ESCOLA BÍBLICA – IGREJA CATÓLICA – Dogmas marianos – Resposta apologética

ADOREMOS O FILHO
Como vimos, honrar a Maria significa reconhecer que a sua missão aqui na Terra foi uma das mais nobres e importantes, qual seja, a missão de carregar em seu ventre, alimentar com seu sangue, amamentar e criar o nosso Redentor.
Todavia, não se deve dispensar a Maria honrarias superiores às que ela merece. Nada podemos fazer para aumentar a sua posição diante de Deus. Como justo juiz, Deus não dará a Maria nada mais nada menos do que ela merece, do que ela conquistou com sua fé, humildade e obediência. E o que ela mais desejou foi a sua salvação, ou seja, viver com Cristo na eternidade. Maria dedicou toda a sua vida ao cumprimento da sua honrosa missão. Ela nunca teve a intenção de ofuscar o ministério de Jesus. E não poderia fazê-lo. Ela sabia que a missão de Jesus era incomparavelmente superior à sua. A missão de Jesus era a do Verbo que se fez carne para trazer aos homens, na linguagem dos homens, a mensagem redentora do Pai.
Em momento algum Maria avocou a qualidade de mãe de Jesus para usufruir regalias. Ela nunca demonstrou qualquer intenção de ser alvo das atenções, de roubar a cena, de ofuscar o Filho de Deus. Ademais, as atenções dos discípulos estavam voltadas para o Mestre, porque dEle emanava a verdade, e nEle se via o resplendor da glória do Pai. Não há registro na Bíblia de qualquer adoração a Maria – ou recomendações nesse sentido – enquanto viva ou após a sua morte. Maria manteve uma posição discreta com relação ao trabalho de Jesus. Uma única vez interferiu no ministério de Jesus, nas bodas em Caná da Galiléia, com uma discreta participação. Vejamos o diálogo:
“E, no terceiro dia, fizeram-se uma bodas em Caná da Galiléia; e estava ali a mãe de Jesus. E foram também convidados Jesus e os seus discípulos para as bodas. E, faltando o vinho, a mãe de Jesus lhe disse: Não têm vinho. Disse-lhe Jesus: Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora. Sua mãe disse aos empregados: “Fazei tudo quanto ele vos disser” (João 2.1-5).
Ao informar a Jesus que acabara o vinho, Maria deixa implícito que seu filho teria condições de resolver aquele problema. A resposta de Jesus – “que tenho eu contigo, mulher”- não desrespeita sua mãe, não significando uma repreensão, mas é uma recusa. Não era dos planos de Jesus iniciar a manifestação da sua glória naquela oportunidade. Ele disse que a hora dele não havia chegado. Porém, tudo indica que Maria continuou esperançosa de que algo poderia acontecer. Certamente, ela voltou a falar a Jesus sobre os vexames por que passariam os anfitriões em não havendo mais vinho para servir. Percebeu no seu coração que Jesus estava inclinado a reavaliar sua posição. Então, segura de si, chamou os empregados e disse: “FAZEI TUDO QUANTO ELE VOS DISSER”. E o milagre aconteceu.
Embora a mensagem de Maria tenha sido específica para aquela ocasião, quando ela orienta os empregados para obedecerem a Jesus, nada impede de estendermos esse apelo aos dias atuais, ou seja, fazermos tudo de acordo com os mandamentos e ensinos de Jesus: “Se me amarem guardarão os meus mandamentos, e eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre” (João 14.15-16).
Então, para que tenhamos o Espírito Santo, ou seja, o outro Consolador, é necessário que guardemos os mandamentos de Jesus. E o grande mandamento de Jesus foi este: “AMARÁS O SENHOR TEU DEUS DE TODO O TEU CORAÇÃO, DE TODA A TUA ALMA, E DE TODO O TEU ENTENDIMENTO. ESTE É O PRIMEIRO E GRANDE MANDAMENTO. O SEGUNDO, SEMELHANTE A ESTE É: AMARÁS O TEU PRÓXIMO COM A TI MESMO” (Mateus 22.37-39).
