Fonte:http://www.cranik.com/acartadejesuscristo.html
Por Ademir Pascale Cardoso
A Carta
Jesus escreveu uma carta de próprio punho? Alguns estudos mostram que sim. Segundo relatos, a carta se encontra nos arquivos de Edessa juntamente com as antiguidades e feitos de *Agbaro. (até hoje não foi comprovado se a carta é autêntica ou não, na minha opinião mais pesquisas deveriam ser feitas, pois é algo realmente surpreendente e de valor inestimável.)
*Agbaro Ukkama [V] foi rei da cidade de Edessa (Síria) entre 4 aC e 7 dC, quando foi destronado por seu irmão Mahanu IV. Diz a lenda, que, por volta do ano 32 dC, sofrendo de terrível lepra, Agbaro teria escrito uma carta a Jesus pedindo para que Ele fosse até Edessa para curá-lo. Segundo alguns relatos, Jesus mandaria, mais tarde, o apóstolo Tadeu para efetivar a cura do rei. O texto, entretanto, foi composto por volta do ano IV dC e logo traduzido para outros idiomas: grego, armênio, copta, latim, árabe e eslavo.
Carta escrita pelo Rei Agbaro de Edessa a Jesus e enviada a ele em Jerusalém pelo mensageiro Ananias:
“ Chegou-me aos ouvidos a notícia do teu nome e das tuas curas que operais sem ervas e sem medicamentos. Corre a fama: restituis aos cegos a vista, aos coxos o andar, os leprosos são curados, os demônios e espíritos imundos são expelidos, doentes oprimidos por enfermidades diuturnas sarados, mesmo mortos são ressuscitados. Quando ouvi estes relatos, persuadi-me intimamente que és o verdadeiro Deus, que desceste do céu para operar estes prodígios. Por isso te escrevo, rogando, que venhas visitar e não te recuses curar nossa enfermidade. Ouço também, que os judeus te difamam e maquinam insídias contra ti.
Tenho uma cidade pequena, mas linda, suficiente para ambos nós”.
Agora vamos ver a carta de resposta escrita por Jesus enviada para o Rei Agbaro pelo mensageiro Ananias:
“Bem-aventurado és Agbaro, porque creste em mim, sem me teres visto.
De mim está escrito:
Aqueles que me viram, não creram em mim, para os que não viram, crendo recebam a vida.
Visitar-te, como me rogas, não está em mim, pois, devo cumprir tudo para que fui enviado e terminada esta obra, é necessário que eu volte para aquele que me enviou.
De resto, quanto antes disto me ocuparei. * Vou enviar-te um dos meus discípulos, que curará tua moléstia e que conservará a tua vida e a dos teus”.
*O enviado a qual refere-se Jesus, foi Judas Tadeu, que no qual cumpriu a sua tarefa.
– Querendo me aprofundar mais ainda sobre o assunto, procurei me corresponder por e-mail com alguns padres da igreja católica, para saber o que eles achavam sobre a carta. De seis apenas um me respondeu, que no qual não vou divulgar o seu nome. Ele disse:
“ Olá!
Lamento não ser útil, mas não sei de que é que está a falar. Nunca ouvi falar desse tal Agbaro e portanto não sei do que se trata.
Um abraço
Padre …….”.
Entrei em contato novamente com Indaléssio Costa Rodrigues, autor do livro “Cronologia Bíblica Comentada com datas exatas desde a Criação do Mundo” a respeito da carta. Vejam o seu comentário:
Indaléssio: – Sobre a carta do Rei Agbaro de Edessa , nunca ouvi falar, portanto não tenho opinião formada .
*Já são mais de 15 anos que pesquiso a vida de Jesus Cristo, é muito difícil descobrir indícios do seu dia-a-dia, pois os verdadeiros indícios “manuscritos” estão guardados a 7 chaves. Talvez eu passe o resto de minha vida tentando descobrir a verdade sobre o homem mais conhecido do mundo, e ao mesmo tempo, o menos conhecido.
