Trecho do artigo O PRINCÍPIO DAS DORES, de 1997. Passados dezessete anos, a escassez de água potável em muitos países continua a mesma.
Praias poluídas e inexplicáveis mortes de baleias. A ação destruidora do homem já atingiu os mares. Lixo com poluentes químicos vem transformando em grandes esgo¬tos os rios nas grandes cidades. Os leitos dos rios se estreitam, as águas sobem e invadem as cidades em intermináveis inundações.
Em agosto do ano 2.000, em Fortaleza (CE), será instalado o Congresso Mundial Integrado de Águas Subterrâneas, em que será debatida a poluição dos rios e das fontes naturais. Sabe-se que, no Brasil, “estão contaminados todos os rios que cortam cidades com mais de 20 mil habitantes, e que existem no mundo 70 pontos críticos de escassez total de água”. Isto quer dizer que o progressivo desmatamento, a erosão das terras e a poluição estão secando os mananciais. Desnecessário dizermos que o ser humano não pode viver sem água. Haverá água potável suficiente para matar a sede de 11 bilhões de pessoas no século XXI? É esta a pergunta que os cientistas estão fazendo.
A Organização das Nações Unidas para Ciência e Tecnologia (UNESCO) fez uma previsão assustadora: “A próxima guerra mundial será deflagrada pela disputa de água potável”. O certo é que a água doce, necessária ao ser humano, está minguando. De toda a água existente na Terra apenas uma parte ínfima (3%) é potável, mas três quartos desse total encontram-se congelados nos pólos. Disponível para o consumo humano há apenas 0,01%. O Brasil detém cerca de 16% da água doce do mundo, mas há um desperdício da ordem de 40% em vazamentos e poluição. O Estado de Pernambuco é exemplo de uma situação crítica: os principais rios estão praticamente mortos (Jaboatão, Beberibe, Capibaribe e Tejipió); transformaram-se em grandes esgotos. Recentemente, no Ceará, foi construído em tempo recorde um enorme canal para evitar o colapso de água potável na Capital.
Fonte: O Princípio das Dores, apostila escrita em 1997.