Loucura – Mediunidade X Cristianismo
Ricardo Magalhães
Loucura – Mediunidade X Cristianismo
Posted on março 4, 2008.
No decorrer deste texto pretendo explicar a loucura e a mediunidade, após a mediunidade e a loucura, e então quero também ver como é a visão do cristianismo a respeito disso, a luz das escrituras sagradas.
A loucura tem sido tratada pela ciência como um estado patológico mental e diagnosticada muitas vezes como Esquizofrenia, Distúrbio Bipolar, etc. Porém, com o advento do Espiritismo, é dada uma “nova” visão a respeito disso. No capítulo 23 da segunda parte do Lívro dos Médiuns, itens 240 e 253 tratam do que vamos dizer. É levantado de que, a subjugação corporal em certo grau poderia causar a loucura, levando-o aos atos mais ridículos. Ou seja, a pessoa estaria sofrendo espécies de interferências espirituais, chamadas de obsessão, com reflexo em sua natureza corpórea. Porém, ao entrarem com o tratamento médico, estes, por ignorar a verdadeira causa, acabariam tornando-os loucos de verdade, através de tratamentos com drogas que causariam também a enfermidade física.
Em outras palavras, o que explica nesse livro é que a interferência espiritual através de uma mediunidade não desenvolvida, como também a necessidade de um tratamento moral, pode aparentar o que damos o nome de loucura, por estas forças de natureza espiritual estarem levando a pessoa a ter comportamentos anormais, e que elas realmente se tornam, se a pessoa não se tratar a partir desta visão.
Então vejamos por partes. O homem ao nascer, traz em si o gérmen das qualidades necessárias para se tornar médium (meio entre mundo espiritual e carnal), tais qualidades existem em graus muito diferentes e o seu desenvolvimento depende de causas que a ninguém é dado conseguir se verifiquem a vontade (Livro dos Médiuns, introdução, parênteses meu). Através deste canal, as entidades espirituais manifestam-se no mundo corpóreo, produzindo efeitos bons ou não. Um médium que tem sua aptidão desenvolvida, mas não tem o nível moral adequado, não tem conhecimento do que acontece e como acontece, e não tem o acompanhamento de espíritos de trabalho, em teoria, está vulnerável a assédio de espíritos zombeteiros, ignorantes ou até mesmos espíritos de homens que não teriam simpatia por este, aproveitando do canal para perturbar ao máximo sua vida.
Ao desenvolver seu lado moral e mediúnico, estes problemas seriam solucionados, visto que se entenderia a “ferramenta”, como utilizá-la e realmente utilizá-la dentro do compromisso firmado na espiritualidade.
Então esta é a proposta dada para solução dos casos em que a pessoa está pela ciência, tida como louca, mas para o espiritismo, obsediado. “… o meio de prevenir esses inconvenientes, ao contrário, é fazer conhecer o Espiritismo a fundo” (Livro dos Médiuns, Segunda Parte, Cap. 23, item 254, pergunta 7).
Dentro da mesma cadeia lógica, porém invertida, podemos então dizer que a pessoa, ao desenvolver a mediunidade, ao ligar esta antena conectada ao mundo espiritual, passará automaticamente a sentir impressões deste mundo espiritual, e dependendo da quantidade de impressões poderá perturbá-la. No decorrer do desenvolvimento mediúnico, tudo passa a ser familiarizado e controlado, focando então no trabalho fraterno. Isto é o que vemos também na prática. Porém, se este indivíduo, após ter desenvolvido esta mediunidade, abandonar seu compromisso e com isto, ser abandonado por aqueles que, do lado de lá, acompanhavam-no para que este “dom” fosse utilizado somente com direcionamentos específicos, passa a ser influenciado por aquelas entidades que o perseguem naturalmente, espíritos zombeteiros, e tantos outros, passando a ficar perturbado em momentos onde antes tinha certa tranqüilidade. Enquanto antes no trabalho, por exemplo, tinha a tranqüilidade para trabalhar, visto que utilizaria deste mecanismo mediúnico no momento certo, passa a ser importunado perdendo a concentração de suas atividades corriqueiras. Se é assediado por espíritos de profunda tristeza, passa com o tempo a ficar triste, se por espíritos revoltados, passa a ficar revoltado, e assim por diante. Aliás, isto costuma acontecer com uma freqüência mais espaçada a aqueles comprometidos com tais práticas, na qual são submetidos a tratamentos como um passe, vai para a roda de desobsessão, e então logo está bom para continuar.
