A Soberania de Deus e a Responsabilidade Humana

(Considerações Gerais) Autor(a): REV. JOSIVALDO DE FRANÇA PEREIRA

Pastor da I. Presbiteriana do Brasil. Bacharel em Teologia pelo Seminário Teológico Presbiteriano Rev. José Manoel da Conceição – SP e Doutorando em Ministério pelo Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper – SP. E-mail: [email protected]

“A soberania de Deus” e “a responsabilidade humana” são duas verdades bíblicas com as quais não temos dificuldade alguma quando são estudadas separadamente. O problema surge quando unimos essas duas doutrinas. Contudo, diga-se de passagem: o problema não está na junção delas, mas em nossa mente limitada e falível.

Quando o príncipe dos pregadores, Charles Spurgeon, foi indagado sobre como ele reconciliava a soberania de Deus e a responsabilidade humana, sua resposta foi taxativa e categórica: “Nunca reconcilio amigos”. Na mente de Deus não existe nada de errado com essas doutrinas. Elas estão harmoniosamente interligadas. Já na nossa mente podem parecer confusas e caóticas. Sendo assim, por que devemos estudar algo que parece estar além de nossa compreensão? Simplesmente porque as doutrinas da soberania de Deus e responsabilidade humana não são irracionais. Até onde podem ser estudadas é preciso fazê-lo porque Deus quer nos abençoar através delas. Além disso, aceitar essas doutrinas é um ato de fé e obediência à Palavra de Deus. Guardá-las no coração proporciona equilíbrio espiritual e maturidade bíblica.

Enfatizar a soberania de Deus em detrimento da responsabilidade humana é hiper-calvinismo. Enfatizar a responsabilidade humana em detrimento da soberania de Deus é arminianismo. Ou seja, é criar inimizade entre amigos; separação entre quem vive em perfeita paz e harmonia.

Por mais difícil que seja a compreensão dessas doutrinas, o calvinismo bíblico as aceita e as defende porque a Bíblia as ensina em pé de igualdade. “A soberania de Deus e a responsabilidade humana são verdades ensinadas lado a lado na mesma Bíblia; algumas vezes, de fato, no mesmo texto” (J. I. Packer). Por exemplo, em Lucas 22.22 está escrito: “Porque o Filho do Homem, na verdade, vai segundo o que está determinado, mas ai daquele por intermédio de quem ele está sendo traído!” (cf. Atos 2.23). Uma pessoa distraída (ou má intencionada) poderia perguntar: “Se o que aconteceu com Jesus foi determinado por Deus, então, que culpa teve Judas Iscariotes?”. A verdade é que a soberania de Deus não anula a responsabilidade do ser humano. Somos seres morais responsáveis por nossas atitudes. Por isso Jesus pregou: “… arrependei-vos e crede no evangelho” (Mc 1.15).

Extraído de bibliaworldnet

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