MAÇONARIA –
Katia Cristina – Igreja Batista do Campo dos Afonsos, Rio de Janeiro.
Um pequeno histórico
Alguns dizem que o primeiro maçom foi Adão. Surgindo a
maçonaria no Éden, ou que ela remonta a mais antiga
história da civilização humana e se perdeu nas brumas
do tempo. Exageros à parte, vejamos até onde a
história registra o seu surgimento.
Muitos escritores maçônicos são de opinião que a
maçonaria teve sua origem numa confraria de pedreiros,
criada por Numa, em 715 a.C., que viajava pela Europa
construindo basílicas. Com o passar dos tempos, porém,
essa sociedade perdeu o seu caráter primitivo e muitas
pessoas estranhas à arquitetura nela foram admitidas.
Alguns acham que ela teve uma origem mais remota:
seria originária dos antigos mistérios pagãos
religiosos do velho Egito e da antiga Grécia. Outros
admitem que ela se originou por ocasião da construção
do templo de Jerusalém, no reinado de Salomão, rei dos
israelitas (1082-975 a.C.), e tendo como fundador e
arquiteto, Hiram Abif.
De acordo com a maioria das autoridades maçônicas, a
maçonaria moderna (também chamada de maçonaria
“especulativa”) teve seu primeiro registro com a
fundação da primeira Grande Loja, em Londres, 1717
A.D.).
Trata-se de uma sociedade, dita, filantrópica,
fraternal e parcialmente secreta (ou discreta, como
alguns preferem chamar). É uma sociedade religiosa ou mesmo uma religião,dependendo da ótica de quem a vê.
Como religião, acredita num Ser Supremo que chamam
Grande Arquiteto do Universo (G:.A:.D:.U:.), exigindo
de seus candidatos a crença neste ser não definido e
inominado; comum a todas as religiões. Possui rituais próprios, de adoração, casamento,funerais, festas, juramentos, iniciações e para as reuniões ordinárias e formais. Reúnem-se em Templos, onde encontram-se altares e um Livro Sagrado (que pode ser a Bíblia, ou, outro livro
considerado sagrado para qualquer religião). As Lojas
são dirigidas por ministros (veneráveis). As reuniões
são abertas e fechadas com uma oração, invocando a
benção do Grande Arquiteto do Universo. Tem um
conceito para a alma humana que é eterna e que tem a
sua salvação, ou, evolução através das boas obras.
A maioria dos maçons que participam dos rituais não
compreende o seu verdadeiro sentido oculto. Seguem a
maçonaria apenas com uma participação irrefletida nos
rituais, apenas imitam o que os outros fazem ou mandam
fazer. Para estes, a maçonaria não é ocultista.
Tais maçons desconhecem o significado misterioso de
muitos dos símbolos e rituais maçônicos. Segundo C. W.
Leadbeater (33o.), em A Vida Oculta na Maçonaria (pág.
275), “tudo na loja maçônica – os móveis, os símbolos,
a abertura e o encerramento da loja, os rituais e
gestos tanto dos três primeiros graus (Loja Azul ou
Simbólica) quanto dos graus mais avançados – está
cheio de simbolismo derivado de antigas religiões
pagãs”. Como exemplo, a respeito da ressurreição de
Hiram Abif, simbolizada no terceiro grau de
Mestre-Maçom, Clymer declara, em seu livro, Antiga
Maçonaria Mística Oriental (pág. 53): “Qualquer pessoa pode
reconhecer no Mestre-Maçom, Hiram, o Osíris dos
Egípcios, O Mithra dos Persas, o Baco dos Gregos, o
Atys dos Frígios, cuja paixão, morte e ressurreição
esses povos celebravam, da mesma forma que os cristãos
celebram até hoje a de Jesus Cristo. Aliás, este é o
modelo eterno e invariável de todas as religiões que
se sucedem na Terra”.
A maçonaria bebe livremente das fontes das religiões
egípcias, cananitas, babilônicas, gregas, da filosofia
hermética (gnóstica), do zoroastrismo, do islamismo,
do misticismo, da Rosacruz, das religiões orientais e
dos conceitos hoje chamados a Nova Era.
