Apóstolo: O Que Significa?

O dom ministerial de apóstolo tem sido motivo de algumas interpretações. Vamos tomar conhecimento do que dizem os dicionários a respeito desse assunto polêmico.

(01) “Apóstolo (do grego apóstolos, enviado). Originário do grego, este vocábulo pode ser encontrado 79 vezes no Novo Testamento. Literalmente, significa: enviado. A princípio, era considerado apóstolo somente aquele que pertencia ao grupo dos doze. Mais tarde, com o desenvolvimento da Igreja, vemos Paulo defender, diante dos gálatas, sua autoridade apostólica. Em suas cartas, ele assim identifica-se: “Paulo, apóstolo de nosso Senhor Jesus Cristo”. Além de Paulo, outros obreiros foram considerados como tais. E, hoje, temos apóstolos? Sendo um dom ministerial, segundo lemos em Efésios 4.8, podemos afirmar com segurança que os apóstolos jamais estiveram ausentes da Igreja. Embora não mais recebam o mesmo título, continuam a realizar o mesmo trabalho daqueles campeões que espalharam, de Jerusalém, a mensagem do Cristo. Como não considerar apóstolos a William Carey, ou a Daniel Berg e Gunnar Vingrem? Missionários, ou apóstolos, estes heróis de Deus continuam ativos na expansão do Reino” (Dicionário Teológico, Claudionor C. de Andrade).

(02) “APÓSTOLO – Nome dos homens escolhidos por Jesus para serem testemunhas de vista dos acontecimentos de sua vida, para vê-lo depois de Sua ressurreição e dar testemunho dele à humanidade (Mt 10.2-42; At 1.21-22; 1 Co 9.1. Foram escolhidos sucessivamente, logo no princípio da vida pública do Salvador. Os apóstolos eram tidos como homens iletrados pelas altas dignidades judaicas, que tiveram diante de si a Pedro e a João (At 4.13). Nenhum deles possuía grau elevado de cultura. Jesus deu grande atenção ao seu preparo espiritual; ainda assim, até aos últimos dias, não tinham compreendido a missão de Cristo, acreditando que Ele dia estabelecer um reino temporal (Mt 20.20-28; Mc 10.35-45; At 1.6), dormiam na hora de sua angústia no Jardim (Mt 26.40) e o abandonaram no momento de Sua morte (Mt 26.56); Mc 14.50). Também eram chamados discípulos (Mt 11.1); 14.26; 20.17; Jo 20.2). Pedro, Tiago, filhos de Zebedeu, e João, possuíam compreensão mais clara das instruções do Mestre e o apreciavam melhor. Em três ocasiões diferentes se destacaram dos outros em privilégios especiais… As medidas tomadas para preencher o lugar vago no apostolado indicam que o número dos apóstolos fixados originariamente em doze, devia ser conservado, pelo motivo que este número correspondia ao número das doze tribos de Israel. Havia dois homens que possuíam as qualidades necessárias para serem eleitos, eram José, chamado Barsabás, que tinha por sobrenome o Justo, e Matias. A sorte caiu sobre este que foi eleito em lugar de Judas (At 1.15-26; comp.com o v. 20 e Salmo 109.8). A descida do Espírito Santo no dia de Pentecoste produziu transformação espiritual nos apóstolos, habilitando-os para a grande obra para a qual haviam sido chamados – a evangelização do mundo (At 2.1-47). Paulo foi divinamente escolhido e chamado para a árdua tarefa de pregar o Evangelho aos gentios (At 9.1-31; 26.1-20). Não andou com Jesus enquanto esteve na terra, mas alcançou as qualidades apostólicas por tê-lo visto depois da sua ressurreição. Ele podia dizer como disse em sua carta aos Coríntios: Não sou eu apóstolo? Não vi eu a Nosso Senhor Jesus Cristo? (1 Co 9.11). Todos foram fiéis até à morte, e alguns, pelo menos, senão a maioria, selaram o seu testemunho de Jesus com o sacrifício de seu próprio sangue. A palavra apóstolo é aplicada, em sentido menos restrito em o Novo Testamento, a homens que possuíam dons apostólicos. Neste caso está, por exemplo, Barnabé, que foi companheiro de Paulo (At 13.3; 14.4-14). Este nome também é aplicado a Jesus, em Hebreus 3.1” (Dicionário da Bíblia, John D. Davis).

