A Conversão de Zaqueu

Foram veiculadas no meu Grupo de Amigos várias opiniões sobre a conversão de Zaqueu (Lc 19.2-10). Uns defenderam a tese de que Zaqueu passou a ser caridoso e justo a partir do momento em que se encontrou com Jesus. Outros disseram que o “chefe dos publicanos” já praticava a caridade, antes mesmo de receber a visita do Mestre.

A divergência de opiniões decorreu em função do tempo verbal usado: “E, levantando-se Zaqueu, disse ao Senhor: Senhor, eis que DOU aos pobres metade dos meus bens; e, se em alguma coisa tenho defraudado alguém, o RESTITUO quadruplicado” (v.8 – grifo meu). Vejamos as várias opiniões.

Síntese dos argumentos dos que foram a favor de uma bondade anterior à visita:

Do pastor Vandir Allas:

“Eis que DOU (não é darei) aos pobres metade dos meus bens e, se em alguma coisa defraudo alguém, restituo (não é RESTITUIREI) quadruplicado.” A minha leitura me dá a convicção que Zaqueu já cumpria a lei e já ofertava aos pobres. E que era marginalizado pelo ódio nutrido pelo povo judeu aos publicanos que recolhiam impostos para o império romano, etc.”

Síntese dos argumentos dos que foram a favor de uma mudança de comportamento a partir da visita de Jesus:

Do pastor Adelino Oliveira:

“Veio a salvação porque chegou o Salvador, que ele tanto queria conhecer, e que as boas obras por melhores que pareçam ser, não têm poder para regenerar ninguém. A salvação do pecador é um ato instantâneo operado pelo poder de Deus, que leva o pecador a consertar seus caminhos de imediato, produzindo a santificação”.

De André Sá:

“Zaqueu provavelmente já alimentara o desejo de ser honesto e fazer as coisas certas antes de seu contato com JESUS. Mas só decidiu realizar essa vontade quando teve o contato em sua casa com JESUS”.

De Fábio Pereira, enviando comentário de F. Davidson:

“Zaqueu se levantou e disse (8); indicando a solenidade da afirmativa que tinha a fazer naquele momento. Foi o resultado de seu contato pessoal com Cristo. Resolvo dar aos pobres a metade de meus bens (8); um ato que ele levou avante naquele momento e depois disso. Restituo quatro vezes mais (8). Esta foi uma das penalidades extremas impostas pela lei quando um homem era compelido a fazer uma reparação do que havia roubado (vide #Êx 22.1; #2Sm 12.6). Zaqueu impõe sobre si a penalidade devido às suas ações injustas como um publicano”.

Do pastor Aldenir Monteiro Marques:

“Ali estava a definição de Zaqueu o conhecimento do projeto para a sua vida, o deixar o pecado e ter uma nova vida porque deixou o Senhor fazer parte da sua vida e do seu lar recebeu a salvação daquele que tinha para ele essa grande alegria. A mudança de Zaqueu se deu somente depois do encontro com o Senhor Jesus.Assim ocorre com todos os homens”.

De José Pinto Ferreira:

“Para Jesus foi naquele dia que ele foi salvo. Talvez alguém distinga a salvação de Zaqueu da salvação da sua família (a casa, V. 9), mas em meu entender isso seria forçar o texto ou especular sobre ele. O mais natural é que nem Zaqueu nem os seus familiares conheciam Jesus, e portanto não eram salvos até que Jesus entrou naquela casa e houve mudanças radicais no coração de Zaqueu e dos seus familiares”.

Do pastor Airton Costa:

“Dou aos pobres” e “Restituo” estão no mesmo tempo verbal, no indicativo presente. Se a primeira expressão pode ser entendida como uma ação costumeira na vida de Zaqueu, a de, com freqüência, repartir seus ganhos com os pobres, a segunda deveria, por coerência, seguir o mesmo raciocínio. Ou seja: com freqüência, Zaqueu cobrava mais do que era devido e, ato contínuo, restituía quatro vezes mais. Todavia, as duas posições são incompatíveis. Ele seria um ladrão bonzinho. Cobrava impostos elevados e indevidos dos mais abastados e aos pobres dava uma espécie de “bolsa-família”. Zaqueu estaria praticando uma redistribuição de renda por meios escusos. O contexto nos leva ao entendimento de que a partir do encontro com Jesus, Zaqueu se arrependeu de seus pecados e passou a trabalhar com honestidade”.