Matéria: Ademir Pascale Cardoso é administrador e criador dos portais Cranik www.cranik.com e Conspirações www.conspiracoes.com . Contatos para matérias em Jornais, Sites ou Revistas, e-mail: [email protected]
================
A LENDA DE ABGARO
Fonte: “Enciclopédia Católica”
Autor: H. Leclercq
Tradução: Renata Itimura
http://www.universocatolico.com.br/content/
view/320/3/
O historiador Eusébio registra uma tradição (H.E. LXII) – em que ele acredita firmemente – concernente a uma correspondência trocada entre Nosso Senhor e a autoridade local de Edessa. Três são os documentos associados a esta correspondência:
• A carta de Abgaro para Nosso Senhor;
• A resposta de Nosso Senhor; e
• Um retrato de Nosso Senhor, pintado em vida.
Esta lenda teve grande popularidade tanto no Ocidente como no Oriente durante a Idade Média: a carta de Nosso Senhor foi copiada em pergaminho, mámore e metal, e usada como um talismã ou amuleto.
Na época de Eusébio pensava-se que as cartas originais escritas em siríaco estivessem guardadas nos arquivos de Edessa. Nos dias de hoje, possuímos não apenas o texto siríaco, mas também uma versão armênia, bem como duas versões gregas independentes – menores que a siríaca – e várias inscrições em pedra, todas elas discutidas em dois artigos no “Dicitionnaire d’archeólogie chrétienne et de liturgies” col. 88 sq. e 1807 sq. Os únicos dois trabalhos a serem consultados com referência a estes tópicos literários são a “História Eclesiástica” de Eusébio e os “Atos de Tadeu” que professam pertencer à Era Apostólica.
O fato, conforme esses dois trabalhos ocorreu assim: Abgaro, rei de Edessa, aflito com uma doença incurável, escutou a fama do poder e dos milagres de Jesus e escreveu para Ele, suplicando para que viesse curá-lo. Jesus recusa a vir, mas promete mandar um mensageiro investido com Seu poder, chamado Tadeu, um dos setenta e dois discípulos.
As cartas de Nosso Senhor e do rei de Edessa variam na versão dada em Eusébio e a dada nos “Atos de Tadeu”. A que segue é retirada dos “Atos de Tadeu”, que é menos acessível do que a da História de Eusébio:
Abgaro Ukkama a Jesus, o Bom Médico que apareceu na terra de Jerusalem, saudações:
Escutei falar de Ti e de Tuas curas: que Tu não fazes uso de remédios nem raízes; que, por Tua palavra, abriste [os olhos] de um cego, fizeste o aleijado andar, limpaste o leproso, fizeste o surdo ouvir; que por Tua palavra tu [também] expulsaste espíritos daqueles que eram atormentados por demônios imundos; que, outra vez, Tu ressussitaste o morto [trazendo-o] para a vida.
E, conhecendo as maravilhas que Tu fazes, concluí que [das duas uma]: ou Tu desceste do céu, ou mais: Tu és o Filho de Deus e por isso fizeste todas essas coisas. Por esse motivo escrevo para Ti, e rezo para que venhas até mim, que Te adoro, e cure toda a doença que carrego, de acordo com a fé que tenho em Ti.
Também soube que os judeus murmuram contra Ti e Te perseguem; que buscam crucificar-Te e destruir-Te. Eu não possuo mais que uma pequena cidade, mas é bela e grande o suficiente para que nós dois vivamos em paz.
Quando Jesus recebeu esta carta, na casa de um alto sacerdote dos judeus, ele disse para Hannan, o secretário:
“Vá e dize para teu senhor que te enviou para mim: ‘Feliz és tu que acreditaste em Mim não tendo Me visto, porque está escrito sobre Mim que aqueles que me verão não acreditarão em Mim, e aqueles que não me verão acreditarão em Mim’. Quanto ao que escreveste, que eu deveria ir até ti, devo cumprir todas as coisas para as quais fui enviado aqui; quando eu ascender outra vez para o Meu Pai que me enviou, e quando eu tiver ido ter com Ele, Eu te enviarei um dos meus discípulos, que curará todos os teus sofrimentos, e eu te darei saúde outra vez, e converterei todos os que estão contigo para a vida eterna. E tua cidade será abençoada para sempre, e os teus inimigos nunca a dominarão”.
