Fonte: Livro do Dr. Samuele Bacchiocchi:http://www.verdadeonline.net/sabado.pdf
“Dr. Samuele Bacchiocchi (1938-2008) foi o primeiro não-católico a se formar na Pontifical Gregorian University,
em Roma, tendo recebido uma medalha de ouro do Papa Paulo VI por conquistar a distinção acadêmica summa cum laude por sua tese: Do Sábado Para o Domingo: Uma investigação histórica do surgimento da observância do domingo no cristianismo primitivo”.
Nesse trabalho, Bacchiocchi, um adventista do sétimo dia, mostrou que não há nenhuma ordem escriturística para mudar ou eliminar a guarda do sábado e apontou o papel preponderante da Igreja Católica na efetivação dessa mudança. O professor indicou ainda o anti-judaísmo e a adoração pagã ao Sol como fatores de abandono do sábado e influência na adoção do domingo.
Ele evidenciou o anti-judaísmo latente nos escritos de alguns líderes cristãos do segundo século que “testemunharam e participaram no processo de separação do judaísmo que levou a maioria dos cristãos a abandonar o sábado e adotar o domingo como novo dia de adoração”. Autor de vários livros, era professor de teologia aposentado da Andrews University, no Estado do Michigan, e faleceu em 20 de dezembro de 2008, um sábado.
Após ampla exposição em favor do repouso sabático, em seu livro “Do Sábado para o Domingo”, como referido acima, a conclusão a que chegou o adventista Dr. Samuele Bacchiocchi foi a seguinte:
CONCLUSÃO
“Nossa análise de três textos de Paulo geralmente citados como prova de repúdio de Paulo ao sábado como uma sombra cerimonial do Velho Testamento mostrou que esta interpretação é injustificável em diversos pontos.
Em primeiro lugar, em todos os três textos Paulo não discute se o mandamento do sábado está ou não ainda em vigor na dispensação cristã; antes, ele se opõe aos costumes complexos ascéticos e cultistas, que (particularmente em Colossenses e Gálatas) estavam minando o princípio vital da justificação pela fé em Jesus Cristo. Segundo, o fato de que uma forma supersticiosa de guarda do sábado pode ter sido parte de ensinos heréticos denunciados por Paulo, não invalida a natureza obrigatória do preceito visto que é uma perversão e não um preceito que é condenado. A reprovação do mau uso de um preceito bíblico não pode legitimamente ser interpretado como a ab-rogação do próprio preceito.
Terceiro, o fato de que Paulo recomenda tolerância e respeito mesmo com relação a diferenças em dieta e dias (Rom.14:3-6) oriundos de convenções humanas, indica que na questão de “dias” ele era demasiado liberal para promover o repúdio do mandamento do sábado e a adoção da observância do domingo em seu lugar. Houvesse ele feito assim e teria encontrado oposição e discussões intermináveis com os advogados do sábado. A ausência de qualquer traço de tal polêmica é talvez a mais clara evidência do respeito de Paulo para com a instituição do sábado.
Em última análise, então, a atitude de Paulo para com os sábado deve ser determinada não na base de suas denúncias das observâncias heréticas e supersticiosas que possivelmente incluíam a guarda do sábado, mas sim na base de sua atitude para com a lei como um todo. A falha em não distinguir entre o conceito de Paulo para com a lei como um corpo de instrução que ele considera
“santo justo e bom” (Rom. 7:12; cf. 3:31; 7:14, 22) e da lei como um sistema de salvação separado de Jesus Cristo, que ele energicamente rejeita, é, aparentemente, a causa de muito mal entendido quanto à atitude de Paulo para com o sábado. Não há dúvida que o Apóstolo respeitava aquelas instituições do Velho Testamento que ainda tinham valor aos cristãos. Notamos, por exemplo, que ele adorava no sábado com “judeus e gregos” (Atos 18:4, 19, 17:1, 10, 17), passou os dias dos “pães asmos” em Filipos (Atos 20:16), “apressara-se para estar em Jerusalém, se possível, no dia de Pentecostes” (Atos 20:16), fez um voto de nazireu por sua própria iniciativa em Cencréia (Atos 18:18); purificou-se no Templo para provar que “vivia guardando a lei” (Atos 21:24); e fez circuncidar a Timóteo (Atos 16:3). Por outro lado, sempre que estes costumes ou semelhantes eram promovidos como base de salvação, ele denunciava em termos inequívocos sua função desvirtuada. Poderíamos dizer, portanto, que Paulo rejeitava o sábado como meio de salvação, mas aceitava-o como sombra apontando para a substância que pertence a Cristo”[grifo acrescentado].
Ora, é isto o que a Igreja vem afirmando há dois mil anos: a guarda do sábado não é meio de salvação. “Somos salvos pela graça, mediante a fé” (Ef 2.8).
Duzentos e cinquenta ilustres adventistas chegaram à idêntica conclusão. Leiam:
“Entre 1955 e 56, Dr. Walter Martin, um dos grandes apologistas da fé cristã em nossos dias e fundador do Christian Research Institute, EUA, entrevistou conceituadíssimos líderes adventistas em sua associação Geral (o órgão máximo do grupo), naquela época localizada em Takoma Park, Maryland, EUA. O resultado final da entrevista deu origem ao livro Seventh-day adventists answer questions on doctrine (Adventistas do sétimo dia respondem perguntas sobre doutrina), lançado em 1957 pela editora adventista Review and Harald Publishing Association. Antes de ser publicado, o manuscrito de 720 páginas foi revisado por 250 líderes adventistas. Foi destacado o seguinte”:
1. Sabatismo: a guarda do sábado não propicia salvação; o cristão que observa o domingo não está em pecado; não é cúmplice do papado.
2. Ellen G. White: seus escritos não devem ser colocados em pé de igualdade com a Bíblia; não são de valor universal, mas restritos à IASD.
3. Santíssimo: Cristo entrou no Lugar Santíssimo por ocasião de sua ascensão, e não em 22 de outubro de 1844. Assim, as doutrinas do santuário celestial ser purificado e do juízo investigativo não tinham base bíblica.
(Dicionário de Religiões, Crenças e Ocultismo, de George A. Mather & Larry A. Nichols, Vida, 2000, pg.194).
Em situação oposta, a “profetisa” Ellen G. White, escreveu: “Os adoradores da besta [os que não guardam o sábado] se distinguirão em seus esforços para derribar o memorial do Criador e exaltar a instituição de Roma [a guarda do domingo]. Logo, Ellen estabelece a guarda do sábado como imprescindível à salvação. Os que não o fazem são “adoradores da besta” (O Grande Conflito, Edição Condensada, 1992, cap. 25, pg. 266).
27.01.2015