As Testemunhas de Jeová e a Apostasia

Com visível demonstração de indignação, os membros da Torre de Vigia intitulam de “apóstatas”, “traidores” e “filhos do diabo” todos os que se afastam da sociedade, quer por livre e espontânea vontade, quer por decisão dos líderes. Estão programadas para agirem dessa forma. Apenas repetem o que lêem na revista A Sentinela. Tenho convicção de que muitos desses obedientes servidores não têm a menor idéia do que seja “apóstata”.
“Apostasia”, do grego apostásis, afastamento, significa abandono premeditado da fé cristã. Ora, um cristão que se desliga do grupo em questão, mas continua crendo em Jesus Cristo, adorando-O e O recebendo como Senhor e Salvador pessoal é tido como filho de Deus e não pode ser considerado apóstata(Jo 1.12; Rm 10.9; Ef 2.8-9). Deixar de ser “testemunha de Jeová” é uma coisa; deixar de ser cristão é outra coisa completamente diferente. Ao chamar os desassociados de “filhos do diabo”, os seguidores da Torre cometem um grande pecado. Só Jeová conhece os corações.
Os fiéis seguidores da Torre aprenderam que a salvação se dá pelas obras. Julgam que os verdadeiros cristãos precisam se dedicar de corpo e alma à Sociedade, sem o que serão destruídos no fim dos tempos. Este é um dos muitos ensinos enganosos.
As “testemunhas” que chamam os outros de apóstatas e filhos do diabo poderão receber os mesmos títulos. Basta que cometam qualquer deslize, ainda que trabalhem por anos a fio, gratuitamente, para a liderança instalada nos Estados Unidos. Basta um cumprimento cordial ou uma visita a um desassociado, ou a leitura de algum artigo escrito por um excluído, ou qualquer palavra contrária aos ensinos da organização. Em menos de vinte e quatro horas uma testemunha pode passar da condição de amada e tratada com carinho para odiada, desprezada e vilipendiada. Não falo de hipóteses. Essas práticas estão fartamente documentadas nos muitos depoimentos de ex-membros, ex-anciãos e do caso particular de Raymond Franz, ex-diretor da sociedade. Na verdade, esse é um assunto do qual ninguém tem a menor dúvida.
A essência do ensino do Senhor Jesus Cristo é o amor. A Bíblia diz que Jeová é amor. O grande mandamento divino é: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Que mérito há em quem ama apenas seus próprios filhos, seus pais, parentes, amigos e participantes do mesmo grupo religioso? Jesus amou uma mulher apanhada em adultério e um homem, Zaqueu, que era odiado por todos. Foi mais além: por amor, morreu em nosso lugar. Portanto, os atos de hostilidade das testemunhas para com os desassociados estão completamente em desacordo com os ensinos e os exemplos do Senhor Jesus.
Jesus ainda ensinou: “Amai a vossos inimigos, fazei bem aos que vos aborrecem” (Lc 6.27,28, 35). O exemplo foi dado na cruz, quando ele perdoou seus algozes. O ensino do corpo governante está em desacordo com o de Jesus. Por isso, a seita Testemunhas de Jeová não é uma religião cristã. Não só por isso, mas por muitas outras razões. Uma delas é a de que o corpo governante coloca suas doutrinas no mesmo nível de importância da Bíblia Sagrada. Vejam:
“A menos que estejamos em contato com esse canal de comunicação usado por Deus [corpo governante e revistas], não avançaremos na estrada da vida, não importa o quanto leiamos a Bíblia” (A Sentinela, 01.08.1982, pg. 27). Em síntese, fora do “canal” não há salvação. Essa inverdade repetida durante anos seguidos tornou-se uma realidade viva na mente dos imaturos seguidores.
Por dever de consciência e sem temer as ações judicativas, as testemunhas deveriam continuar amando os excluídos, e se relacionando com eles, sejam amigos, pai, mãe, irmãos. Dessa forma, agiriam como seguidoras de Cristo. Na verdade, os que saem da organização deveriam ser elogiados; deveriam receber menção honrosa e lembrados como beneméritos pelos longos anos de trabalho gratuito em prol da Torre. Por que considerá-los inimigos? Por que deixar de amá-los? Como explicar que filhos se afastem de seus pais, e pais de seus filhos, de netos e avós só porque se afastaram da sociedade? Somos livres para seguirmos o caminho que bem entendermos. Somos livres para tomarmos decisões. Livres para ler a Bíblia e interpretá-la. Podemos rejeitar dogmas, doutrinas, teses; podemos combatê-las, refutá-las. Como verdadeiros cristãos não podemos, jamais, odiar as pessoas porque pensam de modo diferente.
02.01.2009
www.palavradaverdade.com
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