio Deus! (Hebreus 2.3)

2) Essa idéia da pregação de Jesus para os mortos é de uma polêmica infindável. Vários autores tem trabalhado com esse conceito que ficou arraigado na mente cristã devido ao chamado “credo dos apostólicos” e que não tem uma base mais firme nas Escrituras a não ser o texto de I Pedro 3.19: “no qual também foi e pregou aos espíritos em prisão…”. Vou seguir aqui agora as pontuações de Kenneth S. Wuest no seu livrinho “Jóias do Novo Testamento Grego, Ed. Batista Regular:

O que Jesus pregou não foi o evangelho revelado, isso por várias razões:

A palavra grega que significa pregar o Evangelho não é aqui empregada, mas usou-se um termo que significa “proclamar alguma coisa”. O vocábulo “pregou” não contém em si o conteúdo ou a natureza da mensagem.

Por isso, “alguns supõem que Ele tenha proclamado Sua vitória sobre os anjos caídos, vitória essa obtida na cruz, já que a apostasia angelical tivera o propósito de derrotar os planos divinos que incluíam a cruz.”

Em suma, não tratou-se de “evangelização” mas sim de “proclamação”. Uma espécie de comemoração após uma goleada histórica!

Quanto a terceira questão ela se parece com a primeira, e espero tê-la respondida.

Um abração.

Pastor Ezequias

Acompanhe minhas meditações em www.ezequiaspastor.blogspot.com

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