Vemos então que na teoria, Kardec esqueceu de citar o que vemos na prática. Deveria, a meu ver, estar escrito assim: “… o meio de prevenir esses inconvenientes, ao contrário, é fazer conhecer o Espiritismo a fundo e jamais abandonar!”.
Mas isto é explicitado pelos dirigentes do desenvolvimento da mediunidade, e em geral, é seguido. Ao desligar dos trabalhos por um motivo bom, como estudos, trabalho, ou família, normalmente, o médium tem um acompanhamento espiritual que o livra de transtornos nesse período, mas assim que resolvido as situações é aconselhado seu retorno. Para aqueles que simplesmente abandonaram, se definitivo, os irmãos espirituais de trabalho também o abandonam, lembrando que tem uma evolução a percorrer e não podem perder tempo, indo atrás de alguém mais interessado e comprometido.
Concluindo a visão do espiritismo, existe um dom, na qual certos indivíduos manifestam em graus maiores, e quando assim acontece, é porque foi firmado este compromisso anteriormente no mundo espiritual, antes de encarnar. Pode ser que esta faculdade venha a desenvolver sozinha, e então, sentirá as impressões naturais, que se não destinadas ao trabalho previamente firmado, tornará na loucura conhecida pelos homens. Se tratado por um médico, a loucura, antes espiritual, passa a se tornar verdadeiramente a loucura física, pelo agravamento que as drogas fariam ao organismo, com poucas chances de melhora. Se tratado por um desenvolvimento moral (conhecimento da doutrina espírita) e somente depois o mediúnico, esta pessoa estaria curada. Se após tudo isto, ao invés de aprofundar, debandar, tornaria, novamente ou não, louco. Esta é a visão que temos dentro do kardecismo, conforme explicado pelo Livro dos Médiuns, desenvolvimento de seu raciocínio e experiência prática.
Agora vejamos um pouquinho do que tanto a Bíblia Sagrada diz a respeito.
Em primeiro lugar, em lugar nenhum na Bíblia temos falando a respeito de que as pessoas deveriam adotar práticas mediúnicas (consultas aos mortos), mas consultar somente a Deus, como vemos em Isaías 8:19 “Quando, pois, vos disserem: Consultai os que têm espíritos familiares e os adivinhos, que chilreiam e murmuram: Porventura não consultará o povo a seu Deus? A favor dos vivos consultar-se-á aos mortos?”. A grande questão é que as pessoas não acreditam que Deus possa falar ou responder. Vejamos o que diz no Livro dos Salmos, capítulo 94, versos 9 e 10, podemos entender que se porventura pode aquele que criou os ouvidos não ouvirá? E aquele que criou a boca não falar? E ainda aos doutos, o que ensina ao homem o conhecimento, não saberá?
Em segundo lugar, Jesus nos mostra casos de loucura, em que realmente eram tormentos espirituais, mas deixa claro que eram demônios, e com autoridade os expulsa, tendo sua completa e imediata cura, e para sempre. Dentre tantos relatos, quero focar na rica passagem que encontramos nos evangelhos de Marcos, Mateus e Lucas, neste último, capítulo 8, versos 26 a 39. Aqui retrata a pessoa com o pior quadro de loucura que poderia existir. Andava sem roupas, não morava numa casa, vivia nos túmulos do cemitério. As pessoas temiam este louco, pois amarravam suas mãos e pés com correntes de ferro, mas ele as quebrava e era dominado pelo(s) demônio(s). Porém, este homem ao encontrar Jesus e este ter ordenado que o espírito mau saísse dele, cai no chão e diz bem alto: “Jesus, Filho do Deus Altíssimo!”. Vejamos bem, um espírito de homem em processo evolutivo não reconheceria que este homem era Jesus, muito menos Filho do Deus Altíssimo. Diria talvez, “Espírito de Grande Luz” ou “Óh iluminado!” ou simplesmente “homem”. Mas aqui está claro que reconheceu que Jesus é o Filho do Deus vivo porque é um anjo caído, que conheceu a Deus e seu Filho. Mais à frente, esta legião de espíritos clama a Jesus que permita deixá-los entrar nos porcos. Segundo o espiritismo, um espírito de um homem não pode “entrar” em um animal jamais, sem chance. Mas segundo a bíblia, isto poderia acontecer com um demônio. Mas este homem, antes louco, diz no versículo 35 que estava assentado aos pés do seu Libertador em perfeito juízo, ou seja, deixara de ser louco, e agora era uma pessoal totalmente normal. E ainda no versículo 38, este homem implora a Jesus para que pudesse acompanhá-lo, mas Jesus não manda este homem desenvolver mediunidade ou entender o espiritismo ou espiritualismo a fundo, nem mesmo segui-lo e aprender teorias espirituais, reencarnacionistas ou fluídicas, mas ao contrário, diz para que vá testemunhar o que lhe acontecera, para Honra e Glória de Deus.
