Jesus: “Meu Pai é Maior do Que Eu”

Pr Airton Evangelista da Costa

Como náufragos que se agarram a qualquer tábua, os contestadores da divindade de Jesus se utilizam de versículos isolados para validarem suas convicções. É o caso de João 14.28, texto favorito das Testemunhas de Jeová e de outras religiões que rejeitam a deidade absoluta de Jesus.
Tais anticristos não levam em consideração dezenas de textos que atestam de forma inequívoca que Jesus, o Cristo, é Deus encarnado. Ora, uma análise imparcial, sem fanatismo, deveria abranger não apenas algumas passagens bíblicas. As demais, de algum modo contrárias a suas pretensões, deveriam ser objeto de exame e esclarecimentos. Resta-nos responder “com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós”, e “reter firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina, como para convencer os contradizentes” (1 Pe 3.15; Tt 1.9).
A divindade de Jesus é clara como a luz solar, mas com escamas nos olhos os homens não conseguem enxergar nem o sol de meio dia. Se Jesus declara que o Pai é maior do que Ele, não podemos contestá-LO. Cabe-nos, todavia, conhecer em que sentido e circunstância se dá essa superioridade. Antes, vejamos alguns registros que confirmam a divindade do Filho. Usarei sempre a versão Almeida – Corrigida Fiel.

“Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade” (Cl 2.9).

“Paulo está declarando que no Filho habita toda a plenitude, a abundância da deidade absoluta; eles não eram meros raios da glória divina que o enfeitavam, iluminando Sua Pessoa por um período de tempo e com um esplendor não dEle mesmo; mas Ele era, e é, o Deus absoluto e perfeito; e o apóstolo Paulo usa o termo theotes [divindade] para expressar essa Deidade essencial e pessoal do Filho” (Dicionário VINDE).
Apesar da clareza textual, que dispensaria qualquer comentário, afirmam os anticristos, baseados em Colossenses 1.19, que a divindade do Filho é derivada: “Porque foi do agrado [agradar: gr. eudokeo: “de boa vontade”] do Pai que toda a plenitude nEle habitasse”. A Tradução do Novo Mundo – 1986, livro usado pelos testemunhas-de-jeová, assim traduziu: “Porque [Deus] achou bom que morasse nele toda a plenitude”. Esta tradução é um esforço para neutralizar a divindade do Filho. Todavia, nada no texto indica que o Pai transferiu divindade ao Filho.
Se o Pai houvesse concedido TODA a plenitude de Sua divindade ao Filho, estaria criando outro Deus. A palavra grega pleroma traduzida como “plenitude” tem nesse caso o significado de “Deus, na perfeição do Seu Ser”. Colossenses 2.9 declara que Jesus é Homem-Deus porque a deidade habita nEle (v. Jo 1.1,2,14). O verso 1.19 diz que o Pai é uma unidade com o Filho, como declarado por este:
“Eu e o Pai somos um” (Jo 10.30)

Aqui está mais uma das declarações de Jesus a respeito de Sua divindade. Ele afirmou que é a mesma pessoa do Pai, mas que Ele e o Pai são duas pessoas distintas em unidade divina. E também: “Quem me vê a mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai?” (Jo 14.9; v. 12.45).

“Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus. Mas esvaziou-se [aniquilou-se – Almeida RC] a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz” (Fp 2.6-TNT).

Eis a chave para entendermos João 14.28, objeto desta análise. “Usurpar” significa apossar-se à força ou por fraude. O texto diz que Jesus, que era Deus [“sendo em forma de Deus”], não havia como se apossar de prerrogativas divinas que faziam parte do seu Ser. Apesar disso, renunciou a elas e, como homem e servindo ao Pai, enfrentou a cruz. Em outras palavras, o Verbo, que era Deus, se fez homem e habitou entre nós (Jo 1.1,14).

Forma de Deus e forma de servo

A palavra grega morphe “denota forma ou traço especial ou característico de uma pessoa ou coisa. É usada com significado particular no Novo Testamento, somente acerca de Cristo, em Fp 2.6,7, nas frases: “sendo em forma de Deus” e “tomando a forma de servo”. Definição excelente da palavra é a que Gifford oferece: O termo morphe é, portanto, a natureza ou a essência, não no abstrato, mas como subsistindo na verdade no indivíduo… Assim, morphe theou [forma de Deus] denota, de fato, a natureza divina e inseparavelmente subsistente na Pessoa de Cristo. Quanto à expressão “forma de Deus”: (1) inclui toda a natureza e essência da deidade, e é inseparável delas, visto que não podem ter existência real sem elas; e (2) não inclui em si mesma qualquer coisa acidental ou separável, como determinadas maneiras de manifestação ou condições de glória e majestade, as quais podem, numa ocasião, estar presas à forma, e em outra, separadas delas. O verdadeiro significado de morphe na expressão `forma de Deus´ e confirmada por seu reaparecimento na expressão correspondente `forma de servo´. É universalmente aceito que as cujas frases são diretamente antitéticas, e que, portanto, a palavra `forma´ tem de ter o mesmo sentido em ambas” (Dicionário VINE).
Em resumo, se todos admitem que Jesus tomou a forma de homem [“forma de servo”], porque o texto o diz, também é justo admitir que Ele também é Deus, isto é, “em forma de Deus”. Por essa razão diz-se que
Ele é verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem. Leia-se: “E sabemos que já o Filho de Deus é vindo, e nos deu entendimento para conhecermos o que é verdadeiro; e no que é verdadeiro estamos, isto é, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna”. (1 Jo 5.20; v. 20.28; Is 9.6; 44.6; 54.5; At 20.28; Rm 9.5; 1 Tm 3.16; Tt 2.13; Hb 1.8;). Na Tradução do Novo Mundo dos TJ, fizeram uma sutil alteração do texto de 1 Jo 5.20. Vejam: “Mas, sabemos que o Filho de Deus veio e nos deu capacidade intelectual para podermos obter conhecimento do verdadeiro. E nós estamos em união com o verdadeiro, por meio do seu Filho Jesus Cristo. Esse é o verdadeiro Deus e a vida eterna”. Substituíram o pronome “este” por “esse” para sugerir que o verdadeiro Deus não é o Filho. A emenda não deu certo, pois todo o enunciado do texto fala da Pessoa de Jesus. Ademais, o próprio Jesus declarou ser a verdade (Jo 14.6). Não existe uma verdade do Pai e uma do Filho. Os dois são a verdade; os dois são um.

Fazendo-se semelhante aos homens

Nessa situação, como homem e como servo, Jesus pediu ao Pai que passasse dEle o cálice da cruz e que perdoasse seus algozes. Orou também ao Pai em favor dos discípulos. “A humanidade de Cristo, ou seja, esta subordinada ao Pai, dirigida pelo Espírito Santo, foi uma condição para o seu messianismo, e isso não é contra a Sua deidade. Jesus formou-se homem e como homem, submeteu-se ao Pai durante todo o tempo de sua vida terrena. Abdicara de sua condição de viver como Deus e passara as viver como homem. Como Deus, Jesus era igual (Jo 14.9-11); como homem, era menor (Jo 1.14)” (Bíblia apologética).
Portanto, na condição de homem, nascido de mulher, pôde declarar com propriedade e segurança: “O meu Pai é maior do que eu”.
Os estudos a seguir oferecem maiores esclarecimentos:

Testemunhas de Jeová – Consulta Sobre a Divindade de Jesus
As Testemunhas de Jeová declaram a divindade de Jesus
Quem é Jesus para as Testemunhas de Jeová?
Provas da Divindade de Jesus
www.palavradaverdade.com
25.09.2005

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