O conceito de Deus na maçonaria
Será que o “deus” da maçonaria é semelhante ao Deus da Bíblia?
É difícil descobrir o nome da divindade da maçonaria,
visto que este é um segredo bem guardado. Para os
profanos, ou seja os de fora, é descrito como “Grande
Arquiteto do Universo” (G:.A:.D:.U:.). A intenção é
justamente de parecer algo vago.
Nos graus inferiores a divindade é chamada de “Deus”,
ou “Soberano Árbitro dos Mundos”, ou como G:.A:.D:.U:.
Dentro da Loja, quando se progride para os graus mais
elevados, a natureza de deus começa a tomar uma forma
menos suave. O deus da maçonaria é um deus “genérico”.
Seu rótulo está em branco, de maneira que se quiser
escrever nele Alá, Krishna ou até Satanás, você pode,
e nenhum maçom objetará. Este é, evidentemente, o
“deus-do-menor-denominador-comum”.
Diz-nos Albert Mackey, autoridade maçônica (Mackey’s
revised encyclopedia of Freemasonry, p. 409-10): “Pode
estar certo […] que Deus está igualmente presente
com o hindu piedoso no templo, o judeu na sinagoga, o
muçulmano na mesquita e o cristão na igreja”.
O princípio maçônico é um Ser Supremo, e qualquer
qualificação acrescentada é uma inovação e distorção.
O Monoteísmo… viola os princípios maçônico, pois
exige a crença num tipo específico de Divindade
Suprema.
Deste modo, se você disser ao satanista que ele não
pode ser maçom porque o seu ser supremo, o diabo, não
é um deus de primeira linha, estará violando os
“princípios maçônicos”.
Sabemos que o deus da bruxaria é Lúcifer. Assim,
quando alguém é convidado a fazer parte da maçonaria,
é visitado por dois maçons que o interrogam com
diversas perguntas, sendo que uma delas é se acredita
num Ser Supremo. Se ele for um bruxo ou um cristão,
isto não vem ao caso, o que importa é que ele acredite
num Ser Supremo, seja ele Deus ou o Diabo. Nas Lojas
encontramos muitos adoradores de Lúcifer que atingem
grau elevado nos rituais.
Então, quando a maçonaria afirma que o Deus adorado
por todos os homens é o Deus da maçonaria, isto não
pode ser verdade. A maçonaria tem um conceito distinto
de Deus, que discorda de quase todos os conceitos
específicos de outras religiões.
A maçonaria ensina, no grau do Arco Real (do Rito de
York) que o nome verdadeiro de Deus é Jabulom.
O candidato aprende claramente no seu manual maçônico
que o termo “Jabulom” é um termo composto para Jeová
(Jah), Baal (Bul ou Bel) e On (uma possível referência
a Osíris). Neste nome composto é feita uma tentativa
de mostrar mediante uma coordenação de nomes
divinos… a unidade, identidade e harmonia das idéias hebraicas, assírias e egípcias sobre deus, e a harmonia do Arco Real com essas religiões antigas.
Bal era uma divindade tão maligna que encontrar o nome
do Deus único, verdadeiro e santo, Jeová, ligado ao de
Baal e On nos ritos maçônicos é blasfêmia. Quem quer
que estude a malignidade de Baal no Antigo Testamento pode ver isso claramente. (Ver: 2 Rs 17:16 e 17; Jr 23:13 e 32:35)
Deus não é uma combinação de todos os deuses. A Bíblia
nos ensina que só o Deus cristão é o Deus único e
verdadeiro, e não uma associação de todos os deuses.
(Ver 2 Cr 6:14, Is 42:8 e Dt 4:39)
Cristo na maçonaria
Se encontramos um conceito tão artificial e vago de
Deus, o que esperar do Seu Filho, o nosso Redentor e
Salvador Jesus Cristo?
Se buscarmos na literatura maçônica informações acerca
de Jesus Cristo descobre-se uma ausência quase total
de dados a esse respeito.
