Jesus: “Hoje estarás comigo”/”Ainda não subi para o Pai” – Contradição?

Consulta:

Eu tenho uma pequena dúvida quanto ao ladrão que morreu ao lado de Jesus, ao qual Ele falou que estaria com Ele no paraíso.
A bíblia nos diz que Jesus só subiu para o Pai quarenta dias após Sua ressurreição. Quando Maria Madalena tentou tocá-lo, Ele a repreendeu dizendo: Não me detenhas, que ainda não subi para o Pai. A questão é como poderia o ladrão está com Jesus no mesmo dia em que Eles morreram se Jesus subiu somente 40 dias depois de ter ressuscitado.
Eu entendo que poderia muito bem ter subido sozinho, mas o fato é que Jesus disse que no mesmo dia estariam ambos no Céu.

Resposta:

Jesus disse ao ladrão arrependido: “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso” (Lc 23.43). Céu e paraíso têm o mesmo significado (2 Co 12.2,4; Ap 2.7; 22.2). A palavra de Jesus nos informa que, após a morte, os salvos passam a estar com Ele no céu. Ao usar a expressão “em verdade”, Jesus presta um pronunciamento solene. É o mesmo que dizer “verdadeiramente” ou “realmente”. Ou seja, o que Ele disse é a expressão da verdade. Poderíamos ficar somente com este argumento e apenas dizer que realmente no mesmo dia da sua morte o ladrão passou a morar com Jesus no paraíso. Por que tamanha convicção? Porque Jesus afirmou. Se não acreditarmos que assim aconteceu, estamos dizendo que Jesus mentiu, ou que prometeu algo sem ter certeza. Nesse caso, Jesus não teria trazido “Boas Novas”, mas boas mentiras. Por outro lado, Jesus, antes de falecer, entregou seu espírito ao Pai (Lc 23.46). Logo, após a Sua morte o Seu espírito recolheu-se no Pai. Um detalhe: Ele disse “estarás comigo” e não “subirás comigo”. Portanto, imaginar que o ladrão subiu de mãos dadas com Jesus, é apenas uma suposição. O ladrão pode ter sido levado pelos anjos (v. Lc 16.22). Mas Jesus, já ressuscitado, disse a Maria Madalena: “Não me detenhas, porque ainda não subi para meu Pai” (Jo 20.17-a). Certamente, Jesus explicou a Maria que aquele não seria o único momento de Sua aparição; que ainda ficaria mais um pouco; que não subiria naquele mesmo dia; que não poderia ficar como dantes em longas conversas. Com relação ao termo grego haptõ (agarrar, apoderar-se) e a João 20.17, o dicionário VINE registra: “Aqui a proibição do Senhor de “detê-lo” era indicativa do fato de que a comunhão com Ele, depois da ascensão, seria pela fé, através do Espírito”. Mas como conciliar esta palavra com a que disse ao ladrão: “Hoje estarás comigo?”. Uma contradição? Não. Nunca houve contradição em qualquer afirmação de Jesus. Primeiro, no mistério da Trindade, o Filho e o Pai são um (Jo 10.30). Onde está o Pai, está o Filho. A afirmação de Jesus – “estarás comigo” – é sobretudo mais uma declaração de Sua divindade. Segundo, ao dizer a Maria Madalena que “ainda não subi para meu Pai”, Jesus estava se referindo à ascensão de Seu corpo ao céu, ocorrida quarenta dias após a ressurreição (Atos 1.9).
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