Se de alguma forma quisermos, nos dias de hoje, atendermos aos apelos de Maria – “fazei tudo quanto Ele vos disser”- estaremos na obrigação de adorar somente a Deus e só a Ele servir. Assim, Maria está excluída de nossa adoração. Ela própria se excluiu. Nenhum santo vivo ou falecido aceita adoração. Nem os anjos aceitam-na. Maria ficou excluída, também, quando Jesus revelou que “ninguém vem ao Pai se não for através de Mim” (João 14.6). Portanto, através da mãe de Jesus ninguém chegará a Deus. Os santos falecidos ficaram de fora quando Jesus disse que todos deveriam buscar nEle a solução para seus problemas: “VINDE A MIM TODOS VÓS QUE ESTAIS CANSADOS E OPRIMIDOS E EU VOS ALIVIAREI” (Mateus 11.28). Aqui, Ele não dá oportunidade para irmos a outra pessoa viva ou falecida, a outro espírito, a outro santo que não seja Ele, o Santo dos santos. Leia também Atos 4.12.
Conclui-se, portanto, que a santa Maria deve ser honrada, e o seu exemplo – exemplo de fé, obediência, amor e humildade – deve ser seguido. Ela cumpriu sua missão aqui na Terra com bastante zelo, dedicação e confiança no Senhor. Deve ser adorada por isso? Não. As Escrituras Sagradas não apontam nessa direção. Jesus nos ensinou a orar ao Pai (“Pai nosso que estás nos céus”), e a adorar ao Pai (“Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a Ele servirás”). Convidou todos os homens a irem a Ele, diretamente a Ele: “VINDE A MIM TODOS VÓS…” Aqui Ele não deixa qualquer dúvida de que somente Ele pode resolver nossos problemas, porque somente Ele, e não Maria, recebeu autoridade e poder. Vejamos:
“Tudo me foi entregue por meu Pai” (Lucas 10.22-A). “Ora, para que saibas que o Filho do homem tem na terra autoridade para perdoar pecados, levanta-te, toma o teu leito e vai para tua casa” (Mateus 9.6). “É-me dado todo o poder no céu e na terra” (Mateus 28.18).
A santa Maria, quando viva, recebeu os mesmos poderes outorgados por Jesus aos seus discípulos: “Tendo convocado os doze discípulos, Jesus deu-lhes poder e autoridade sobre todos os demônios, e para curarem enfermos” (Lucas 9.1); “Estes sinais hão de seguir os que crerem: em meu nome expulsarão demônios… imporão as mãos sobre enfermos, e os curarão” (Marcos 16.17-18). Observem que esses poderes foram outorgados AOS QUE CREREM. Logo, Maria estava incluída. Ela era, obviamente, crente em Jesus. Ela poderia ter exercido o ministério de pregação do Evangelho, ou de libertação. O Espírito Santo estava sobre ela. Se não o fez é porque já cumprira sua missão. A dura batalha de divulgar as boas novas ficaria para os homens, fisicamente mais fortes. Os afazeres domésticos, a criação dos filhos, o desgaste decorrente da crucificação de Jesus não lhe permitiriam correr mundo, viajar, enfrentar tribulações. É óbvio que ela passou o resto de sua vida atenta aos acontecimentos; acompanhando à distância o movimento e sofrendo com as más notícias de prisões, perseguições e torturas por que passaram os discípulos; e alegrando-se com as boas notícias de muitas conversões, e com o crescimento do cristianismo.
Como vimos, só Jesus salva, perdoa pecados, cura e liberta. Jesus veio salvar a humanidade; colocou-se em nosso lugar na cruz; pagou o preço da remissão de nossos pecados com Seu sangue. Foi Ele quem morreu em nosso lugar. Quem derramou sangue foi Ele. Somente Jesus e mais ninguém. Não foi José, Benedito, Paulo, João ou Maria. A Ele toda a honra e glória. Portanto, HONREMOS A MARIA, MAS ADOREMOS O NOSSO SALVADOR; HONREMOS A MARIA, MAS ADOREMOS A JESUS; HONREMOS A MÃE, ADOREMOS O FILHO DE DEUS.

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