Segundo Eusébio não foi Hannan que escreveu a resposta, mas o próprio Nosso Senhor. Um crescimento legendário curioso originou-se desta ocorrência imaginária. A natureza da doença de Abgaro tem sido discutida gravemente, para crédito da imaginação de vários escritores, uns sustentando que era gota, outros lepra; os primeiros dizendo que isto tinha durado sete anos, os últimos descobrindo que o doente tinha contraído a doença durante uma estadia na Pérsia. Outros cronistas, por sua vez, sustentam que a carta foi escrita em pergaminho, embora alguns favoreçam o papiro. A passagem crucial na carta de Nosso Senhor, entretanto, é a que promete à cidade de Edessa vitória sobre todos os inimigos. Isto deu à pequena cidade uma popularidade que desapareceu no dia que ela caiu nas mãos dos conquistadores. Foi um rude choque para aqueles que acreditavam na lenda; eles preferiram atribuir a queda da cidade à cólera de Deus contra os habitantes do que admitir a falha da salvaguarda, que não era menos confiante naquele tempo do que no passado.
O fato relacionado correspondente há muito deixou de ter qualquer valor histórico. O texto foi tirado de duas partes do evangelho, o que em si mesmo é o suficiente para provar a não autenticidade da carta. Além disso, as citações são feitas não dos próprios evangelistas, mas da famosa concordância de Taciano, compilada no século II e conhecida como “Diatessaron”, deste modo fixando a data da lenda como aproximadamente da metade do século III. Em adição, entretanto, para a importância que é alcançada no ciclo apócrifo, a correspondência do rei Abgaro também ganha lugar na liturgia . O decreto “De libris non recipiendis”, do psêudo-Gelásio, coloca a carta entre os apócrifos, o que pode, possivelmente, ser uma alusão dela ter sido inserida entre as lições de liturgia oficialmente sancionadas. As liturgias sírias comemoram a correspondência de Abgaro durante a Quaresma. A liturgia celta parece ter acrescentado importância à lenda; o “Liber Hymnorum”, um manuscrito preservado na Universidade Trinity, em Dublin (E. 4,2), apresenta duas compilações nas linhas da carta para Abgaro. Nem, de qualquer maneira, é impossível que esta carta, seguida de muitas orações, possa ter formado um ofício litúrgico menor em certas igrejas.
O relatório dado por Adda contém um detalhe que pode ser brevemente referido aqui. Hannan, que escreveu o ditado por Nosso Senhor, era um arquivista em Edessa e pintor do rei Abgaro. Ele tinha sido encarregado de pintar um retrato de Nosso Senhor – tarefa que ele cumpriu diligentemente – trazendo de volta com ele, para Edessa, uma pintura que veio a ser objeto de veneração geral, mas que, depois de certo tempo, disse-se que foi pintada pelo próprio Nosso Senhor. Como a carta, o retrato estava destinado a ser o núcleo de um crescimento legendário: a “Face Santa de Edessa” era principalmente famosa no mundo Bizantino. Entretanto, uma mera alusão deste fato aqui deve ser suficiente, já que a lenda do retrato de Edessa faz parte de um tema extremamente difícil e obscuro da iconografia de Cristo e de pinturas de origens miraculosas conhecidas como “acheiropoietoe” (=feita sem as mãos).
Informes complementares:
Edessa (atualmente Sanliurfa)
“Cidade no sudeste da Turquia, o Cristianismo chegou à povoação por volta do ano 150, tendo-se tornado a sé do mais importante bispado da Síria. Um grande número de textos cristãos primitivos em língua síria provém de Edessa. Depois de ter sido conquistada mais que uma vez pelos Persas sassanidas, foi conquistada pelos árabes em 638. Ocupada pelos cruzados em 1098, e perdida definitivamente por estes em 1146, mudou muitas vezes de mão até que foi anexada pelo império Otomano, num período compreendido entre 1516 e 1637”.
Fonte: www.arqnet.pt/portal/universal/cruzadas/indice_d.html
As cartas em referência estão divulgadas em diversos sites. O nome do rei é usado em duas formas: Agbaro e Abgaro.