Embora nas reuniões maçônicas sejam feitas orações, é
expressamente proibido orar em nome de Jesus, para não
ofender a sensibilidade religiosa dos maçons que são
membros de outras religiões que negam ser Jesus a
única encarnação de Deus e Salvador do mundo. Por
exemplo, a natureza e missão únicas de Cristo são
negadas pelos hindus, budistas, muçulmanos, judeus,
etc. A fim de não ofender essas pessoas, ela ofende os
cristãos.
Em nenhum lugar da literatura maçônica você vai
encontrar Jesus chamado de Deus ou de Salvador do
mundo, que morreu pelos pecados do homem. Retratá-Lo
dessa forma iria “ofender” os homens a maçonaria
não quer ofender ninguém. A maçonaria ensina que Jesus
era apenas homem.
A maçonaria exclui completamente, todos os ensinos
bíblicos específicos sobre Cristo, tais como a Sua
encarnação, missão redentora, morte e ressurreição. A
maçonaria “exclui cuidadosamente” o Senhor Jesus
Cristo das Lojas e Capítulos, repudia sua mediação,
rejeita a sua expiação, nega e não reconhece o seu
evangelho, desaprova a sua religião e igreja, ignora o
Espírito Santo, e estabelece para si mesma um império
espiritual, uma teocracia religiosa, em cujo ápice
coloca o G:.A:.D:.U:. – o deus “genérico” – e do qual
o Deus vivo, único e verdadeiro, é expulso
deliberadamente.
A Bíblia ensina claramente que Jesus Cristo é Deus:
“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus,
e o Verbo era Deus… E o Verbo se fez carne e habitou
entre nós…”(Jo 1:1, 14). Ver também: Tt 2:13; 10:30,33,38; 14:9,11; 20:28; Rm 9:5; Cl 1:15; 2:9; Fp 2:6; Hb 1:3; 2 Co 5:19; 1 Pe 1:2; 1 Jo 5:2; Is 9:6.
Todos esses ensinamentos sobre Jesus na Bíblia provam
que a maçonaria está errada naquilo que ensina a
respeito d’Ele. Como pode então o cristão que afirma
crer em Jesus como seu Salvador continuar aceitando a
religião falsa (maçonaria) que nega seu Senhor? O
próprio Jesus não disse: “por que me chamais Senhor,
Senhor, e não fazeis o que vos mando? (Lc 6:46). O
próprio Jesus advertiu: “Mas aquele que me negar
diante dos homens, também eu o negarei diante de
meu Pai que está nos céus” (Mt 10:33). Ele também
disse:
“Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! Entrará no
reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu
Pai que está nos céus” (Mt 7:21).
Em resumo, a maçonaria se opõe ao Deus cristão. Portanto, estes ensinamentos são deliberadamente antagônicos à fé cristã.
Plano de Salvação da maçonaria
A maçonaria ensina que a salvação e a morada na “Loja
Celestial” pode ser obtida mediante as boas obras
praticadas pelos maçons. Isso é bíblico?
Através de vários símbolos, ensina a maçonaria uma
doutrina de “salvação por obras”. O neófito
(candidato) maçônico é repetidamente informado de que
Deus será gracioso e recompensará aqueles que
edificarem o seu caráter e fizerem boas obras.
Um exemplo: “A Espada Apontada para um Coração
Desnudo” é considerado como “uma lembrança penetrante
de que Deus nos recompensará de acordo com o que
fizermos nesta vida”. Do mesmo modo, “O Olho-Que-Tudo-Vê, simbolizando Deus, “penetra os recessos mais íntimos do coração humano e irá recompensar-nos de acordo com os nossos méritos”.
Em todos os rituais a maçonaria mostra como alcançar o
céu. Ensinam isto mediante o uso do avental de “aprendiz” que traduz pureza, vida e conduta. O Landmark nº 20 declara que de cada maçom “é exigida a crença em uma vida futura”. A imortalidade da alma é uma das doutrinas mais importantes da confraria. Ensinam isto na lenda de Hiram ABIF do terceiro grau, [simbolizando] a imortalidade da alma. Através de todos os seus escritos, eles dizem que
estão ensinando a imortalidade da alma ao maçom, mais
a palavra de Deus nos diz que a única maneira de ter
vida eterna é através da Pessoa de Jesus Cristo.
