ARREBATAR SIGNIFICA tirar com violência ou força; raptar; arrancar; tirar rapidamente. Portanto, a Igreja será retirada da Terra por meio sobrenatural. Será um milagre de proporções gigantescas porque alcançará todo o planeta. O arrebatamento só será plenamente compreendido quando acontecer. É ainda mistério porque não nos foi revelado nos mínimos detalhes (1 Co 15.51).
As promessas: “… virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também…” (Jo 14.3); “Venho sem demora. Guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa” (Ap 3.11); “Eis que cedo venho!” (Ap 22.12); “E ele enviará ao seus anjos, com rijo clamor de trombeta, os quais ajuntarão os seus escolhidos…”(Mt 24.31; 1 Ts 4.13-18).
Quando acontecerá: “Porém daquele dia e hora ninguém sabe… Portanto vigiai, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor. Por isso estais vós também apercebidos, porque o Filho do homem há de vir à hora em que não penseis” (Mt 24.35,36, 42-44; 25.1-13). A surpresa será uma das características do arrebatamento.
Como será: Não há palavras com que se possa descrever esse momento de glória e de manifestação do poder de Deus. Será um acontecimento extraordinário e glorioso. “Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor” (1 Ts 4.13-18). Participarão desse evento:
1 – O Senhor Jesus: …”o mesmo Senhor descerá do céu…” (1 Ts 4.16-a).
2 – O arcanjo Miguel: “Nesse tempo se levantará Miguel… livrar-se-á teu povo, todo aquele que se achar escrito no livro” (Dn 12.1); “e com voz de arcanjo” (1 Ts 4.16-a). O chamamento será ouvido apenas pelos salvos. Outra característica do arrebatamento é que não será percebido, ouvido ou detectado pelo mundo.
3 – Os mortos em Cristo – Estes serão os primeiros; ressuscitarão em corpos espirituais, gloriosos e incorruptíveis: “Assim também é a ressurreição dos mortos. Semeia-se o corpo em corrupção, é ressuscitado em incorrupção; semeia-se em ignomínia, é ressuscitado em glória; semeia-se em fraqueza, é ressuscitado em poder; semeia-se corpo animal, é ressuscitado corpo espiritual” (1 Co 15.40-58).
4 – Os vivos de Cristo – Logo após a ressurreição e arrebatamento dos mortos, os vivos, terão seus corpos transformados e então todos, juntos (mortos ressuscitados e vivos transformados), subirão para o encontro com o senhor Jesus nos ares (1 Co 15.51, 52; 1 Ts 4.17).
Qual a duração: Será numa rapidez tão grande, que nenhum instrumento poderá medir sua duração. Será na menor fração de tempo possível. A Bíblia diz que será “num momento, num abrir e fechar de olhos” (1 Co 15.52). Nesta passagem, Paulo usou o termo grego átomos que sugere “algo impossível de ser cortado ou dividido”. Para Deus tudo é possível.
Onde será: Não haverá um lugar especial. Os vivos serão arrebatados onde e como estiverem: no trabalho, mesmo que esteja trabalhando debaixo das águas ou debaixo da terra; no meio da rua; dentro de ônibus; fazendo compras; dirigindo veículos; tomando banho; dormindo; pilotando aviões; dentro de elevadores. Não importa a situação em que se encontrem. Importa que sejam lavados e remidos no sangue do Cordeiro.
As leis naturais do Universo não impedirão a operação do formidável milagre do arrebatamento. Agindo Deus, quem impedirá? A Gravidade – atração exercida pela Terra – não impedirá que os corpos flutuem e voem para o encontro com o Senhor Jesus; a terra não conseguirá reter os corpos dos mortos em Cristo. Nada impedirá a retirada do povo de Deus deste planeta. O encontro da Igreja com Jesus dar-se-á nos ares, acima das nuvens, num lugar não alcançado pelos olhos do mundo.
Os mortos em Cristo ressuscitarão: Não importa se tenham morrido há dois dias ou há dois mil anos; se tenham sido cremados e suas cinzas espalhadas sobre o mar; se seus corpos tenham ficado retidos a 500 metros de profundidade, na terra ou nas águas. Todos ressuscitarão. Ressuscitar significa a volta à vida do corpo original; o retorno da alma ao corpo físico primitivo. Noutras palavras, ressuscitar significa reviver. O novo corpo será igual ao corpo de Cristo (Fp 3.21; 1 Co 15.35-54; 1 Jo 3.2). Cristo foi o primeiro a ressuscitar: “Cristo as primícias, depois os que são de Cristo, na sua vinda” (1 Co 15.23). O apóstolo Paulo escreveu, solene:
“Eis que vos digo um mistério: … os mortos ressurgirão incorruptíveis, e nós seremos transformados” (1 Co 15.51-54; 1 Ts 4.16-17). Paulo acreditava na volta iminente de Jesus. Por isso, disse que “nem todos dormiremos” (1 Co 15.51), ou seja, nem todos daquela geração passariam pela morte física, mas seriam arrebatados e transformados.
