A Bíblia das Test. de Jeová Revela a Divindade de Jesus – X [Filho de Deus]

Abreviaturas:
TJ – Testemunhas de Jeová
STV – Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados
TNM – Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas (“Tradução” da Bíblia usada pelo referido grupo religioso).

Nesta série de estudos, apresento provas de que a TNM registra a divindade de Jesus, isto é, diz que o Filho tem mesma natureza do Pai; que o Filho é Deus Poderoso, Pai Eterno, o Senhor e o Salvador. Até aí nada de anormal. O Filho e o Pai são um (Jo 10.30) e os dois, aliás, os três (Pai, Filho e Espírito Santo) possuem atributos comuns, próprios da divindade (onisciência, onipresença, onipotência, imutabilidade, eternidade). O problema é que as Testemunhas de Jeová não dão bom testemunho ao negarem a divindade de Jesus. Não vale o que está escrito? Só vale o que é dito nas revistas e no Salão do Reino?

Examinarei a questão do título “Filho de Deus”.

A profecia:

“E deve dar-lhe o nome de Jesus. Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo” (Lc 1.31-32-TNM). Temos os dois nomes: um revela a Sua natureza humana; outro, Sua natureza divina. Jesus chama a Si próprio de “Filho do homem” e “o Filho de Deus”.

O cumprimento:

“Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivente” (Mt 16.16-TNM). Os demônios reconhecem a origem divina de Jesus: “Que tenho eu que ver contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo?” (Mc 5.7-TNM; Lc 4.41-TNM).

Jesus confirma: “És tu, portanto, o Filho de Deus? Disse-lhes ele: Vós mesmos dizeis que eu sou” (Lc 22.70-TNM). “Dizeis a mim, a quem o Pai santificou e mandou ao mundo: Blasfemas, porque eu disse: Sou Filho de Deus?” (Jo 10.36-TNM; cf.Jo 3.16-TNM).

Resta-nos definir o que seja ser “o Filho de Deus”. Significa dizer que Ele foi criado por Deus? Se tivesse sido criado, seria mais “um” dentre os filhos do Criador. Ao dizer “o Filho”, Ele se coloca numa condição ímpar com relação aos demais. Coloca-se acima da Criação; à parte dela. Seria Jesus um anjo que tomou a forma de homem? Não há um só versículo da Bíblia que dê validade a essa idéia.

Jesus foi bem claro quando disse que somente Deus pode receber adoração: “É a Jeová teu Deus que tens de adorar” (Mt 4.10-TNM). Todas as citações são extraídas da Tradução do Novo Mundo, versão/tradução usada pelas Testemunhas de Jeová, revisão de 1986. Apresentando-se como Deus, Jesus aceitou diversas manifestações de adoração, sem contestá-las. Remeto a atenção do leitor para o artigo IV, desta série, onde explico sobre a tradução tendenciosa da STV. O verbo proskineõ (grego) foi traduzido como “adorar” somente nos casos em que se referia a Jeová Deus. O mesmo verbo, ao referir-se a Jesus, é traduzido como “prestar homenagem, reverenciar”. Mas o contexto opera contra a STV, pois os o que O adoraram se lançavam aos seus pés, num gesto inequívoco de adoração.

O Senhor Jesus é digno de adoração.

“A fim de que todos honrem o Filho, assim como honram o Pai. Quem não honrar o Filho, não honra o Pai que o enviou” (Jo 5.23-TNM). Jesus acabara de afirmar que “as coisas que o Pai faz, “o Filho faz também da mesma maneira” (Jo 10.19-TNM). Que espécie de criatura é essa que faz tudo o que Deus faz? Ressuscita mortos, dá vida eterna, perdoa pecados, julga e salva? E não basta ter Jeová isoladamente. O Pai teria criado um filho tão poderoso quanto Ele.

Quem não tiver o Filho, não terá Jeová. Leiam: “Quem tem o Filho, tem esta vida [vida eterna], quem não tem o Filho de Deus, não tem esta vida” (1 Jo 5.12-TNM). Isto é, quem não tem Jesus não será salvo. E a comunhão é com os dois: “Esta parceria nossa é com o Pai e com o seu Filho Jesus Cristo” (1 Jo 1.3-TNM). Ademais, é preciso confessar que ele é Senhor:

“Pois, se declarares publicamente essa palavra na tua própria boca, que Jesus é Senhor, e no teu coração exerceres fé, que Deus o levantou dentre os mortos, serás salvo” (Rm 10.9-TNM). Por coerência, deveria traduzir “declarares… que Jesus é Jeová”, porquanto, sempre que “Senhor” (kurios) se refere a Deus, a TNM traduz como Jeová. Já analisamos o assunto em outro artigo. Pergunto: As Testemunhas de Jeová fazem ou fizeram essa declaração pública? Reconhecem que o Filho é Senhor? Estão convictas de que a salvação de suas almas depende da fé nEle?

Voltemos a Mateus 4.10. Está escrito que somente a Jeová devemos servir: “Somente a ele que tens de prestar serviço sagrado” (TNM).

