Os livros apócrifos são uma coleção de escritos religiosos que não foram incluídos no cânone bíblico pelos judeus ou pelas principais tradições cristãs, exceto pela Igreja Católica e pela Igreja Ortodoxa. Vamos analisar as considerações sobre esses livros e as posições das diferentes tradições cristãs:
### 1. *Considerações Gerais sobre os Livros Apócrifos*
Os livros apócrifos, também conhecidos como deuterocanônicos pelos católicos, incluem textos como:
- – Tobias
- – Judite
- – Sabedoria
- – Eclesiástico (Sirácida)
- – Baruque
- – 1 e 2 Macabeus
- – Adições a Ester e Daniel
Esses textos foram escritos entre os séculos III a.C. e I d.C. e são parte do que é conhecido como a Septuaginta, a tradução grega das Escrituras Hebraicas.
### 2. *A Posição da Igreja Católica*
A Igreja Católica considera os livros deuterocanônicos como parte integrante da Bíblia. Essa inclusão foi formalizada no Concílio de Trento (1545-1563) em resposta à Reforma Protestante. A Igreja Católica baseia essa decisão em vários fatores:
– *Uso Antigo:* Os livros deuterocanônicos eram amplamente usados pelos primeiros cristãos e estavam presentes na Septuaginta, a versão grega da Bíblia usada pelos judeus helenistas e pela Igreja primitiva.
– *Tradição:* Padres da Igreja, como Santo Agostinho, consideravam esses textos como Escritura Sagrada.
– *Liturgia:* Muitos desses livros eram lidos e usados na liturgia e na devoção da Igreja antiga.
### 3. *A Rejeição da Igreja Reformada*
Os reformadores protestantes, como Martinho Lutero, rejeitaram os livros apócrifos/deuterocanônicos, excluindo-os do cânone bíblico protestante. Eles basearam sua decisão em vários argumentos:
– *Cânon Judaico:* Os reformadores argumentaram que o Antigo Testamento deveria ser limitado aos livros que eram aceitos pelo cânon hebraico (Tanakh), que não inclui os apócrifos.
– *Inspiração e Autenticidade:* Muitos dos reformadores questionaram a inspiração divina e a autenticidade histórica e doutrinária desses livros.
– *Doutrina:* Algumas doutrinas presentes nos livros deuterocanônicos, como a intercessão dos santos e o purgatório, foram vistas como não conformes com a teologia reformada.
### 4. *Conclusão*
A validade dos livros apócrifos depende, portanto, da tradição religiosa a que se pertence. Para os católicos, esses textos são parte essencial das Escrituras Sagradas, fornecendo ensinamentos espirituais e históricos valiosos. Para os protestantes, esses livros são considerados úteis para leitura e edificação, mas não têm a mesma autoridade canônica que os livros do Antigo e Novo Testamentos.
Essa diferença reflete abordagens teológicas e históricas distintas, demonstrando a diversidade dentro do cristianismo na interpretação e valorização das escrituras sagradas.
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- Pr. Airton Evangelista da Costa
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