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Itália combate “seitas satânicas” com ambulatório
17/02/2005
Um ambulatório público foi aberto recentemente pelo governo estadual do Lázio, cuja capital é Roma, para combater a atuação das seitas satânicas na Itália. Médicos, psicólogos, juízes, criminalistas e investigadores oferecem atendimento gratuito 24 horas do dia a vítimas e familiares de pessoas tidas como adoradores de satã.
O alarme sobre o crescimento e a face violenta das seitas foi soado no país no ano passado, quando se divulgou que um destes grupos, a banda Bestas de Satanás, teria assassinado pelo menos três de seus integrantes em rituais.
A preocupação é tanta que até o trabalho dos macumbeiros e umbandistas brasileiros começou a chamar a atenção das autoridades.
“Não estamos preocupados apenas com as seitas satânicas. Estamos também atentos à magia negra brasileira, macumba e coisas do gênero, trazida pelos brasileiros que trabalham aqui”, diz a antropóloga Cecilia Gatto Trocchii, professora do Vaticano e responsável por uma pesquisa sobre a atuação das seitas na região do Lázio, onde está a cidade de Roma. “O número de simpatizantes destes rituais é igualmente crescente”.
Curso
O Vaticano, que sempre considerou o tema tabu, também acabou reagindo. Nesta quarta-feira, uma de suas mais prestigiosas universidades, o Ateneu Pontifício Regina Apostolorum, em Roma, inicia um curso de satanismo e exorcismo para padres e estudantes de teologia.
“Os sacerdotes não estão preparados para enfrentar este problema”, afirma Giuseppe Ferrari, secretário nacional do Grupo de Pesquisa e Informação sobre Seitas.
“Não vamos apenas ensiná-los a fazer exorcismos, mas explicar também como se comportar ao se deparar com integrantes de seitas.”
Segundo o psicólogo e criminologista Marco Strano, diretor técnico da Polícia do Estado, é através da internet que o satanismo cresce.
“É uma situação grave, envolvendo rapazes muito jovens”, disse Strano. “Eles são mais vulneráveis e correm muito mais riscos.”
Acredita-se que existam em torno de 500 seitas em atividade no país com pelo menos 5 mil integrantes. Há quem fale que o número possa ser cem vezes maior.
Olimpia Tarzia, presidente do ambulatório de Roma, afirma que as seitas passam uma imagem desmotivante aos adolescentes, tentando fazê-los acreditar que não valem nada e suas vidas não têm importância. “Precisamos ajudar as famílias a evitar que os jovens entrem neste caminho”, diz ela. “Com o ambulatório, queremos impedir a difusão dos adoradores de satanás e monitorar este fenômeno.” Segundo Tarzia, está programada a criação de mais ambulatórios em outras cidades italianas. A próxima será Torino, no norte do país.
Fonte: BBC Brasil.com