Os anjos serviram a Jesus (Mt 4.11-TNM). O apóstolo diz que “quem neste sentido trabalhar como escravo [servo] de Cristo é aceitável a Deus e tem aprovação da parte dos homens” (Rm 14.18-TNM). O apóstolo Paulo diz que devemos viver “… como escravos de Cristo…” (Ef 6.6-TNM). As TJ trabalham como escravas de Cristo?

Observem o seguinte incoerência da TNM:

A Bíblia Sagrada registra: “Sabendo que recebereis do Senhor o galardão da herança, porque a Cristo, o Senhor, servis’ (Cl 3.24). O versículo diz claramente que Cristo é o Senhor e somente a Ele devemos servir, o que deixou a Sociedade Torre de Vigia em dificuldades. Vejam como traduziram:

“Pois sabeis que é de Jeová que recebereis a devida recompensa da herança. Trabalhai como escravos para o Amo, Cristo” (TNM). Dependendo do interesse, a TNM traduz kurios como “Senhor”, “Amo” e “Jeová”. “Kurios, para ser exato, é adjetivo, com o significado de “ter poder [kuros] ou autoridade, sendo usado como substantivo e traduzido variegadamente no Novo Testamento: Senhor, mestre, dono, amo, proprietário” (Dic. VINE). A TNM declara que devemos trabalhar como escravos de Cristo. Isto é, ter Cristo como Senhor. Vejam que está escrito “o Amo”. Ou seja: “O Senhor”. Nesse versículo, o Apóstolo está falando a respeito do Senhor Jesus. Diz que receberemos dEle a devida recompensa, porque servimos a Ele, o Senhor. Como foi “traduzido”, a TNM está afirmando que existem dois senhores, e os dois são únicos. O primeiro “Senhor” do versículo é Jeová; o segundo “Senhor” – “o Amo” e não “um” Amo – é o Cristo. Com isso, não havendo como alterar o contexto, a TNM confirma a divindade de Jesus. Jesus é Senhor e Jeová é Senhor, porque os dois são um (Jo 10.30-TNM). As Testemunhas de Jeová são escravas de Cristo como ensina a TNM?

Está escrito na TNM: “Mas, santificai o Cristo como Senhor nos vossos corações, sempre prontos para fazer uma defesa perante todo aquele que reclamar de vós uma razão para a esperança [que há] em vós…” (1 Pe 3.15-TNM). É o que estou fazendo. Estou sendo fiel ao que diz a Tradução do Novo Mundo. Santifico a Jesus Cristo em meu coração, tenho-o como Senhor, e estou pronto para responder aos contradizentes. As TJ agem dessa forma?

Então vimos que o mandamento em Mateus 4.10 – adorar somente a Jeová e somente a Ele servir – diz respeito ao Pai e ao Filho.

Volto à análise do título “o Filho de Deus”. Este título declara que o Filho foi criado pelo Pai? Não. O Filho (Verbo, Palavra) que tomou a forma de homem é da mesma substância ou essência do Pai. São muitas as razões apresentadas nesta série de estudos, baseada na Bíblia, que levam a essa conclusão.

De início, lembro que a STV declara em sua versão que (a) o Filho é “Deus Forte” e “Pai Eterno” (Is 6.9-TNM); (b) que Ele é o salvador do mundo: “Não é mais pela tua conversa [a da samaritana] que cremos; porque nós mesmos temos ouvido e sabemos que este homem certamente é o salvador do mundo” (Jo 4.42-TNM). Jesus estava presente e ouviu essa declaração. Aceitou-a como verdadeira. Está provado que Jesus não era lunático, mentiroso ou hipócrita; (c) “E não houve salvador, exceto eu [Jeová]” (Oséias 13.4-TNM). Portanto, Jeová é o salvador e Jesus é o salvador. Há dois salvadores? Não, apenas um, porque o Filho e o Pai possuem a mesma natureza; são da mesma essência; os dois são UM (Jo 10.30-TNM).

Vejamos as diversas formas usadas pela STV para dizer que Jesus é o Senhor e Salvador (v. terceiro estudo desta série):

“O salvador do mundo” (Jo 4.42).
“[Do] Salvador de nós” (Tt 2.13)
“Meu Senhor e meu Deus” (Jo 20.28)
“Um Salvador, que é Cristo, [o] Senhor” (Lc 2.11)
“Um Salvador, que é Cristo, o Senhor” (Lc 2.11: Na tradução de 1967, edição brasileira).
“Um salvador, o Senhor Jesus Cristo” (Fp 3.20).
“Nosso Salvador, Cristo Jesus” (2 Tm 1.10)
“Cristo Jesus, nosso Salvador” (Tt 1.4b)
“De Jesus Cristo, nosso Salvador” (Tt 3.6)
“Pela justiça de nosso Deus e [do] Salvador Jesus Cristo” (2 Pe 1.1)
“Pela justiça de nosso Deus e do Salvador Jesus Cristo” (2 Pe 1.1, TNM, tradução de 1967, válida até 1986).
“Reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (2 Pe 1.11).

Os registros acima estão na Tradução do Novo Mundo, versão especial e particular da Bíblia Sagrada, usada pelas Testemunhas de Jeová como regra de prática e fé. Não há dúvida de que a TNM declara a divindade de Jesus ao registrar que Ele é nosso Senhor e Salvador.

