Homossexualismo nas Escolas

Homossexualismo será tratado mais abertamente nas escolas
Daniel Pereira – Globo Online
10 de março de 2006

RIO – Uma parceria inédita entre o Ministério da Educação (MEC) e a ONG Grupo Arco-Íris promete quebrar o silêncio em instituições de ensino sobre o preconceito contra homossexuais. Será iniciado, em abril, um curso especial gratuito sobre sexualidade para educadores de colégios públicos e particulares do Rio, a partir do programa “Brasil sem homofobia”. A iniciativa se baseia em pesquisas da Unesco divulgadas em 2004 que mostram que 60% dos professores brasileiros consideram inadmissível uma relação homossexual e 40% dos alunos não gostariam de ter colegas homossexuais em sala de aula.
– Os casos de preconceito contra homossexuais acontecem todos os dias nas escolas, mas muitos professores não estão preparados para lidar com isso. Queremos mostrar que homossexualismo não é coisa de pessoas desajustadas ou doentes. Crianças e adolescentes acabam sendo obrigados a ocultar suas preferências para não serem agredidos. As instituições de ensino não podem continuar fechando os olhos para a situação – afirma o professor Mário Caetano, diretor da ONG Arco-Íris.
Para ele, os governos ainda tratam o assunto com timidez. E, nos colégios, geralmente são abordados superficialmente nas aulas de biologia. O novo curso ajudará os professores a evitar climas de constrangimento e violência em sala de aula.
– Existem casos em que um colega chama o outro de viadinho, mariquinha e outros termos chulos. Apenas separar os dois é uma forma de segregação. Cabe ao professor estimular o respeito entre os alunos – explica Caetano.
Nos Parâmetros Curriculares Nacional da Educação Básica (PCN), definidos pelo MEC, existe um item que sugere que todas as escolas do país lutem conta o preconceito em relação às diferenças. As aulas oferecidas em parceria com o grupo Arco-Íris incluirão temas como homofobia, direitos humanos, violência, identidade de gênero, orientação sexual e diversidade.
– Destacaremos no curso que a identidade sexual nem sempre está de acordo com o sexo biológico ou com a genitália da pessoa. Também mostraremos que a sexualidade transcende os limites do ato sexual e inclui sentimentos, fantasias, desejos, sensações e interpretações – diz o professor.
Educadores interessados em participar do curso podem se inscrever no site da ONG Arco-Íris ( www.arco-iris.org.br/educacao ) ou pelo telefone (21) 2208-2799. Os inscritos receberão ajuda financeira para as despesas de transporte. Há 200 vagas e as aulas serão oferecidas em cinco escolas estaduais.
– O curso poderá ser ampliado de acordo com a demanda – afirma a subsecretária estadual de Educação, Alba Cruz, que considera a discussão do tema fundamental em todas as escolas.
Fonte: http://oglobo.globo.com/online/educacao/mat/
2006/03/09/192206378.asp

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