Nenhum ritual maçônico jamais indicou que Jesus é o
caminho da Salvação. “Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.” (JO 14:6). Disse Pedro a respeito de Cristo: “E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos.” (AT 4:12).
O conceito maçônico de salvação é aquele que a Bíblia
chama de “outro evangelho”. Ele é tão contrário ao
caminho da salvação de Deus que a Escritura o colocou
sob a maldição divina:
“Maravilho-me de que tão depressa passásseis daquele
que vos chamou à graça de Cristo para outro evangelho;”
“O qual não é outro, mas há alguns que vos inquietam e
querem transtornar o evangelho de Cristo.”
“Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos
anuncie outro evangelho além do que já vos tenho
anunciado, seja anátema.”
(GL 1:6 a 8).
A salvação vem unicamente pela graça (favor imerecido)
de Deus e não por qualquer coisa que a pessoa possa
fazer para ganhar o favor de Deus, ou pela sua retidão
pessoal. “Porque pela graça sois salvos, por meio da
fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie”. (Ef
2:8 e 9).
Dando a César o que é de César
Queremos deixar registrado que não desconhecemos a
participação da maçonaria na história e na política. A
maçonaria teve participação ativa na revolução
francesa e na história de nosso país, sendo
responsável diretamente pela independência do Brasil e
a libertação dos seus escravos, entre outros feitos.
Devo também acrescentar que muitos dos maçons são
pessoas de boa vontade, boa índole, muitos são
sinceros, muitos são bem intencionados, muitos são
religiosos, porém estão enganados.
Diz-nos a Bíblia que “há caminhos que ao homem parece
direito, mas o fim dele são os caminhos da morte”.
(Provérbios 14:12). Também digo que tenho muitos
amigos que fazem parte da Maçonaria, mas isto não
quer dizer que corrobore ou concorde com eles.
Conclusão
Pelo exposto, concluímos que a maçonaria é uma falsa
religião, contrária aos ensinamentos da Palavra de
Deus e entra em conflito especialmente com os
ensinamentos cristãos. A maçonaria é contrária
ao Deus único e verdadeiro, é oposta à pessoa e obra
de Jesus Cristo, é oposta à salvação pela graça, e
contradiz toda doutrina básica cristã.
Como pode então o cristão ser membro, viver de acordo
e promover os ensinamentos da maçonaria?
Os maçons cristãos devem decidir hoje se vão
permanecer maçons e negar o seu Senhor, Jesus Cristo,
ou se farão a vontade do Pai celestial e deixarão a
maçonaria.
Ao fazer parte da Loja, o maçom cristão está apoiando
“outro evangelho”, um falso sistema de salvação que
engana os homens quanto à maneira de serem salvos.
Se você for um verdadeiro crente em Jesus Cristo, ao
compreender isso, deve obedecer a advertência bíblica
em 2 Coríntios 6:17: “Por isso, retirai-vos do meio
deles, separai-vos, diz o Senhor”.
Séculos atrás, o profeta Elias desafiou o povo de Deus
que havia abandonado o Deus verdadeiro e caído no
triste pecado da idolatria. Ele os advertiu: “Até
quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é
Deus, segui-O; se á Baal, segui-o” (1 Rs 18:21).
Esta pergunta continua verdadeira para os cristãos
maçons de hoje.
Siga a Deus ou siga a maçonaria.
Bibliografia:
1) Seitas e Heresias – Raimundo F. de Oliveira – Casa
Publicadora das Assembléias de Deus
2) Os Fatos Sobre a Maçonaria – John Ankerberg e John
Weldon – Chamada da Meia Noite
3) Maçonaria e Fé Cristã – J. Scott Horrell – Editora
Mundo Cristão
4) Maçonaria, do Outro Lado da Luz – William
Schnoebelen – Editora Luz e Vida