A Temperatura do Planeta

Os Estados Unidos plantaram ventos e agora colhem tempestades. Embora responsável por 36% das emissões mundiais de gases poluentes, o país de Bush recusou-se a assinar o Tratado de Kioto, cujo principal objetivo é reduzir drasticamente a poluição do planeta, e manter os níveis anteriores a 1990.
Não só os Estados Unidos. Em qualquer lugar há algum tipo de ação que provoca desequilíbrio no clima atmosférico. A América do Norte se apresenta com parcela maior de responsabilidade, por dois motivos: (1) É responsável pela emissão de um terço de todos os gases poluentes; (2) Não é signatária do Tratado de Kioto.
O Tratado de Kioto começou a ser delineado em 1992, na Conferência Eco 92 realizada no Rio de Janeiro, Brasil, quando 175 países assinaram a Convenção sobre Mudanças Climáticas. Foi um esforço comum para reduzir a emissão de gases de efeito estufa (GEE). No Protocolo de Kioto, de 1997, essa Convenção ganhou novo impulso. Nele, os países industrializados, responsáveis por 71% das emissões de dióxido de carbono (CO2), se obrigavam a reduzir suas emissões em 5,2% entre 2008 e 2012, em relação aos níveis verificados em 1990.
Na verdade, a poluição do ar vem sendo motivo de preocupações há mais tempo. Em 1988, foi criado o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) que confirmou a ameaça das mudanças climáticas e recomendou discussão global.
Depois de um longo esforço, chegamos ao Tratado de Kioto, uma lei internacional aprovada em 16.02.2005, que tenta impedir, por etapas, o avanço do aquecimento global, o mais grave problema ambiental do século XX. Os 141 países signatários do Acordo, trinta e dois pertencentes ao seleto grupo dos industrializados, deverão, entre 2008 e 2012, reduzir suas emissões em pelo menos 5%, tomando por base o ano de 1990. EUA e Austrália não assinaram o plano.
A liberação excessiva de dióxido de carbono na atmosfera é responsável, entre outros males, pelo efeito estufa, que consiste no acúmulo desses gases no ar, impedindo que as radiações de calor da terra possam ir para o espaço, criando assim o aquecimento global.
Representantes de 180 países, participantes da Quarta Reunião da Convenção das Nações Unidas sobre a Mudança Climática (COP4), organizada pela Organização das Nações Unidas (ONU), realizada em Buenos Aires (Argentina), de 2 a 11.11.98, concluíram que:

“A temperatura global poderá aumentar cerca de 3,5 graus centígrados até o ano 2.100, a maior mudança climática em dez mil anos”.