Fica claro na Bíblia Sagrada que o homem pode sim ficar louco pela opressão espiritual, independente se é na “completa ignorância” ou na “ignorância mascarada”, mas mostra que o único que pode realmente libertar é Jesus Cristo, ou aquele que vem em sEu nome, para a completa Glória de Deus e não dos homens ou espíritos. De resto, temos pessoas atormentadas por demônios na ignorância ou escravos de espíritos que se dizem irmãos superiores ou que reconheceram que tem que trabalhar, fazendo que ao invés de serem libertos, continuem cativos, mas agora com um motivo: ajudar outros espíritos a passearem por seus corpos ou dominarem outros também com outro motivo.
A Bíblia diz que devemos vigiar sim, entregar nosso corpo para ser templo do Espírito Santo, e só. É viver da plenitude de Deus, cheio de Deus. Não diz que Jesus veio para fazer dos presos cativos! Ou seria fazer dos cativos, presos? Mas veio para libertar.
Portanto, a aqueles que um dia resolveram desenvolver a mediunidade, saibam que estão simplesmente dando toda a abertura que um capeta precisa em sua vida. Se fizer parte de uma prática espiritualista como a umbanda, por exemplo, saiba que se largar de ser o “cavalo”, vai apanhar bastante por estes, se for de uma prática espiritualista como o espiritismo, saiba que será atormentado, e eles explicarão a você, que é “moralmente evoluído”, que esta é sua única opção.
Mas digo ainda que é possível a você, que assim como eu, que outrora fui médium, e hoje gozo da Paz no Senhor Jesus, você também pode ser liberto para sempre, pode sair das reuniões trevosas ou escuras para a verdadeira Luz do Pai pelo filho Jesus. Nunca mais precisará pedir nada a espíritos, pedir que estejam contigo, que te protejam, que trabalhem contigo. Somente pedirá a Jesus, e saberá que sEu Santo Espírito estará sempre contigo, e não somente nos momentos que convém visto que tem muito a se fazer. Queridos, somente Deus é onipresente, ou seja, seu Espírito o é. Não fará obras por sua vontade, mas pelo direcionamento de Deus. Verá o que é ser liberto, curado, livre, sem necessitar ser liberto de um para ser mula de outro. Lembrem-se que Jesus disse em João 15:16, “…e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo o que em meu nome pedirdes ao Pai ele vos conceda”, aqui diz que vosso fruto deve PERMANECER. Não deve ser temporário, não deve ser dependente, não deve ser em parte. Este fruto permaneceu em mim, e não precisei ficar preso a nada. Lembrem-se, onde abundou o pecado, superabundará a graça (Rm 5:20), esta é a promessa de Deus para você e para mim, que hoje me glorio unicamente de conhecer o Espírito Santo de Deus, e ver sua obra sendo feita exclusivamente por Ele, para nossa alegria, e para a Glória de Deus Pai.
Ricardo de Magalhães Cruz (29/02/2008)
[email protected]
Nota: O autor foi espírita durante vinte anos. Divulguei em vídeo, entrevista que me concedeu. Veja os links:
http://br.youtube.com/watch?v=Dw7ZmThHZf0
http://br.youtube.com/watch?v=Gjh4cwqI1AY