De Wilson de Oliveira Carvalho:

“O versículo 8 nos dá a idéia sobre a sua “dor de consciência” quando assim se expressou: “SENHOR, RESOLVO DAR AOS POBRES A METADE DOS MEUS BENS; E, SE NALGUMA COISA TENHO DEFRAUDADO(*) ALGUÉM, RESITUO QUATRO VEZES MAIS”(Lucas, 19:8)”.

Opiniões colhidas em sites diversos, a favor da conversão instantânea:

Pr. Neumoel Stina:
www.jesusvoltara.com.br/sermoes/sermao51.htm

“Como poderia Jesus, se hospedar na casa de um traiçoeiro? Ladrão do seu próprio povo? Jesus não repreendeu Zaqueu por ser um homem altamente desonesto. O próprio Zaqueu reconheceu que sendo amigo de Jesus, agora, deveria mudar de vida e antes que Jesus dissesse qualquer coisa Zaqueu tomou uma decisão. Resolveu dar metade dos seus bens aos pobres e devolver quadruplicadamente ao que foi defraudado”.

Pe. Alírio José Pedrini SCJ:
http://www.asj.org.br/aulas_detalhe_livre.asp?cod_curso=117&codigo=3973
“O mal de Zaqueu foi vencido pelo bem de Jesus; o pecado de Zaqueu foi derrotado pela Misericórdia de Jesus. Zaqueu iniciou sua caminhada de conversão. A luz das Palavras de Jesus penetrou na consciência de Zaqueu e afastou as trevas de sua corrupção”.
Do Espiritismo: (http://www.feparana.com.br/biografias/zaqueu.htm):
“O que fazer para ser digno?” pensa o cobrador de impostos. Restituir quadruplicado era penalidade da Lei Romana e, em alguns casos, também do Código de Israel, aos que utilizassem de injustiça para com os demais. Nesse momento, Zaqueu se faz juiz e acusador de si próprio”.

Do Catolicismo:
www.arquidiocese-bh.org.br/artigo/artigo.asp?id=131
“Este encontro traz conseqüências bem concretas, envolvendo a vida no seu todo, porque envolveu o todo da pessoa. Zaqueu confessa o seu próprio pecado, e assume o compromisso de reordenar a sua conduta”.
Pr José Antonio Corrêa (batista):
www.proveg.com.br/igrejabatista/sermoes/zaqueu_
alguns_pontos_importantes_sobre_personagens_envolvid.htm

“Sabemos que a pessoa que tem um encontro com o Senhor, nunca mais será a mesma. Foi o que aconteceu com Zaqueu… “Entrementes, Zaqueu se levantou e disse ao Senhor: Senhor, resolvo dar aos pobres a metade dos meus bens; e, se nalguma coisa tenho defraudado alguém, restituo quatro vezes mais”. Jamais Zaqueu poderia ter tomado esta decisão de não fosse pelo seu encontro com o Senhor”.

Pr Jorge Luiz César Figueiredo
www2.uol.com.br/bibliaworld/igreja/mensag/jorge11.htm
“Zaqueu tomou Uma decisão que mudou sua vida – Ao ouvir de Jesus que iria a sua casa, Algo novo aconteceu a Zaqueu, uma experiência que ele jamais sentira, uma alegria diferente inundava seu ser. Ao receber Jesus, Zaqueu lhe comunica a decisão de mudar, de ser diferente, essa comunicação veio na forma de disponibilizar-se a devolver, restituir o que ele tirou dos outros e ainda mais, doar parte do que era seu”.

Do Espiritismo:
www.espirito.org.br/portal/artigos/diversos/
evangelho/a-proposta-do-cristo.htmlk

O envolvimento fluídico na questão é tão patente, que bastaram alguns momentos em contato com o Mestre para que se processassem profundas modificações morais em Zaqueu”.