“A causa de tal problema – continua a nota – é a progressiva emissão de gases como resultado do uso dos CFCs (clorofluorcarbonos liberados pelos aparelhos de ar-condicionado, geladeiras e aerossóis) e da queima de derivados de petróleo (entre eles o óleo diesel e a gasolina). A solução seria a “crescente utilização de energia solar e eólica, mudança que encontra firme resistência dos países produtores e exportadores de petróleo. O efeito-estufa provocado pela emissão desses gases será catastrófico no fim do século XXI, quando a população do planeta estará em torno de 11 bilhões, o dobro da atual”.
Pelo processo da fotossíntese as plantas captam dióximo de carbono e liberam oxigênio. O desmatamento, portanto, agrava o problema. Há um excedente de dióxido na atmosfera. O Protocolo de Kioto abrange seis gases de efeito estufa produzidos por atividades humanas: dióxido de carbono (CO2), metano (CH4), óxido nitroso (N2O), hidrofluorcarbonos (HFCs), perfluorcarbonos (PFCs) e hexafluoreto de enxofre (SF6). Um dado curioso: Segundo estudo divulgado recentemente pelo próprio Governo brasileiro, mais de 77% do gás carbônico lançado na atmosfera tem origem nas queimadas. O Brasil como país em desenvolvimento não está obrigado a implementar ações de redução de gases. Porém, por causa das queimadas na Amazônia, tem sido pressionado a fazer parte do Acordo.
Apesar das evidências, a administração Bush não aceita o consenso de que a ação predatória do homem tem causado a elevação da temperatura do planeta, resultando em muitos males. O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, declarou que as mudanças climáticas são um problema global e precisam de uma resposta global séria e urgente.
Outro problema preocupante é o da diminuição da camada de ozônio. Leiam esta notícia recente: “GENEBRA, Suíça (Reuters)- 16.09.2005: – O buraco na camada de ozônio sobre a Antártida atingiu um tamanho quase recorde neste ano, sugerindo que os 20 anos de controle sobre agentes poluentes tiveram, até agora, um resultado pequeno, disse na sexta-feira a Organização das Nações Unidas (ONU). Em um boletim sobre a diminuição sazonal da concentração de ozônio na atmosfera, um gás responsável por filtrar a radiação ultravioleta do Sol, a Organização Mundial de Meteorologia (WMO), ligada à ONU, afirmou que o buraco atingiria seu tamanho máximo dentro de algumas semanas. A radiação ultravioleta é responsável por provocar câncer de pele e catarata”.
O nosso planeta está enfermo. O homem está destruindo a sua própria habitação. Mudanças climáticas, enchentes, secas que provocam incêndios, furacões, aumento do número de câncer de pele (o câncer maligno de pele cresceu 20% nos últimos dez anos), aumento da temperatura global e outros males na flora e na fauna, muitos deles não detectáveis pelos cientistas são conseqüência direta do progresso tecnológico e científico, por mais paradoxal que possa parecer. O problema é de difícil solução. O aumento da população – 4 bilhões em 1970; 6 bilhões em 2005; previsão de 9 bilhões de habitantes para 2.030 – exige mais indústrias para produzir bens de consumo e gerar empregos; as indústrias geram mais poluição que gera mais problema. Vejamos algumas notícias que falam do agravamento da situação:

“O ano (2004) também termina com um número acima da média de furacões e tufões devastadores. Enchentes mataram milhares de pessoas nas Filipinas e no Haiti, e tempestades provocaram prejuízos de US$ 43 bilhões nos Estados Unidos. Secas atingiram a África, a Índia e a Austrália e contribuíram para incêndios florestais de proporções recorde no Alasca”. Furacões, enchentes e temperaturas altas não se restringiram ao ano de 2004, mas continuam neste ano de 2005.
“Morte na Índia – Calor de até 50 graus mata pelo menos 250 na Índia – Nova Délhi – Pelo menos 250 pessoas morreram por insolação e desidratação por causa da onda de calor que afeta várias regiões da Índia informou a imprensa local nesta segunda-feira” (20.06.05 – O Estadão).
“Colapso gelado – Antártida perde porção gigantesca de gelo – Uma mudança assustadora ocorreu nos últimos meses na Península Antártica. Mais de 3.200 km² da plataforma de gelo Larsen desintegraram-se desde o início do ano. O resultado foi o surgimento de centenas de icebergs e a transformação da paisagem. “Agora é possível chegar de navio onde antes havia gelo com até 200 metros de espessura”, diz Jefferson Simões, glaciologista (especialista no estudo de geleiras) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Os números impressionam: o bloco que se desprendeu (720 bilhões de toneladas) corresponde a 4.200 toneladas de água para cada brasileiro. “Além desse, outros fatos alertam para as mudanças ambientais, como o aumento da temperatura atmosférica em até 2,5 °C nos últimos 50 anos”, diz Simões. Apesar de inesperado, não foi o primeiro colapso na Península Antártica. (Revista Galileu Online – 01052002).
“Furacão e aquecimento – A média de furacões por ano aumentou desde 1995. Hoje, são registrados de 12 a 14 por ano. O aumento, de acordo com meteorologistas, é conseqüência do aquecimento global”. (http://www.noolhar.com/opovo/cienciaesaude/409951.html).
“Em Portugal, governo decreta estado de calamidade por causa de incêndios florestais – O governo português decretou estado de calamidade pública em regiões atingidas por incêndios florestais desde a semana passada. O Ministério da Economia liberou 50 milhões de euros para ajudar os milhares pessoas que têm deixado suas casas e propriedades rurais, atingidas pelas chamas. Cerca de 3 mil bombeiros – com a ajuda de 400 soldados, 780 veículos e dezenas de aviões – combatem mais de 70 incêndios florestais, em meio a forte calor. Dez pessoas já morreram. Os incêndios atingem distritos como os de Lisboa, Aveiro, no centro do país, e Faro, na região do Algarve. Espanha – calor sufocante – Enquanto o governo português decretava ontem estado de calamidade pública em regiões do país atingidas por incêndios florestais, na Espanha a população continuava enfrentando um calor sufocante, com temperaturas semelhantes às do norte da África (Jornal da Tarde – SP – Terça-feira, 5 de agosto de 2003).
“Preocupação constante – O aquecimento global é o aumento da temperatura terrestre (não só numa zona específica, mas em todo o planeta) e tem preocupado a comunidade científica cada vez mais. Uma grande preocupação é se os elevados índices de Dióxido de Carbono que se têm medido desde o século passado, e tendem um aumentar, podem provocar um aumento na temperatura terrestre suficiente para trazer graves conseqüências à escala global, pondo em risco a sobrevivência dos seus habitantes”. (http://educar.sc.usp.br/licenciatura/2003/ee/
Aquecimentol1.html).

