O terrorismo mundial está colocando de joelhos as nações. O medo grassa. São pálidos os resultados obtidos com as ações bélicas implementadas pelos Estados Unidos, em que pese sua férrea disposição de erradicar o terror. Osama Bim Laden continua vivinho da silva, com milhares de seguidores dispostos a morrer pela causa. Que Causa? Subjugar as nações que não rezam pela cartilha de sua crença e se solidarizam com Bush. Os terroristas demonstram capacidade de fogo para operar em vários países ao mesmo tempo. Vocês já imaginaram o que seria do mundo se eles possuíssem bomba atômica?
As mais poderosas armas mostram-se ineficazes contra o inimigo invisível. Agem na sombra. Urdem seus desvarios na calada da noite. A surpresa no ataque é a arma mais poderosa. Inglaterra e Estados Unidos já estão cientes de que é impossível evitar um ataque. Resta-lhes contar seus mortos, melhorar as ações preventivas, gastar bilhões… E esperar a próxima tragédia. Essa a realidade.
O Brasil tem sido poupado desse tipo de terror. Talvez seja melhor dizer que o terror tem poupado o Brasil. Nossos belicosos traficantes são visíveis; estão em determinadas áreas; não raro confrontam-se com a Polícia. Afora isso, e mais a tragédia da fome, da violência e do trânsito assassino, temos uma tragédia não menos devastadora: a corrupção. Seus operadores também agem na calada da noite, no silêncio dos gabinetes atapetados e climatizados. Mas vem de longas datas a ladroagem dos homens de colarinho branco. Leiam o que o Padre Antônio Vieira escreveu, há 308 anos:
“O brasileiro que atravessar a fase atual, terá que testemunhar à descendência, com as cãs envergonhadas, uma longa página de amargura e vilipêndio, onde os olhos de nossos filhos buscarão um ponto de refrigério em que espaireçam; um país opulento, inexaurível, como a natureza mesma, e, todavia, física e moralmente estagnado, na sua imensa amplidão, como um vasto pântano; um governo lição viva de todas as corrupções; a câmara dos deputados aviltada, graças às suas próprias obras, até às valas das galerias; a magistratura, atirada fora a toga da justiça, a ostentar desvaladamente o escândalo das mais delirantes e indecentes paixões; o executivo dissipando, transigindo, contraindo encargos públicos, sem autorização orçamentária; os ministros da fazendo acumulando montanhas de dívida; a voragem do déficit. A escancarar de dia em dia um sorvedouro capaz de tragar dentro em pouco a nossa receita total; o comércio e a indústria sob a pressão de impostos irracionais” (Sermões e Cartas do Padre Antônio Vieira, Ivan Lins, Ediouro, 3ª edição).
Como vimos, a corrupção começou há vários séculos. É como um câncer alojado nas entranhas das instituições. Aliás, a natureza corrompida do ser humano começou no jardim do Éden, a partir da desobediência do primeiro casal. A partir daí, a propensão ao mal se tornou congênita. Não adianta mudar o governo se os homens continuam com a mesma irrefreável sede de poder e riqueza.
O mundo se livrará totalmente da iniqüidade, da violência e dos atos de terror? Não, muito pelo contrário. Nos tempos do fim, haverá mais aflições:
“E ouvireis de guerras e de rumores de guerras; olhai, não vos assusteis, porque é mister que isso tudo aconteça, mas ainda não é o fim; mas todas essas coisas são o princípio das dores; nesse tempo, muitos serão escandalizados, e trair-se-ão uns aos outros, e uns aos outros se aborrecerão; e, por multiplicar a iniqüidade [pecado, maldade, injustiça, desobediência deliberada e consciente aos mandamentos divinos] o amor de muitos se esfriar; haverá, então grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco haverá jamais. (Mt 24.6-12; 24.21).
Os princípios morais irão se deteriorando mais e mais entre os que se rebelam contra Deus. Os homens de corações empedernidos irão de mal a pior em suas maldades, em todas as áreas: imoralidade, perversão sexual, fornicação, adultério, pornografia, drogas e diversões sensuais. O Maligno age em muitas frentes de trabalho e através de múltiplas formas. Possui seus instrumentos em todas as áreas da atividade humana.
Dito isto, chegamos ao chefe dos terroristas, o maioral, o “deus deste século”. A guerra contra homens nunca findará e nunca produzirá soluções definitivas: “Porque não temos que lutar contra carne e sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade nos lugares celestiais” (Ef 6.12). A Igreja, com a armadura de Deus, já vem lutando contra o diabo e suas hostes. O mundo estaria em pior situação não fosse o poder da oração dos santos, a intercessão contínua, a presença viva no seu meio dAquele que veio “destruir as obras do diabo”.
O aprisionamento de satanás e seus anjos será no devido tempo, no tempo de Deus. Eles, bem como os iníquos, ficarão eternamente sob castigo, numa penitenciária inexpugnável e única; não precisarão ser transferidos de prisão em prisão:
“E, então, lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade; apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos; e o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde está a besta e o falso profeta; e de dia de noite serão atormentados para todo o sempre” (Mt 7.21; 25.41; Ap 20.10).
Eis a solução definitiva para os males da humanidade.
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23.07.05