Eu te amo!

ENTENDO QUE regra geral as expressões de amor filial e conjugal não se exteriorizam por meio de palavras ou gestos. Se fizermos uma pesquisa, mesmo sem profundidade, verificaremos que os mimos, galanteios e atenções especiais que os casais tinham enquanto enamorados, foram esquecidos. Por exemplo, marido e mulher entram e saem da igreja sem ao menos segurar a mão um do outro. Passam anos sem dizer “Eu te amo”, sem o marido oferecer rosas a amada no dia do seu aniversário. Muitos nem se lembram do aniversário da esposa. Se perguntar ao marido quando foi a última vez que disse “Eu te amo” à sua esposa, e vice-versa, não sabem dizer.

A mesma aridez acontece na relação pais-filhos. Muitos julgam que “coisas” podem substituir afetos, carinho, palavras, abraço. São capazes de presentear o filho com um carro novo no fim do ano, mas incapazes de abraça-lo fortemente. Pais e filhos estão sob o mesmo teto; há efetivo amor fraternal; amam-se de fato, mas esse amor não é declarado alto e bom som.

Nunca ouvi do meu pai, de minha mãe, ou de meus irmãos essa declaração: “Eu te amo”. Cresci com a mesma aridez. Consegui superar essa barreira ao longo de quarenta anos de casamento. Não quer dizer que meus pais não amassem seus filhos nem que eu não os amasse.

Esse distanciamento aconteceu ontem e acontece hoje. A TV, a internet e o corre corre da vida afastam as pessoas. Cada um na sua. Muitas famílias não se reúnem mais para uma conversa, para colocar em dia as notícias. Quando estão diante da TV, ninguém ousa abrir a boca.

Uma irmã me confidenciou que ama muito a sua mãe, é capaz de fazer tudo para ve-la feliz, mas não consegue abraça-la e beija-la. E sofre por causa disso. O mesmo ocorre com relação à sua filha. Os presentes substituem os abraços. Na verdade, os filhos não querem apenas “coisas”; querem contato físico, abraços, palavras de conforto, incentivo e reconhecimento.

E você? Há quanto tempo não diz “EU TE AMO” à sua amada? E você, mulher, há quanto tempo não toma a mesma atitude com relação ao seu marido? Num seminário sobre a família, na minha igreja, pedi aos casais se sentassem juntos, de mãos dadas. E que, quando saíssem do encontro, continuassem de mãos dadas. A maioria, ou talvez, a totalidade, há anos não sabia o que era dizer: EU TE AMO! Foi ótimo.
23.11.2010
www.palavradaverdade.com

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