(03) “APÓSTOLO – Esta palavra significa mais do que “mensageiro”: a sua significação literal é a de “enviado”, dando a idéia de ser representada a pessoa que manda. O apóstolo é um enviado, um delegado, um embaixador… O estudo primário da significação de “apóstolo”, com base nos Evangelhos, deve efetuar-se em volta destes três pontos: chamada, educação, missão. A CHAMADA – O primeiro ato do ministério público de Jesus Cristo é a chamada de Simão e André, Tiago e João, para a Sua companhia, a fim de fazer deles “pescadores de homens” (Mc 1.16-20). É o próprio Jesus que, para os fins de Sua missão, toma a iniciativa (de chamar). A EDUCAÇÃO – Na primeira parte do Evangelho são os discípulos testemunhas e companheiros de Jesus no Seu ministério público, mas ali se mencionada uma direta instrução do seu Mestre (Mc 4.10-25, 35-41; 6.7-11, 31,47-52; 8.14-21). O que se pode depreender do que sele em S. Marcos é que desde o tempo do ministéri0o da Galiléia, e depois de terem saído desta província, Jesus consagrou-se cada vez mais à instrução e educação dos doze. A MISSÃO – A missão temporária, de que se fala em Mc 6.7-13, ainda que, pelo que sabemos, não se acha repetida, pode ser considerada como típica. Os discípulos são revestidos de autoridade por Jesus, e na sua volta referem ao Mestre tudo o que tinham feito. Nos Atos e Epístolas – A suprema autoridade dos apóstolos, na Igreja Primitiva, acha-se indicada em At 1.1-11, e manifesta-se por todo o livro. Com a escolha de Matias para o lugar que Judas deixou pela sua traição, ficou completo o círculo dos doze. Este fato nos mostra que, para o apostolado, era essencialmente requerido que o eleito tivesse sido companheiro de Jesus desde o Seu batismo até à ascensão. Mas pelas exigências da Igreja, que tomou logo grande desenvolvimento, e pela livre concessão do Espírito Santo, deixaram de ter aquela estreiteza os limites do apostolado. Por ato da Igreja de Antioquia (At 13.1-3), Barnabé e Saulo foram constituídos apóstolos: é-lhes conferido esse título, em 14.4, 14.Paulo não somente reclama com firmeza aquela qualidade (Rm 1.1; 1 Co 1.1; 2 Co 1.1, etc.), mas associa com ele a Barnabé (Gl 2.9; 2 Co 9.5,6). É provável que Paulo queira também aplicar aquele termo a Tiago, o irmão do Senhor (1 Co 9.5; 15.7; Gl 1.19), a Silvano (1 Ts 2.6); e mesmo a cristãos tão conhecidos na história como Andrônico e Júnias (Rm 16.7). Mas esta extensão do círculo apostólico foi limitada por uma condição essencial: um apóstolo devia ter visto o Senhor (1 Co 9.1), para poder testemunhar logo o objeto da fé da Igreja, Cristo ressuscitado (1 Co 15.8). Além disso, devia haver nele uma clara consciência da chamada divina e sua nomeação (Rm 1.1; 1 Co 1.1, etc.) e, servindo ao Senhor, os sinais dum apóstolo (2 Co 12.2; 1 Co 9.2). É em virtude destas combinadas aptidões que os apóstolos se acham primeiramente na ordem dos dons, que Deus concedeu à Sua Igreja (1 Co 12.28; Ef 4.11). Eles conservavam-se numa relação espiritual com Jesus Cristo, que os fez depositários e autorizados pregadores da Sua Palavra (2 Pe 3.2, e repetidas vezes nos escritores da primitiva Igreja: cf. Ef 2.20 e Ap 21.14). Em conformidade com isto, a prova da apostolicidade foi mais tarde requerida nos escritos, que por fim fizeram parte do Cânon do Novo testamento” (Dicionário Bíblico Universal, A. R. Buckland, M.A., Editora Vida).

(04) “APÓSTOLO (gr apóstolos) é, literalmente, “enviado” (formado de apo, “de”, e stellõ, “enviar”). A palavra é usada acerca do Senhor Jesus para descrever Sua relação com Deus (Hb 3.1; veja Jo 17.3). Os doze discípulos escolhidos pelo Senhor para treinamento especial foram chamados assim (Lc 6.13; 9.10). Paulo, embora tivesse visto o Senhor Jesus (1 Co 9.1; 15.8), não tinha acompanhado os Doze todo o tempo do Seu ministério terrestre e, consequentemente, não era elegível para um lugar entre eles, de acordo com a descrição de Pedro sobre as qualificações necessárias (At 1.22, ARA). Paulo foi comissionado diretamente pelo Senhor, depois de Sua ascensão, para levar o Evangelho aos gentios. A palavra também tem uma referência mais ampla. Em Atos 14.4, 14, é usada para se referir a Barnabé como também a Paulo; Em Rm 16.7, a Andrônico e Júnias. Em 2 Co 8.23, dois irmãos anônimos são chamados “embaixadores [apóstolos] das igrejas; em Fp 2.25, Epafrodito é chamado “vosso enviado [apóstolo]. É usado em 1 Ts 2.6, acerca de Paulo, Silasa e Timóteo, para definir a relação deles com Cristo” (extraído de Notes on Thessalonians, de Hogg e Vine, pp. 59,60). O termo pseudapostoloi, “falsos apóstolos”, aparece em 2 Co 11.13)” (Dicionário VINE, W.E.Vine, pp. 407-408).

De forma genérica, todos os crentes são enviados a pregar o Evangelho. Portanto, somos apóstolos de Cristo. De uma forma mais restrita, e por imposição da ampliação da Igreja, muitos são chamados e enviados para missões espinhosas e especiais, como o foram os Doze. A critério do Espírito, uns são chamados “para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores”, para o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério e edificação do corpo de Cristo (1 Co 12.7; Ef 4.7, 11-12). A Bíblia recomenda que estejamos prevenidos contra os falsos mestres, falsos pastores e falsos apóstolos (Mt 7.15; 24.11, 24; Mc 13.22; 2 Co 11.13, 26; Gl 2.4; 2 Pe 2.1; 1 Jo 4.1). Para conhecê-los, façamos como os bereanos: examinemos se o que ensinam e praticam está conforme a Palavra.
10.11.2005

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