A Brutalidade do Estado Islâmico Assusta o Mundo

Fonte:http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/noticia/2014/08/as-origens-e-a-brutalidade-do-grupo-terrorista-estado-islamico-4587195.html

As origens e a brutalidade do grupo terrorista Estado Islâmico
Facção fundamentalista que emergiu na Síria e estendeu braços até o Iraque apavorou o mundo com execução de jornalista americano em frente às câmeras
por Léo Gerchmann
31/08/2014 | 16h01
Terror com apelo internacional não é novidade em décadas de atentados cruentos, como o perpetrado contra a equipe israelense na Olimpíada de Munique em 1972, o 11 de Setembro no coração da América, em 2001, ou os que puseram abaixo a embaixada de Israel em Buenos Aires e a Associação Mutual Israelita Argentina, em 1992 e 1994. Isso só para citar casos na Europa, nos Estados Unidos e na América Latina.
Um grupo fundamentalista islâmico, porém, eleva o alerta soado pelo Ocidente: o Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL). Desde que passou a governar um “califado”, desprezando fronteiras em nacos do Iraque e da Síria, o grupo se autodenomina como o Estado Islâmico (EI).
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A cena simbólica que estarreceu o mundo foi a da execução do jornalista americano James Foley. O vídeo correu o mundo. Vestindo um macacão laranja, Foley é decapitado lentamente. A figura do algoz chocou em especial o governo da Grã-Bretanha, também pelo áudio. Ele falava inglês com sotaque britânico.
Autoridades ocidentais manifestam a preocupação com algo nunca antes visto, pela brutalidade com que o EI trata “infiéis” (quem não segue o islamismo sunita e se recusa à conversão é executado), pelas pretensões de estabelecer o califado ignorando as fronteiras estabelecidas cem anos atrás – após a I Guerra Mundial – e pelos tentáculos de recrutamento em países como Grã-Bretanha, Espanha, Itália e EUA.
A ousadia se dá, ainda, na forma como o grupo se financia e administra as regiões das quais toma conta. Até o papa Francisco estaria na mira do EI, conforme publicou jornal italiano Il Tempo, por ser o representante máximo do cristianismo.
– Os EUA tradicionalmente têm preocupação com o petróleo na região e, em especial, com o terrorismo. Além da violência, o EI ignora fronteiras nacionais posteriores à I Guerra Mundial e quer estabelecer um califado, que é a volta à Idade Média, com um governo terrorista. Isso assusta e faz o governo americano voltar suas atenções para o Oriente Médio – diz Christian Lohbauer, cientista político e especialista em História do Grupo de Análise da Conjuntura Internacional, da Universidade de São Paulo (USP).
Bandeira negra, misericórdia zero
O “modus operandi” é outro aspecto que causa impressão. Quando conquista uma região, o EI pendura sua bandeira preta no prédio mais alto e, imediatamente, parte para a busca de adesões, enfatizando a prestação de serviços sociais em regiões carentes, devastadas pela guerra.
Os combatentes distribuem pen drives com cânticos jihadistas e vídeos nos quais mostram operações militares do grupo, além de folhetos orientando a excomungar outras vertentes do islamismo que não a sunita e repudiando a cultura ocidental e o conceito de democracia.
Aos poucos, com esses instrumentos, impõem o exercício da Sharia – a legislação islâmica. Grupos como os da etnia yazidi foram obrigados a fugir aos magotes. No caso deles, não há sequer a possibilidade de conversão para ter a vida poupada. O EI os vê como adoradores do demônio. Quando caem nas mãos dos insurgentes, sofrem sevícias e execuções sumárias.

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