Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja”

VEJAMOS algumas considerações sobre a declaração acima, conforme Mateus 16.18:

“O significado desta passagem é que Cristo edificará a sua igreja sobre a verdade da confissão feita por Pedro e os demais discípulos, i. e., que Jesus Cristo, é o Filho do Deus vivo (v. 16;At 3.13-26). Jesus emprega um trocadilho. Ele chama seu discípulo de “Pedro” (gr.Petros, que significa uma pedra pequena). A seguir, Ele diz: “Sobre esta pedra (gr. Petra, que significa uma grande rocha maciça ou rochedo) edificarei a minha igreja”, i.e., sobre a confissão feita por Pedro. (1) É Jesus Cristo a pedra, i.e., o único e grande alicerce da igreja (1 Co 3.11). Pedro declara que Jesus é “a pedra viva… eleita e preciosa… a pedra que os edificadores reprovaram” (1 Pe 2.4,6, 7; At 4.11). Pedro e os demais discípulos são “pedras vivas”, como parte da estrutura da casa espiritual (a igreja) que Deus está edificando (1 Pe 2.5). (2) Em lugar nenhum as Escrituras declaram que Pedro seria a autoridade suprema e infalível sobre todos os demais discípulos (cf At 15; Gl 2.11). Nem está dito, também, que Pedro teria sucessores infalíveis, representantes de Cristo e cabeças da igreja. Tais ideias são injunções do homem e não a verdade das Escrituras” (Bíblia de Estudos Pentecostal).

“ROCHA (gr petra) denota “massa de pedra”, em distinção de “petros” “pedra solta” ou “pedregulho”, ou uma pedra que pode ser lançada ou facilmente movida. Em Mateus 16.18, “petra” é usada metaforicamente acerca de Cristo e do testemunho relativo a Ele [“Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”]. Aqui a distinção entre “petra” concernente ao próprio Senhor, e “Petros”, o apóstolo, é clara”. (Fonte: Dicionário VINE).
“Há diferentes modos de se entender essa passagem (Mt 16.18), mas nenhuma delas dá suporte à posição católica romana quanto a ser a igreja construída sobre São Pedro, que veio a ser o primeiro papa – infalível em todos os seus pronunciamentos oficiais em questão de fé e doutrina. Isso é evidente por muitas razões. Em primeiro lugar, Pedro era casado (Mt 8.14), e os papas não se casam. Se o primeiro papa pôde ser casado, questiona-se então o pronunciamento posterior proibindo o casamento de todo sacerdote (inclusive o papa). Em segundo lugar, Pedro não era infalível em suas visões quanto à vida cristã. Até mesmo Paulo teve que adverti-lo quanto à sua hipocrisia, porque ele não procedia “corretamente segundo a verdade do Evangelho” (Gl 2.14). Em terceiro lugar, a Bíblia claramente afirma que Cristo é o fundamento da igreja cristã, insistindo que “ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo” (1 Co 3.11). Em quarto lugar, a respeito do único sentido em que Pedro desempenhou um papel de fundamento da igreja, isso ele compartilhou com todos os demais apóstolos, que também tiveram esse papel. Pedro não foi o único. Nesse sentido, Paulo declarou que a igreja é edificada “sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Jesus Cristo, a pedra angular” (Ef 2.20). De fato, a igreja primitiva perseverou com firmeza na “doutrina dos apóstolos [não na de Pedro somente] (At 2.42). Até mesmo, “as chaves do reino dos céus”, que foram dadas a Pedro (Mt 16.19), foram dadas também a todos os discípulos (cf. Mt 18. 1, 18). Em quinto lugar, não há indicação alguma de que Pedro tenha sido o chefe da igreja primitiva. Quando o primeiro concílio reuniu-se em Jerusalém, Pedro apenas teve a função de introduzir o assunto (At 15.6-11). Tiago parece ter tido uma posição mais importante, assumindo a reunião, dando o seu parecer e fazendo o pronunciamento final (cf. At 15.13-21). Em nenhum evento Pedro é referido como sendo “coluna” da igreja. Ao contrário, Paulo fala de “colunas” (no plural), tais como “Tiago, Cefas e João” (Gl 2.9). Pedro (aqui chamado de Cefas) nem mesmo foi o primeiro citado entre as colunas. Em sexto lugar, muitos intérpretes evangélicos acreditam que a referência de Jesus a “esta pedra” (Mt 16.18), sobre a qual sua igreja seria construída, era para o firme (como uma rocha) testemunho de Pedro de que Jesus era “o Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mt 16.16). Mas mesmo que essa pedra refira-se a Pedro (Petros, pedra), o que é certamente uma possível interpretação, ele seria apenas uma pedra no fundamento apostólico da Igreja (Mt 16.18), não a rocha. Nem ainda ele seria a única pedra apostólica. Até mesmo o próprio Pedro admitiu que Cristo é “a principal pedra angular” (1 Pe 2.7), e Paulo observa que os outros apóstolos são todos partes desse “fundamento” (Ef 2.20)”.(Fonte: Manual Popular de Dúvidas, Enigmas e “Contradições” da Bíblia, Norman Geisler e Thomas Howe).

Transcrição: Pr. Airton Evangelista da Costa

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