Jesus, Lula e o Diabo

Jesus, Lula e o Diabo.

Pr. Airton Evangelista da Costa

A declaração do Presidente da República provocou reação de alguns setores, como nos exemplos a seguir:
“A senadora Marina Silva (PV-AC) classificou nesta quinta-feira como uma “metáfora infeliz” a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a necessidade de fazer alianças. Em entrevista à Folha Lula disse que Jesus Cristo teria que fazer uma coalizão com Judas se precisasse de apoio numa votação. “Se Jesus Cristo viesse para cá, e Judas tivesse a votação num partido qualquer, Jesus teria de chamar Judas para fazer coalizão”, afirmou Lula!”.
“CNBB: Dom Dimas disse que, apesar de Judas ser um dos discípulos de Cristo, Jesus não fazia alianças com “fariseus” – numa referência a pessoas que parecem uma coisa por fora, mas por dentro são outra”.
Para defender as alianças que faz com qualquer um para garantir a governabilidade e se perpetuar no poder não havia nenhuma necessidade de o Presidente citar o nome do Senhor Jesus, o Verbo encarnado, como exemplo de qualquer coisa. Deveria ter dito que fazia tais alianças por livre e espontânea vontade; porque a política é assim mesmo; porque em política todos os meios são lícitos e o que interessa é a vitória nas urnas.
Lula já esteve em audiência com o Papa, que durou 24 minutos, e lhe pediu conselhos: “Eu pedi ao Papa que nos seus pronunciamentos ele fale da crise econômica, pois, se todo o domingo o Papa der um conselhozinho, quem sabe a gente encontra mais facilidade para resolver o problema”. Agora, Lula recebe uma repreensão do Papa, via CNBB. E, agora, eu o repreendo com severidade. Digo-lhe que nunca mais envolva o santo nome do Senhor nas negociatas políticas.
Nenhuma associação Jesus fez com a classe dominante, com mercenários políticos, com roubadores do povo. Sustentou até à morte sua condição de “O Filho de Deus”, o Cristo, o Messias, o Salvador. Para trazer as boas novas e anunciar o reio de Deus não necessitou de fazer alianças espúrias. Vejamos o que disse Jesus aos judeus incrédulos:
“Vós tendes por pai ao diabo e quereis satisfazer os desejos de vosso pai; e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele; quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira” (Jo 8.44). Essas duras palavras não são de quem deseja angariar simpatizantes para sua “campanha”. E sobre Judas, o traidor? “Ai daquele homem por quem o Filho do Homem é traído. Bom seria para esse homem se não houvesse nascido” (Mt 26.24).
Essas não são atitudes de quem deseja associação com as trevas. As trevas procuram associação com as trevas. Os iguais se entendem e se associam. A luz rejeita as trevas.
“Mas, agora, escrevi que não vos associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com o tal nem ainda comais” (1 Co 5.11).
A cúpula do Executivo aconselha aos políticos e aos que desejam ingressar na política que vale tudo para chegar ao poder. Não importa que seja o céu ou o inferno, Deus ou o Diabo.
Os que são de Cristo não recebem tal conselho: “Quem é de Deus ouve as palavras de Deus” (Jo 8.47). “As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu as conheço, e elas me seguem” (Jo 10.27).
27-10-2009
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