“Porque, comendo, cada um toma antecipadamente
a sua própria ceia; e assim um tem fome, e outro
embriaga-se” (1 Co 11.21).
Essa descrição não é a da Ceia, na qual se come o pão e se toma o vinho, representativos do corpo e do sangue de Jesus. A explicação está no versículo anterior: “De sorte que, quando vos ajuntais num lugar, não é para comer a Ceia do Senhor” (v.20).
A frase “um tem fome e outro embriaga-se” deve ser entendida como “um come pouco e outro come muito”. Jamais pode ser entendida como uns bebem muito vinho e outros nada comem. Vejamos o comentário a seguir:
Outro embriaga-se – “Um tem fome, e outro embriaga-se”, pode ser traduzido: “Um tem fome e outro come demais. Esta tradução é preferida pelas seguintes razões:
(1) A palavra “embriagar-se” (gr. Mehuo) tem dois sentidos. Pode referir-se a: (a) ficar bêbado, ou (b) ficar farto ou satisfeito, sem qualquer referência à embriaguez.
(2) O contexto deste versículo relaciona-se claramente com refeição em geral. Quando os coríntios se reuniam para suas refeições de confraternização, antes da Ceia do Senhor (cf. 2 Pe 2.13; Jd v.12), alguns se reuniam em grupos pequenos e tomavam suas refeições à parte(vv.18,19). Os pobres, que não podiam trazer refeição, eram desconsiderados e deixados com fome. Paulo não se referia à embriaguez, senão ele certamente a teria condenado tão severamente quanto a condenou noutras partes dessa epístola (cf. 6.10: [“Não erreis: nem os sodomitas… nem os bêbados herdarão o Reino de Deus”]. Ele considerava a embriaguez, não apenas como mera questão de desconsideração com os demais, mas como algo tão grave que exclui a pessoa do Reino de Deus (6.10; Gl 5.21)” (Fonte: Bíblia de Estudo Pentecostal).
Portanto, a Ceia do Senhor não pode assemelhar-se a uma refeição para o alimento do corpo. Na epístola sob comentário, o apóstolo estabelece essa diferença: “Quando vos ajuntais num lugar, não é para comer a Ceia do Senhor” (v.20).
A participação do cristão na Ceia do Senhor deve ser feita de forma digna e respeitosa: “Portanto, qualquer que comer este pão ou beber o cálice do Senhor, indignamente, será culpado do corpo e do sangue do Senhor” (v.27).
O apóstolo conclui com uma recomendação: “Portanto, meus irmãos, quando vos ajuntais para comer [e não para a Ceia], esperai uns pelos outros [isto é, para que haja uma divisão justa e equilibrada dos alimentos]. Mas, se algum tiver fome, coma em casa” (v.33,34). Fica claro que essas reuniões não podiam ser consideradas Ceia do Senhor.