A ressurreição será literal, ou seja: a alma e o espírito unir-se-ão ao corpo original. Este, porém, será revestido de um corpo espiritual. A regra serve para justos e ímpios: “Não vos maravilheis disto, pois vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz [a voz do Senhor Jesus] e sairão: os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida, e os que praticaram o mal, para a ressurreição da condenação” (Jo 5.28-29). A diferença está em que os crentes em Jesus ressuscitarão em corpo glorioso. Esta ressurreição faz parte do contexto da Primeira Ressurreição, que se divide em três fases:
Ressurreição de Cristo e de muitos santos, constituindo estas o primeiro molho de trigo colhido. Significa dizer que Jesus ressuscitou com um grupo, um “feixe”, um “molho”, “as primícias dos que dormem”. A Festa das Primícias, de Levítico 23.10-12, tipificava a ressurreição de Cristo e a dos santos (Mt 27.52; 1 Co 15.20-23). Vejamos essa tipologia: a) A colheita das primícias (os primeiros frutos maduros) de Levítivos 23.10-11, diz respeito ao primeiro molho colhido da Primeira Ressurreição, a de Cristo e dos santos ressuscitados com Ele (Mateus 27.52; 1 Coríntios 15.20); b) A colheita geral aponta para o arrebatamento da igreja (1 Tessalonicense 4.16-170; c) A colheita das espigas caídas (restolho ou sobras) de Levítivos 23.22 tipifica os salvos da Grande Tribulação: os 144 mil judeus de Apocalipse 7.4 e 14.1-4 e os gentios salvos de Apocalipse 7.13-14. Todavia, Jesus continua sendo o primeiro que ressuscitou dentre os mortos, porque a ressurreição dos santos, de que trata Mateus 27.52, deu-se após a dEle (Cl 1.18).
Ressurreição dos mortos no arrebatamento (1 Ts 4.14-17).
Ressurreição dos “mártires da Grande Tribulação”, correspondente ao restolho da ceifa (Ap 6.9-11; 7.9-17; 14.1-5; 20.4-5).
A Segunda Ressurreição será a dos ímpios e dar-se-á após o Milênio, para que diante do Grande Trono Branco recebam a condenação. Esta é a segunda morte (Ap 20.5-6; 11-15; Hb 4.13). Daí porque devemos fazer parte da primeira ressurreição.
Os vivos serão transformados: O intervalo entre a ressurreição dos salvos mortos e a transformação dos salvos vivos será o menor possível, ou seja, o menor tempo que se possa imaginar. É o que depreendemos de 1 Co 15.52 e 1 Ts 4.16-17. Primeiro, a ressurreição; logo em seguida, a transformação. E todos seguirão em corpos incorruptíveis para se encontrarem com Jesus muito longe da terra. A transformação de nossos corpos será necessária porque nada impuro entra no céu. Teremos um corpo imortal apropriado às regiões celestiais. O nosso corpo glorioso terá semelhança com o corpo de Cristo, como já dissemos.
Com o arrebatamento, estaremos livres da ira vindoura; livres da Grande Tribulação e da morte eterna (1 Ts 1.10; 5.1-11; Lc 21.36). A Igreja não conhecerá o Anticristo. Atentemos para as palavras do Senhor Jesus: “Visto que guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei da hora da tribulação que há de vir sobre todo o mundo, para provar os que habitam sobre a terra” (Ap 3.10).
A natureza dos corpos ressurretos ou transformados:
Os corpos serão os mesmos, porém transformados (1 Coríntios 15.51-52).
Não estarão sujeitos à decomposição, às enfermidades, às dores, ao cansaço, às fraquezas (1 Co 15.42,43). Não serão onipresentes, mas gloriosos, reais, reconhecíveis e poderosos, como o de Jesus (1 Co 15.43; Mateus 17.2; Ap 1.13-16; Filipenses 3.21; Lucas 24.39; João 20.16,19). Não serão de carne e sangue (1 Co 15.50,51). O corpo do salvo na glória não será um espírito sem corpo, mas um corpo espiritual adequado às regiões celestiais. Nada do que é material e temporal entra na presença de Deus (1 Co 15.44).
Os sinais
Respondendo aos discípulos, Jesus revelou que apareceriam sinais precursores de Sua vinda. Os sinais profetizados por Jesus são os seguintes: falsos Cristos e falsos profetas enganarão a muitos; fomes, pestes, terremotos e guerras entre nações; muitos cristãos serão perseguidos e mortos; aumento da iniqüidade; diminuição do amor entre as pessoas e aumento do ódio (Mt 24.1-14). Em todas as épocas existiram fome, peste, terremotos, guerras e falsos profetas. Existiram e continuarão a existir. Mas, então, como saber quais os sinais indicadores da vinda de Jesus e do fim dos tempos?
Quando Jesus disse que “todas estas coisas são “o princípio das dores” (Mt 24.8), estava dando a entender que haveria um aumento gradativo da intensidade de tais ocorrências, tal como acontece nas dores de parto. Muitas horas antes de dar à luz, a parturiente passa por um período de dores contínuas e cada vez mais fortes. O apóstolo Paulo disse que “toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora” (Rm 8.22). Entendemos, portanto, que as mazelas da humanidade se intensificam a cada dia, semelhantemente às dores de parto:
A fome vem aumentando na medida em que os ricos ficam mais ricos e os pobres mais pobres. Já tivemos dois grandes conflitos armados – a Primeira Guerra Mundial em 1914/1919; e a Segunda, em 1939/1945. Uma terceira guerra envolvendo as nações nunca foi descartada, embora se saiba que seria uma catástrofe em razão da atual capacidade de destruição pelo uso de armas químicas e atômicas.
A quantidade de terremotos aumenta a cada ano: foram registrados mais de 6.500 terremotos neste século. As estatísticas revelam que os números da violência estão aumentando em todas as áreas e níveis sociais. O Brasil é o exemplo de uma situação caótica. A violência vem em forma de assassinatos, assaltos, chacinas, estupros. A iniqüidade se multiplica: imoralidade, pornografia, liberdade sexual; adultério, drogas, lesbianismo; homossexualismo; desprezo aos valores éticos, morais e cristãos; aumento do número de pessoas envolvidas com o espiritismo em todas as suas formas. Nenhuma dúvida há de que haverá um fim para tudo isso.