Furacões sempre ocorreram, mas tem havido considerável incremento nos últimos anos. “O furacão, que pode estende-ser até 1.000 quilômetros de diâmetro, é uma poderosa tempestade que produz ventos extremamente rápidos. Na realidade, o furacão é um ciclone (uma depressão) de forte intensidade. Ele compreende, às vezes, centenas de tempestades, podendo estender-se por centenas de quilômetros. Quando o furacão alcança o continente, provoca chuvas torrenciais de grande intensidade num curto intervalo de tempo, inundando as cidades costeiras. Nos últimos 30 anos, a média era de 10 a 11 furacões. Desde 1995, esta média subiu de 12 para 14”. O aumento do número de furacões está relacionado com o aumento da temperatura nos últimos anos (Ronaldo Rogério de Freitas Mourão é pesquisador-titutar do Museu de Astronomia e Ciências Afins).. .
Tem-se verificado não apenas um aumento no número, mas na força dos furacões. Não podemos deixar de mencionar o estrago causado pelo Furacão Katrina, o pior já registrado nos EUA nos últimos 13 anos. No dia 29 de agosto último, com ventos de até 233 km/h, assolou o sul dos Estados Unidos, e causou mais de 1.000 mortes (1.121 até 27.09.05).
A cada ação, uma reação. A Natureza está respondendo com fúria à ação predatória do homem. Merece nossa atenção o fato de que o país que mais emite gases poluentes é o que mais tem sofrido com os furacões. Não podemos trabalhar em cima de hipóteses, mas sabemos que os mistérios de Deus são grandes. Estariam os Estados Unidos sob castigo divino? A Palavra diz que atitudes pecaminosas são sementes que hão de produzir frutos malignos:

“Semearam vento e segarão tormenta” (Os 8.7). “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará” (Gl 6.7).

Tudo o que estamos presenciando é nada diante do que acontecerá no futuro. Naquele dia, a Terra irá tremer e arder sob a potente mão de Deus:

“O Dia do Senhor virá como o ladrão de noite, no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ARDENDO, se desfarão, e a terra e as obras que nela há SE QUEIMARÃO” (2 Pe 3.10).
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28.09.05

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