Maldição Hereditária

MALDIÇÃO HEREDITÁRIA

O que é maldição?

Dicionário Aurélio: “Ato ou efeito de amaldiçoar ou maldizer”. Maldizer: “praguejar contra; amaldiçoar”. Maldito: “Diz-se daquele ou daquilo a que se lançou maldição”.
Dicionário Teológico: “Praga que se arroga a alguém. Locuções previamente formadas encerrando desgraças e insucessos”.
Bíblia On-line: “Chamamento de mal, sofrimento ou desgraça sobre alguém (Gn 27.12; Rm 3.14). Os que quebram a Lei estão debaixo de maldição. Cristo nos salvou dessa maldição, fazendo-se maldição por nós (Gl 3.10-13)”.

Difícil é conciliar a “Teologia da Maldição Hereditária” com a Palavra de Deus. Os que defendem a existência de crentes amaldiçoados por maldições provindas de antepassados admitem que é possível estarmos de posse de uma herança maldita, por nós desconhecida, difícil de ser detectada e extinta. O remédio seria QUEBRAR, ANULAR, AMARRAR, REPREENDER essa maldição. Feito isso, o crente ou não crente estaria livre de todo peso. Nem ele nem os seus descendentes sofreriam mais os danos desse mal.

A maldição hereditária, segundo os que a defendem, surge em decorrência de um trabalho de feitiçaria ou de qualquer outra ação maligna lançada contra outra pessoa. O sofrimento de alguém pode ter origem no passado. Uma pessoa em sofrimento pode ter sido consagrada, antes ou depois do seu nascimento, às entidades demoníacas. Também se fala que espíritos familiares podem continuar operando por muitas gerações sobre a vida de cada integrante da família. A conseqüência disso, afirmam, são as enfermidades constantes, as dificuldades financeiras e outros males.

Ora, as pessoas sem temor a Deus, sem vida em Cristo, sem vida no altar, estão sujeitas a problemas muito maiores do que esses, pois estão condenadas à morte eterna. Sem Cristo a maldição nunca acaba. Vejamos quais as promessas para os que aceitarem a salvação que há em Cristo Jesus:

“Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito” (Rm 8.1). Poderia ocorrer o caso de os salvos em Cristo continuarem, pelo resto da vida, sob o peso de uma herança maldita?

“Portanto, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram, tudo se fez novo” (2 Co 5.17). Ocorreria uma situação em que o NOVO carrega, ainda, coisas velhas?

“Em verdade, em verdade vos digo que quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida” (Jo 5.24). Dar-se-ia o caso de alguém entrar no céu, carregando maldições?

“Mas se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado” (1 Jo 1.7). A maldição lançada contra os salvos seria mais eficaz do que o sangue de Jesus, mais poderosa do que Aquele que está em nós?

“Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós” (Gl 3.13). Jesus tomou sobre si nossas maldições, e carregou nossos pecados. Apesar disso, estamos à mercê de heranças malditas? A cruz nos salvou da maldição da lei, mas o sangue de Jesus teria sido impotente para nos livrar de maldições hereditárias?

“Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” (Jo 8.36). Dar-se-ia o caso de o crente ficar livre das correntes do pecado, mas permanecer amarrado, ainda, às maldições resultantes de pecados cometidos por seus antepassados?

“Ele mesmo levou em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça. Pelas suas feridas fostes sarados” (1 Pe 2.24). Morremos para o mundo e para o pecado, mas não teríamos morrido para possíveis maldições sobre nós lançadas?

Fica difícil imaginar que os crentes, beneficiários de tantas bênçãos, como acima, possam carregar sobre si o fardo das maldições. A solução para livrar-se delas é aceitar a salvação que há em Cristo Jesus. As maldições não alcançarão os justos, porque os muros de nossa fortaleza espiritual estão íntegros, sabendo-se que “a maldição sem causa não virá” (Pv 26.2). Aos que se julgam debaixo de maldição, Jesus faz um convite e uma promessa: “Vinde a mim todos os que estais cansados e oprimidos e eu vos aliviarei” (Mt 11.28). Ademais, quem confessa seus pecados, e os deixa, alcançará misericórdia (Pv 28.13).

Como entender a maldição prescrita em Êx 20.5 sobre a visitação da “maldade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem”? Não seria essa a maldição hereditária que precisaria ser quebrada?

Quando encontramos dificuldade em compreender determinado texto bíblico, devemos buscar outros mais esclarecedores. No mesmo livro de Êxodo, no capítulo 34, versículos 6 e 7, lê-se que o Deus misericordioso e piedoso perdoa a iniqüidade, a transgressão e o pecado, e que não tem por inocente o pecador. Logo, Deus de justiça e de verdade não terá por pecador o inocente. Os filhos sofrem pelos pecados dos pais no sentido de que, regra geral, seguem seus hábitos e costumes.

A Bíblia declara que cada qual morrerá pelo seu pecado (Dt 24.16; 2 Rs 14.6). Ezequiel 18.20 esclarece melhor: “A alma que pecar, essa morrerá; o filho não levará a iniqüidade do pai, nem o pai, a iniqüidade do filho; a justiça do justo ficará sobre ele, e a perversidade do perverso cairá sobre este”.

E os demônios familiares? Eles continuarão infernizando a vida do crente fiel, mesmo depois da conversão? Impossível admitir tal coisa à vista do que diz a Bíblia:

“Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não vive pecando; antes o guarda Aquele que nasceu de Deus, E O MALIGNO NÃO LHE TOCA. Sabemos que somos de Deus, e que o mundo inteiro jaz no maligno” (1 Jo 5.18-19). Dar-se-ia o caso de, apesar da promessa de não sermos atingido pelo maligno, os demônios continuarem tendo acesso ao nosso corpo, alma e espírito para que não vivamos em paz?

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