De Jaqueline Santos:
www.lagoinha.com/igreja/materias.asp?codMateria=1781

“Um encontro com Deus trouxe na vida dele uma mudança de caráter e, conseqüentemente, a salvação da sua casa”.

Giancarlo Giojelli
www.passos-cl.com.br/pagina.asp?cod=135&tipo=0

“O Evangelho diz que “se levanta” e diz depressa a Jesus a primeira coisa que lhe vem à cabeça. E é uma coisa enorme para ele, que fizera do dinheiro, do engodo, da fraude o seu verdadeiro Deus: “Senhor, darei a metade dos meus bens aos pobres, e se defraudei a alguém, restituo-lhe o quádruplo”.

http://www.ipilon.org.br/v2/content/view/176/183/

“Zaqueu tinha a reputação de um homem pecador (19.7). Ele não se justificou, mas confessou e demonstrou verdadeiro arrependimento (19.8).

http://www.clubedaluz.com.br/Trapaceiro.htm :

“Naquele comovente encontro com Jesus, Zaqueu encontrou a solução que estava procurando! Agora a riqueza e as possessões haviam deixado de ser o mais importante. Emocionado, Zaqueu declarou: “Jesus, eu quero que o Senhor saiba aqui e agora que decidi mudar!”

www.geocities.com/athens/agora/8337/zaqueu2.htm :
Prof. Anísio Renato de Andrade

“Naquele momento, Zaqueu se converteu. Como sabemos disso? Por causa das suas decisões e das ações que executaria”.

A seguir, o texto completo dos argumentos do pastor Airton Costa:
“Por que “todos murmuravam, dizendo que Jesus entrara para ser hóspede de um homem pecador” (Lc 19.7)? Em que se baseava a multidão para declarar pecador um homem que distribuía metade de tudo quanto ganhava, e, se numa falha, cobrava a mais de alguém – quem sabe por erro de cálculo -, fazia a devida restituição do valor multiplicado por quatro? Só porque Zaqueu era cobrador de impostos? Ora, de acordo com a interpretação sugerida, Zaqueu era um homem honestíssimo. Até hoje, passados dois mil anos, não conheço um homem com tal desprendimento.

Segundo, por que um homem tão bom, reto e justo foi equiparado por Jesus a uma ovelha desgarrada, uma alma perdida, quando disse: “Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o que se havia perdido”?

Terceiro, é muito estranho que Zaqueu, honestíssimo e caridoso, escolhesse um momento solene para declarar exatamente isso: sou honesto e caridoso. Se ele distribuía metade de seus ganhos aos pobres, muitos dos que ali estavam conheciam a sua generosidade. Vanglória e bondade regra geral não se combinam. Ele teria sido perdoado por Jesus porque fez tal declaração ou porque se arrependeu e mudou de vida?

Quarto, “Dou aos pobres” e “Restituo” estão no mesmo tempo verbal, no indicativo presente. Se a primeira expressão pode ser entendida como uma ação costumeira na vida de Zaqueu, a de, com freqüência, repartir seus ganhos com os pobres, a segunda deveria, por coerência, seguir o mesmo raciocínio. Ou seja: com freqüência, Zaqueu cobrava mais do que era devido e, ato contínuo, restituía quatro vezes mais. Todavia, as duas posições são incompatíveis. Ele seria um ladrão bonzinho. Cobrava impostos elevados e indevidos dos mais abastados e aos pobres dava uma espécie de “bolsa-família”. Zaqueu estaria praticando uma redistribuição de renda por meios escusos.

O contexto nos leva ao entendimento de que a partir do encontro com Jesus, Zaqueu se arrependeu de seus pecados e passou a trabalhar com honestidade.

Conclusão – Ao dizer “EU DOU”, Zaqueu manifestava o desejo de fazê-lo com presteza, imediatamente, sem demora. Ele declarou solenemente que, daquele momento em diante, agiria daquela forma”.
04.12.06

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