A expressão “filhos de Deus” é empregada para homens: “Os filhos do Deus vivente” (Oséias 1.10-TNM). Por extensão, todos somos filhos de Deus, filhos como sinônimo de criaturas. “O Filho de Deus”, como Jesus é chamado, não se insere nessa categoria. Ele é o Filho único, unigênito, co-igual e co-eterno com o Pai. Repetidas vezes Jesus afirmou ser igual ao Pai (Jo 10.33-38; 3.35; 5.19-27; 6.27; 14.13; Mc 13.32; Mt 23.9, 10).

Jesus reconheceu perante o Sinédrio que era verdadeiramente Deus.

“És tu o Cristo, o Filho de Deus Bendito? Jesus disse então: Sou. Em vista disso, o sumo sacerdote rasgou a sua roupa interior e disse: Que necessidade temos ainda de testemunhas? Ouvistes a blasfêmia. O que vos é evidente? Todos o condenaram a estar sujeito à morte” (Mc 14.61-64-TNM).

Jesus foi condenado não por haver declarado ser um filho de Deus, mas por afirmar ser “o Filho de Deus”. Foi julgado e condenado pelo crime de blasfêmia, a blasfêmia de que ele se fazia Deus a si mesmo, ao dizer que era o Filho de Deus, e que Ele e o Pai eram da mesma natureza (Jo 10.30-TNM). O Sinédrio entendeu muito bem: “Eu e o Pai somos um. Mais uma vez, os judeus apanharam pedras para o apedrejarem. Jesus replicou-lhes: Eu vos apresentei muitas obras excelentes da parte do meu Pai. Por qual destas obras me apedrejais? Os judeus responderam-lhe: Nós te apedrejamos, não por uma obra excelente, mas por blasfêmia, sim, porque tu, embora sejas um homem, te fazes um deus [na Bíblia: te fazes Deus a ti mesmo]” (Jo 10.31-33).

Jesus não recuou da Sua declaração de divindade. Embora sabendo que isso lhe custaria a vida, não tentou dissuadir os juízes. Teve a grande oportunidade de esclarecer e livrar-se da cruz. Poderia ter dito: “Estais enganados. Ser o Filho de Deus não é o mesmo que ser igual a Deus. Declaro aqui e agora que sou apenas um filho de Deus, criado pelo Pai. Escolham outro motivo para a minha condenação”. Mas Ele não fez isso. Jesus sempre foi autêntico. Jamais pediu desculpas; jamais retificou suas palavras; nunca voltou atrás. A Sua explicação foi: “Se não faço as obras de meu Pai, não me acrediteis; se as faço, porém, mesmo que não me acrediteis, acreditai nas obras, a fim de que saibais e continueis a saber que o Pai está em união comigo e eu em união com o Pai”. Essas explicações não foram suficientes, pois “tentaram novamente apoderar-se dele” (Jo 10.37-39-TNM). Os escribas e fariseus de hoje continuam com pedras nas mãos para apedrejar o Salvador.

Em suma, Jesus foi condenado porque se fazia igual a Deus, e em nenhum momento Ele procurou mudar esse pensamento. Em outra ocasião, aconteceu a mesma coisa. Ao dizer que “meu Pai tem estado trabalhando até agora e eu estou trabalhando”, a fúria dos judeus aumentou: “Os judeus começaram ainda mais a procurar matá-lo, porque não somente violava o sábado, mas também chamava a Deus de meu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus”. Uma das respostas de Jesus enfureceu mais ainda seus inimigos: “A fim de que todos honrem o Filho, assim como honram o Pai; Quem não honrar o Filho, não honra o Pai que o enviou” (Jo 5.17-, 18, 23-TNM).

Observem a inconsistente “tradução” da TNM. Em João 10.33, traduziu: “Porque tu, embora sejas um homem, te fazes um deus”. Em João 5.18, traduziu: “Fazendo-se igual a Deus”. Configurava-se a blasfêmia porque Jesus se fazia igual ao Deus verdadeiro, e não a um deus qualquer.

“O Filho de Deus, em Sua relação eterna com o Pai, é denominado “Filho”, não porque Ele em certo tempo começou a derivar Seu ser do Pai (em tal caso, Ele não poderia ser coeterno com o Pai), mas porque Ele é e sempre foi a expressão do que o Pai é (cf. Jo 14.9, `quem me vê a mim vê o Pai´). As palavras em Hb 1.3: `O qual [Jesus], sendo o esplendor da sua floria [de Deus], e a expressa imagem da sua pessoa [de Deus], são definições do que significa `Filho de Deus´. Portanto, a deidade absoluta, e não a deidade em sentido secundário ou derivado, é o que se quer dizer com o título” (Dicionário VINE, p. 658). A declaração: “Tu és meu Filho, eu hoje te gerei”, em Salmos 2.7, diz respeito ao nascimento de Jesus e não à Sua ressurreição ou criação.

Desse modo, a Tradução do Novo Mundo revela a divindade de Jesus.
www.palavradaverdade.com
23.09.06

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